
AGÊNCIA CBIC
CDU aprova projeto que amplia responsabilidade de empreiteiros e reforça segurança jurídica no setor da construção

A Comissão de Desenvolvimento Urbano (CDU) da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (23), o Projeto de Lei 5605/2019, que propõe mudanças significativas no regime de responsabilidade civil dos empreiteiros. A proposta, relatada pelo deputado Toninho Wandscheer (PP/PR), visa estabelecer prazos mais claros e segmentados para a responsabilização por vícios construtivos, trazendo maior segurança jurídica ao setor da construção civil.
O projeto altera o artigo 618 do Código Civil, estendendo de cinco para dez anos o prazo de responsabilidade pela solidez e segurança da obra. Além disso, o substitutivo apresentado pelo relator introduz prazos diferenciados conforme a natureza dos defeitos: cinco anos para falhas em elementos construtivos ou instalações que inviabilizem o uso da edificação e dois anos para defeitos de acabamento ou em equipamentos fornecidos por terceiros.
A proposta também define que o prazo de responsabilidade começa a contar a partir da expedição do auto de conclusão da obra, da entrega do imóvel ou da conclusão dos serviços, o que ocorrer primeiro. Em casos de vícios identificados, o proprietário poderá solicitar a rescisão contratual até um ano após a entrega do imóvel, sem prejuízo das responsabilidades continuadas.
CBIC reforça importância da medida
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) tem se mobilizado ativamente em busca de soluções que proporcionem maior segurança jurídica ao setor. A entidade destaca que a aprovação do PL 5605/2019 é um passo importante para combater a crescente judicialização indevida de supostos vícios construtivos, que tem gerado insegurança jurídica, custos excessivos para as empresas e impactos negativos em programas habitacionais, como o Minha Casa, Minha Vida.
Para enfrentar esse cenário, a CBIC estruturou o Projeto Vícios Construtivos e Garantias Pós-Obra, que está em seu segundo ciclo. A iniciativa busca estabelecer prazos claros de garantia para as unidades habitacionais e de prescrição para o ajuizamento de ações, fundamentais para a estabilidade jurídica do setor. Além disso, o projeto oferece suporte jurídico às empresas, promove discussões institucionais e atua junto aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário para garantir regras claras e previsíveis.
Próximos passos
Com a aprovação na CDU, o projeto segue para análise na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC). Caso receba parecer favorável, poderá ser encaminhado para apreciação no Senado Federal, salvo se houver requerimento para votação no plenário da Câmara dos Deputados.