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24/04/2012

Bancos devem seguir Caixa no corte de taxa de fundos

"Cbic"
24/04/2012 :: Edição 304

 

Valor Econômico/BR 24/04/2012
 

Bancos devem seguir Caixa no corte de taxa de fundos

Depois de reduzir as taxas de juros de algumas linhas de financiamentos dos bancos públicos, o governo deve agora focar no aumento da competitividade dos fundos de investimentos, principalmente das categorias DI e de renda fixa, que são as mais afetadas com a queda da taxa básica de juros.
 A Caixa anunciou na sexta-feira a redução das taxas de administração de dois fundos de renda fixa. No Caixa Azulfic RF Longo Prazo, a taxa passou de 3% para 1,5% e no Caixa FIC Clássico RF Longo Prazo, de 1,85% para 1,4%. Para esse último também foi reduzida a aplicação inicial de R$ 1 mil para R$ 100.
 O Banco do Brasil também estuda a redução da taxa de administração e dos tíquetes de entrada das carteiras com remuneração atrelada à taxa Selic, o que deve ser anunciado nos próximos 15 dias. Devemos fazer um movimento na mesma proporção da Caixa, diz Carlos Massaru Takahashi, presidente da BB BDTVM.
 Hoje, dos R$ 445 bilhões do patrimônio administrado pela instituição, cerca de 20% está em fundos do segmento de varejo e varejo alta renda. Estamos fazendo um trabalho paralelo em relação à disseminação dos produtos com custo mais competitivo, destaca Takahashi.
 O próprio Banco do Brasil ainda tem um fundo DI em seu portfólio, o BB Besc REF DI Capital FIC FI, com taxa de administração de 4%. Esse fundo praticamente não tem mais captação, mas não conseguimos fechar porque ainda possui cotistas, diz. A BB DTVM, segundo Takahashi, está fazendo um levantamento para incorporar esses fundos a carteiras com estratégia semelhante.
 O Bradesco também confirmou que está estudando o assunto. O mercado deve se ajustar a essa situação. Estamos analisando eventuais medidas para manter nossos fundos competitivos, afirma Luiz Carlos Angelotti, diretor executivo do banco, durante teleconferência realizada ontem.
 O objetivo do governo com essas iniciativas é forçar as instituições privadas a reduzir o custo desses investimentos para os investidores, tornando essas aplicações mais competitivas em um cenário de queda da taxa Selic. Esse movimento deve afetar principalmente os grandes bancos que tem forte atuação no segmento de varejo, no qual as taxas de administração costumam ser maiores.
 Com a taxa Selic atualmente em 9% ao ano, fundos DI com taxa de administração acima de 1% já perdem da poupança considerando o período de investimento de até um ano, para o qual incide a alíquota de 20% de Imposto de Renda sobre o rendimento.
 Levantamento baseado nos dados da Anbima mostra que 27,32% dos fundos DIs, o equivalente a 100 carteiras, cobram taxa de administração acima de 1% e, portanto, renderiam menos que a poupança, que conta com isenção de IR. O retorno da poupança atualmente é 6,17% mais a variação da Taxa referencial (TR).
 Para evitar uma migração em massa dos fundos para a poupança, várias propostas já foram estudadas pelo governo, desde a alteração da remuneração da caderneta à redução de IR para as outras aplicações. O problema não é a taxa dos fundos, mas a remuneração da poupança, que limita a queda da taxa Selic, afirma Willian Eid, coordenador do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo.
 Em 2009, ano em que a taxa Selic atingiu a mínima histórica, caindo para 8,75%, os fundos DI registraram um resgate líquido de R$ 5,199 bilhões. Já os fundos de renda fixa, como foram beneficiados pelo fechamento das taxas dos títulos prefixados, que trouxe uma rentabilidade adicional para essas carteiras, fecharam aquele ano com captação líquida de R$ 9,587 bilhões.
 Neste ano, os fundos DI acumulavam captação líquida de R$ 12,377 bilhões até 18 de abril, excluindo o aporte de R$ 14,690 bilhões no fundo Bradesco Performance, que tem impulsionado as aplicações da categoria. Já as carteiras de renda fixa registravam entrada líquida de R$ 12,377 bilhões no período. Em 2009, não vimos uma migração de recursos de fundos DI para a poupança, esse movimento se deu em relação aos novos aportes, diz Takahashi.
 As gestoras de recursos dos bancos têm optado por reduzir a aplicação mínima para as carteiras, o que na prática tem o mesmo efeito que um corte na taxa de administração, lembra Eid.
 Levantamento da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostra que a participação dos fundos com taxa de administração acima de 1% sobre o patrimônio total do mercado passou de 65% em 2009 para 75% em fevereiro de 2012. Nas carteiras de renda fixa, esse percentual passou de 66% para 70% no período.
 A redução das aplicações mínimas iniciais exigidas acabou contribuindo para uma queda da taxa média de administração no segmento de varejo, que passou de 1,36% para 1,29% nos fundos DI e de 1,14% para 1,10% nos de renda fixa, considerando o período dos últimos 12 meses encerrados em fevereiro. Os investidores devem perguntar periodicamente para os gerentes se o banco oferecesse produtos com custos mais competitivos, diz Eid.
 Nas gestoras independentes que trabalham com clientes de mais alta renda, a queda da Selic não deve afetar a competitividade dos fundos de renda fixa e DI pelo menos no curto prazo, pois já costumam trabalhar com taxas de administração menores, inclusive para competir com os bancos.

"Cbic"

 

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