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AGÊNCIA CBIC

10/04/2012

Caixa reduz juros em até 88% e quer atrair mais dois milhões de clientes

"Cbic"
10/04/2012 :: Edição 294

 

Diário do Nordeste/CE 10/04/2012
 

Caixa reduz juros em até 88% e quer atrair mais dois milhões de clientes

No cheque especial, por exemplo, a taxa caiu 67% e, dependendo do perfil do cliente, será cobrado 1,35% ao mês

 A Caixa Econômica anunciou ontem o programa Caixa Melhor Crédito, com redução de juros em linhas de empréstimo para pessoas físicas e pequenas e médias empresas. Crédito consignado, financiamento de veículos, cartões, financiamento ao consumo e capital de giro para empresas tiveram cortes nas taxas que chegaram a 88%.
 A instituição financeira quer atrair 2 milhões de novos clientes com a redução de taxas de juros. As medidas impactam imediatamente 25 milhões de correntistas da Caixa que usam os produtos. No cheque especial, por exemplo, a taxa caiu 67% e, dependendo do relacionamento do cliente com o banco, foi para 1,35% ao mês. No financiamento de veículos, baixou para 0,98%. Na pessoa jurídica, a taxa para capital de giro caiu de 2,72% para 0,94% ao mês.
 Com o corte, a Caixa espera liberar R$ 10 bilhões em empréstimos a micros e pequenas empresas. As novas taxas começaram a valer amanhã e atingem 25 milhões de clientes.
 Nas linhas em que os juros ficaram menores, o banco espera liberar R$ 71 bilhões de abril até o fim de dezembro. Ao todo, o banco prevê liberar R$ 300 bilhões em empréstimos durante todo este ano.
 Estratégia "A Caixa vai pular na frente (dos concorrentes). A intenção é ser o terceiro maior banco brasileiro em concessão de crédito. Hoje é o quarto", disse ontem o presidente do banco, Jorge Hereda, em entrevista. Na última quinta-feira, foi o Banco do Brasil quem puxou o anúncio no corte das taxas a pessoas físicas e MPEs.
 Sem influência política
 Jorge Hereda atenuou a influência política na tomada da decisão de baixar os juros pela Caixa. "Não existe nenhum atitude no corte de juros que não tenha amparo em análise de níveis de risco e inadimplência", disse à imprensa. "É uma estratégia de negócios. Não foi nenhuma atitude impensada ou populista."
 Sem interferência
 O executivo destacou que em nenhum momento a presidente Dilma Rousseff pediu que a Caixa reduzisse os juros a qualquer custo. A presidente, disse o executivo, quer que os bancos públicos adotem um nível de juros que reflita os esforços do País.
 Fatia nos empréstimos
 Com a nova estratégia, a Caixa espera aumentar a participação no mercado de empréstimos para cerca de 14% até o fim deste ano, segundo Hereda. No fim de 2011, o banco tinha 12,6% do mercado de crédito. Antes da crise mundial, era de 6%.
 Para 2012, o banco prevê que sua carteira de crédito cresça 35%, ante projeções de especialistas de expansão de 16% para todo mercado.
 Os juros menores não devem afetar os resultados do banco público, segundo Hereda. O banco vai manter a rentabilidade e espera que o lucro em 2012 seja pelo menos igual ao do ano passado, de R$ 5,2 bilhões.
 Portabilidade
 O número de operações de portabilidade de crédito cresceu 55,96% em março, ante fevereiro, segundo dados do Banco Central. E a expectativa é que essa migração de saldo devedor se acelere ainda mais, caso os bancos privados não acompanhem rapidamente a campanha dos bancos públicos, que têm promovido uma acentuada redução das taxas de juros em linhas de empréstimos para pessoa física e empresas.
 O QUE ELES PENSAM
 Migração divide opiniões
 Não acredito que os correntistas irão migrar tão rapidamente para os bancos públicos, mesmo com a redução nas taxas de juros, pois este processo demora um pouco para aqueles que não possuem conta naquela determinada instituição financeira. Além disso, a tendência é que os bancos privados não demorem a baixar estas mesmas taxas para que possam voltar a ser competitivos. E é exatamente isso que o Governo Federal espera obter com esta redução nos juros, o que acho uma medida até correta se levarmos em conta que a lucratividade dos bancos brasileiro está acima da média mundial. O que me preocupa é esta atuação tão direta do Governo no caso do Banco do Brasil, pois muitas pessoas que investem em ações desta instituição financeira é que acabam pagando a conta.
 Ênio Viana
