CBIC debate oportunidades e o futuro da construção em Rio Branco (AC)

Nesta semana, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) está na região Norte do país. Na agenda, o presidente da entidade, José Carlos Martins, analisa o momento da construção e cenários futuros. Já a consultora CBIC e integrante do Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (CCFGTS), Maria Henriqueta Arantes, fala sobre o futuro e expectativas da construção civil e do mercado imobiliário, apresentando estudo sobre oportunidades para produção de habitação social e exemplos de programas de governo de outros estados exitosos para o segmento.

A primeira agenda aconteceu nesta terça-feira (19) em Rio Branco (AC), a segunda nesta quarta-feira (20) em Manaus (AM), nesta quinta-feira (21) acontecerá em Belém (PA) e na sexta-feira (22), em Porto Velho (RO). Os eventos são realizados em parceria com os Sinduscons de cada estado.

Apresentações em Rio Branco
Durante a apresentação em Rio Branco, o presidente da CBIC apresentou dados econômicos do setor como PIB, mercado de trabalho formal no Brasil e no Acre. No estado, o índice de geração de novas vagas foi destaque. Entre os meses de janeiro a maio deste ano foram contratados 3.158 trabalhadores. Sendo 1.052 em construção de edifícios, 1.410 em serviços especializados para construção e 696 em obras de infraestrutura.

Somente na capital, durante o mesmo período, foram contratados 1.293 trabalhadores no segmento de serviços especializados para a construção, 877 em construção de edifícios e 87 em obras de infraestrutura.

Maria Henriqueta apontou as oportunidades para produção habitacional por meio de iniciativas como: Moradia Digna, Casa Verde e Amarela, Minha Casa Minha Vida, Habite Seguro. Além disso, a consultora também destacou programas de governo exitosos do setor, entre eles: Programa Casa Fácil no Paraná, o AGEHAB no Mato Grosso do Sul, o CDHU e a Casa Paulista em São Paulo.

Edifícios Verdes
A CBIC ainda participou do lançamento do Programa de Transformação do Mercado de Edifícios Verdes, realizado pela International Finance Corporation (IFC), do Grupo Banco Mundial, na prefeitura da capital.

O ponto central do programa é a divulgação da certificação EDGE, desenvolvida pela IFC e que ajuda os construtores a avaliar as maneiras mais econômicas de incorporar recursos de construção verde em seus projetos. O software EDGE calcula uma linha de base para economia de energia, água e energia incorporada em materiais específicos para uma determinada cidade. Para atingir o padrão EDGE, um ganho de eficiência de 20% deve ser alcançado em todas as três categorias de eficiência de recursos em comparação com a linha de base.

O presidente da CBIC, José Carlos Martins, participou do lançamento do Programa na sede da Prefeitura Municipal, com a participação do prefeito da cidade, Tião Bocalom. No encontro, Martins falou sobre a priorização do tema sustentabilidade nas ações e projetos da entidade e como o setor precisa passar por um processo de descarbonização, pois possui grande responsabilidade na diminuição de emissões de carbono. A importância da Agenda ESG também foi comentada pelo presidente, e quanto a construção pode ver tais diretrizes como oportunidades de negócios para o setor. A construção em madeira, recurso muito disponível na Região Norte, também foi citado por Martins como uma forma de alta tecnologia e grande pegada ambiental.

O Programa de Transformação do Mercado de Edifícios Verdes da IFC vem sendo implantado há alguns anos na América Latina e Caribe (LAC), especificamente no Peru, Colômbia e México. A iniciativa possui como um de seus componentes a melhoria das políticas públicas e do ambiente favorável para a criação de novos marcos e regulações normativas para as construções sustentáveis, apoiando os municípios através de assessoria técnica, de forma inteiramente gratuita, que compreende a capacitação de funcionários municipais no conhecimento sobre as construções sustentáveis. O objetivo é definir incentivos atrativos e adequados, bem como apoiar a elaboração de regulamentação legal (leis, decretos, normas), ajudar na divulgação junto ao mercado e monitorar os resultados alcançados. Todas as atividades previstas ocorrem em um prazo estimado de quatro a seis meses.

O evento tem interface com o projeto “Incentivo à Sustentabilidade na Indústria da Construção” da Comissão de Meio Ambiente da CBIC, em correalização com o Senai Nacional.