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AGÊNCIA CBIC

02/05/2011

A volta para escola

"Cbic"
 
02/05/2011 :: Edição 088

Jornal Estado de Minas/BR – 01/05/2011

a volta para escola

Profissionais da construção civil fazem cursos de capacitação

Márcia Maria Cruz

Depois de anos de prática em obras de diferentes portes, diversos
profissionais estão voltando para os bancos escolares. É o caso dos mestres de
obra José Antônio da Cruz, de 62 anos, Geraldo Pereira da Silva, de 45, e
Jesualdo Ferraz, de 64, que foram fazer o curso de capacitação promovido pelo
caminhão-escola da ArcelorMittal e de Américo Fonseca Álves, de 51, que está no
curso de tecnólogo em construção de edifícios, promovido pelo Centro
Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH). "A gente não pode ficar parado.
Temos que nos renovar", afirma José Antônio, que trabalha há seis anos
como mestre de obras.

Com um grupo de outros 30 profissionais, ele participou das palestras de
capacitação que trataram sobre os novos formatos de laje, materiais e
tecnologias para tornar a construção mais rápida e eficiente. Em sua opinião, a
exigência por qualificação também contribuiu para o reconhecimento dos
profissionais da área. "Não somos mais chamados de peão de obra. Estamos
mais valorizados e também sendo mais procurados."

Geraldo tem 16 anos de experiência em canteiros de obras, mas isso não o
impede de sempre estar ávido por novidades na área da construção civil. "O
mestre de obras precisa conhecer de projetos. É necessário ter visão ampla da
obra, liderar a equipe com responsabilidade", diz. Durante o curso, ele
pôde se informar sobre métodos que tornam o trabalho mais fácil. "A gente
fica conhecendo sobre ferramentas disponíveis no mercado e de conhecimentos que
podemos aplicar no dia-a-dia."

Geraldo já percebe a valorização profissional. Conforme lembra, há três
anos, um mestre de obras recebia três salários. Na atualidade, ganha de quatro
a dez salários mínimos. A certeza de que a construção civil é um ótimo ramo fez
com que Geraldo incentive o filho mais velho Wanderson Dias Pereira, de 21.
"É importante que cursos e palestras estejam ao alcance de mais
pessoas."

Para o mestre de obras Jesualdo Ferraz, de 64, que trabalha na área há 23, o
momento atual é um dos melhores para a construção civil. "Desemprego é só
para quem não quer trabalhar." Responsável pelo treinamento do
caminhão-escola, o engenheiro civil Antonio Carlos Gonçalves Burgo considera
que, embora haja certa oferta, ainda são poucos os cursos de capacitação na
área. "Existem muitas técnicas construtivas que podem ser usadas no dia a
dia, que melhoram as etapas da construção. O conhecimento que pode melhorar o
trabalho diário. Existem ferramentas que irão tornar a construção mais rápida
sem perder a qualidade."

Historicamente, profissionais como pedreiros, carpinteiros e armadores são
formados nos canteiros de obra. Embora considere que seja fundamental que
passem pela parte prática, Antonio acredita que é importante também o
profissional buscar informações teóricas. "É importante saber porque se
faz daquele jeito e as razões para se aplicar de determinada forma." Para
ele, todos os profissionais devem ficar atentos para aproveitar as
oportunidades. "Este é o momento da construção civil. É hora para se
desenvolverem. O conhecimento no mercado lhe proporcionarão melhores salários,
cargos e crescimento profissional." O caminhão-escola já percorreu quatro
das cinco regiões brasileiras. Em Minas Gerais, o próximo destino será em João
Monlevade, de segunda a quarta-feira.

As aulas têm duração de quatro horas e incluem leitura básica de projetos,
fundações, lajes, armações, concretos, montagem, alvenaria e gerenciamento de
materiais. Até o fim do ano, a expectativa é capacitar mais de 2 mil
profissionais do segmento da construção civil em todo o Brasil.

A Sondagem Especial, divulgada pela Confederação Nacional das Indústrias
(CNI), revelou que, na avaliação de 61% dos empresários, a baixa oferta de mão
de obra qualificada reduz a produtividade do setor. Para 59% dos entrevistados,
isso compromete a qualidade das obras e 57% disseram ter problemas com o
cumprimento dos prazos. "A perda de qualidade e o atraso nos prazos de
entrega das obras resultam em perda de competitividade para o restante da
economia brasileira", destaca a pesquisa.

Os 25 anos de experiência como mestre obras motivaram Américo Fonseca a
ingressar no curso de tecnólogo em construção de edifícios. "É uma
oportunidade de conhecer projetos, qualidade do concreto, resistência de
materiais. É uma chance de aprofundarmos", destaca. Mesmo trabalhando
durante todo o dia, Américo não se importa de ir para a faculdade à noite,
muito pelo contrário. "Lá estamos em contato com o mundo contemporâneo. A
faculdade é um universo diferente, onde muita gente está lá para aprender.
Quando começa, a gente não quer mais parar", diz.

O curso de tecnólogo foi criado para suprir uma lacuna entre a função de
mestre de obras e o engenheiro. "Será o profissional responsável pela
gestão de materiais, meio ambiente
e controle de qualidade. É um trabalho de gestão específico", diz Geraldo
Jardim Linhares Júnior, vice-presidente da área de Materiais, Tecnologia e Meio Ambiente do Sindicato da Indústria da Construção Civil
no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG). Não cabe a esse profissional fazer
cálculos e elaborar projetos estruturais, sendo essa a função de um engenheiro.


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