Jornal do Commercio Online/PE
A radiografia da construção civil
estudo
Em 2011, a cadeia produtiva da construção somou R$ 315,3 bilhões, ou seja, 8,9% do PIB nacional, e foram criados 31 mil novos postos de trabalho, segundo a Abramat e FGV.
A cadeia da construção cresceu em ritmo mais lento em 2011, reflexo da crise internacional iniciada desde 2008. Apesar do cenário, a produção e a geração de renda e emprego na indústria de materiais e equipamentos para o segmento continuaram em elevação. É o que aponta o Perfil da Cadeia Produtiva da Construção e da Indústria de Materiais, estudo anual elaborado pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
No ano passado, a cadeia produtiva somou R$ 315,3 bilhões – o que representou 8,9% do PIB nacional. De acordo com o estudo, que traz uma radiografia do setor, os dados relativos à geração de valor e emprego mostram a perda de produtividade na indústria de materiais, mas que o emprego permaneceu em alta. No ano passado, foram criados 31 mil novos postos de trabalho.
Todos os segmentos da cadeia foram responsáveis por um total de 12,8 milhões de ocupações. A construção civil foi a que mais se destacou, com uma geração de receita de R$ 204,1 bilhões (65% do PIB da cadeia) e o maior número de ocupados, totalizando 9,2 milhões de trabalhadores (71,4% do total).
A indústria de materiais apareceu como a segunda na cadeia, com a geração de R$ 53,1 bilhões, seguida pelos produtores de máquinas e equipamentos, que geraram R$ 5,2 bilhões para a cadeia. Os dois segmentos responderam por 18,5% do PIB da cadeia, com 773 mil ocupações. O comércio de materiais e os prestadores de serviços responderam por 8,0% e 6,5% do PIB da cadeia, respectivamente.
Para a Abramat, o resultado mostra que a indústria de materiais reagiu de forma positiva aos desafios da economia brasileira a partir de setembro do ano passado. A análise lembra a alta da taxa cambial, com a desvalorização do real em mais de 15% em relação ao dólar.
"Muitos dos segmentos da indústria de materiais ou utilizam insumos importados, que se tornaram repentinamente mais caros, ou sofrem a concorrência de preços de competidores estrangeiros. Seria possível esperar que, diante da forte alta cambial, os preços praticados pelas empresas do setor também se elevassem, corroendo o ganho de competitividade frente aos importados. No entanto, no mesmo período, o INCC dos materiais teve alta acumulada de menos de 1%, o que caracteriza que, para a média do setor, não houve repasses generalizados da alta cambial", indica a publicação.
A Abramat lembra outros fatores que contribuíram para manter o crescimento do setor, mesmo de forma mais tímida – como iniciativas do setor desde 2006 para reduzir a carga tributária que incide na cadeia e até mesmo medidas que não beneficiaram diretamente o setor, como a redução das taxas de juros e desoneração da folha de pagamentos.
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