Artigo do Especialista: O atacado e o varejo na infraestrutura

Carlos Eduardo Lima Jorge é presidente da Comissão de Infraestrutura da CBIC

Realizado entre os dias 20 e 23 de novembro de 2019, o ‘CONECTi CBIC 2019’ – Congresso Nacional de Engenharia, Construção, Tecnologia e Inovação reuniu centenas de empresários, técnicos, autoridades, na linda e progressiva cidade de Maringá-PR.

Ficamos bem hospedados no Nobile Suites Maringá, hotel situado no Complexo Paraná Moda Park. Ao lado do hotel, um grande shopping com lojas de vendas exclusivamente no atacado.

Ao que tudo indica, as vendas ali no atacado vão bem. O que me chamou a atenção foi o fato do shopping não atrair consumidores em potencial, hospedados no hotel ao lado (e falo de centenas de pessoas entre hóspedes e participantes de eventos) – pelo fato de não contar com lojas de venda a varejo.

Faço esse relato para estabelecer uma analogia com a situação da Infraestrutura no Brasil.

No atacado ela vai bem. Prova disso são os resultados de leilões para concessões de rodovias, ferrovias, aeroportos, portos e até hidrovias – que têm ocorrido ao longo do ano.

Não conseguimos, porém, deslanchar na mesma velocidade e abrangência, as milhares de obras que compõem a chamada Infraestrutura Social, como redes de água e coleta de esgotos, tratamento de esgotos, destinação de resíduos sólidos, iluminação pública, escolas, centros de saúde e hospitais, obras de mobilidade urbana. Essas correspondem ao “varejo” da nossa Infraestrutura, espalhadas por todas as regiões do país, capazes de movimentar rapidamente economias regionais, gerar empregos e o principal: dar resposta às demandas sociais mais prementes.

É com essa compreensão que a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) tem voltado seu trabalho para frentes como Estruturação de Concessões Municipais e a Retomada de Obras Paralisadas.

Nossa luta junto ao Executivo, ao Legislativo e ao Judiciário, é para que essas frentes se destravem e possam ganhar escala com rapidez.

Voltando ao exemplo inicial (do Hotel e do Shopping em Maringá), é como se nós, da CBIC, representássemos as centenas de hóspedes solicitando ao governo que abrisse também, ao lado do atacado que vai bem, lojas de venda a varejo. Com certeza nós garantiremos as vendas com sucesso.