 Economista e diretor do Ibef
 Eu sinceramente acredito que, neste primeiro momento, muitas pessoas devam sair dos bancos privados com destino aos públicos. Quem não fica atraído por juros menores? Outro fator que deve impulsionar essa migração é o período que vai levar para os bancos privados também anunciarem cortes nas taxas, tendo em vista que não é tão simples fazer isso sem que haja um prejuízo significativo na rentabilidade. Com relação ao setor produtivo, acredito que esta migração levará mais tempo, já que o processo de cadastro para pessoas jurídicas é bem mais lento. No entanto, as empresas podem se beneficiar de forma indireta com estas taxas reduzidas, tendo em vista que, se as pessoas gastam menos com juros, ficam mais aptas a consumir em maiores quantidades, aquecendo o mercado.
 Alex Araújo
 Economista
 Crédito imobiliário fica fora do corte
 O financiamento imobiliário ficou de fora do programa de corte de juros anunciado ontem pela Caixa Econômica Federal. O presidente do banco, Jorge Hereda, argumentou que o segmento já tem margens muito pequenas.
 O banco espera liberar no financiamento habitacional entre R$ 90 bilhões a R$ 100 bilhões este ano, acima dos R$ 80 bilhões do ano passado.
 Balanço
 No primeiro trimestre, foram liberados R$ 21 bilhões, aumento de 40% em relação ao inicio de 2011. Descontando as linhas do segmento Minha Casa, Minha Vida, a expansão foi de 31%.
 Hereda destacou que o segmento, depois de crescer a taxas muito elevadas nos últimos anos, está agora se expandindo em níveis mais sustentáveis. "Teve ano que cresceu 60%, isso não é sustentável".
 Estratégia
 Hereda minimizou a influência política na tomada da decisão de baixar os juros. "Não existe nenhuma atitude que não tenha amparo em análise de níveis de risco e inadimplência", afirmou. "É uma estratégia de negócios. Não foi nenhuma atitude impensada ou populista".
 Manutenção do lucro
 Ele destacou que o banco manterá a rentabilidade e espera que o lucro em 2012 seja ao menos igual ao de 2001, que ficou em R$ 5,2 bilhões. Sobre a inadimplência, destacou que ela está controlada e que pode até subir com a nova estratégia, mas nada que preocupe o banco.
 Bancos pedirão mais garantias
 Brasília Bancos apresentarão na tarde de hoje ao Ministério da Fazenda uma lista com mais de 20 sugestões para tentar diminuir as margens cobradas nos empréstimos, o chamado spread. Na lista, o tema dominante é a segurança jurídica dos financiamentos. O setor financeiro argumenta que, quanto mais seguro for a execução de dívidas atrasadas, menor será o juro cobrado dos clientes.
 A apresentação das propostas acontece menos de duas semanas depois do ministro da Fazenda, Guido Mantega, ter cobrado juro menor e mais crédito aos presidentes das cinco maiores instituições: Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Santander.
 A reunião de hoje acontece sob pressão crescente: a presidente Dilma Rousseff reclamou que os spreads são "tecnicamente de difícil explicação no Brasil" e o Banco Central estuda criar um ranking para divulgar a margem cobrada por cada banco.
 Como resposta a essa pressão, bancos costuraram uma proposta bastante técnica. O assunto dominante no documento é jurídico. Na avaliação do sistema financeiro, é preciso aumentar a segurança nos contratos e criar melhores condições para cobrar o empréstimo em caso de inadimplência. Os bancos reclamam que é muito difícil retomar, por exemplo, um automóvel ou uma geladeira financiada em caso de calote.
 Segurança jurídica
 Por isso, o setor financeiro pede "mais segurança jurídica" e mais "velocidade processual" na execução de dívidas em aberto. Bancos argumentam que, com o avanço nesses temas, as perdas por inadimplência vão diminuir e, assim, será possível cobrar menos dos clientes. A proposta dos bancos também dá destaque para a possibilidade de reduzir o juro com o aumento das garantias nos empréstimos. Uma das ideias é atrelar operações a ativos, como cotas de fundo de pensão ou imóveis.
 Garantias em calote
 Oferecer mais garantias para cobrir prejuízo em caso de calote, dizem os bancos, aumenta a segurança da operação e, assim, spreads e juros poderiam cair. A reunião será às 15h, no Ministério da Fazenda com o secretário executivo, Nelson Barbosa.

"Cbic"

 

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