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AGÊNCIA CBIC

05/06/2013

A base da construção do DF

"Cbic"
05/06/2013

Correio Braziliense/BR

A base da construção do DF

A indústria da cidade ainda é responsável por 20% do rendimento da economia local, mas enfrenta problemas para se expandir
 A industrialização de Taguatinga está intimamente ligada à epopeia da construção de Brasília. Muitas fábricas se instalaram na cidade para atender as empreiteiras que aportaram na nova capital: serralherias, vidraçarias, moveleiras, entre outras. Com o passar dos tempos, as empresas começaram a abastecer o mercado local, tanto o governo como a iniciativa privada, porém o fôlego diminuiu nos anos de 1990, com a desvirtuação dos terrenos no setor industrial, chamados QI, e a concorrência fiscal com o estado vizinho, Goiás. Perdemos muitas indústrias para a região do Entorno, lamenta o presidente da Associação Comercial e Industrial de Taguatinga (Acit), Justo Magalhães. No entanto, ainda são cerca de 2 mil indústrias de pequeno porte e 35 de grande porte, que geram R$ 100 milhões por mês para a cidade e empregam 10 mil pessoas.
 Uma delas é a fundada por Getúlio Pinheiro Brito. Ele chegou à cidade em 1961 e abriu a loja de material para construção civil e beneficiados do aço Ferragens Pinheiro, na QI 11 da cidade, que atendia as empreiteiras que construíam a nova capital da República.
 Getúlio investiu em Taguatinga devido aos pedidos do maior sonhador da nova capital, o presidente Juscelino Kubitschek. JK era amigo do sogro de meu pai. O presidente enxergou no jovem, então funcionário em empresa de material de construção, tino apurado para os negócios, conta a filha Janine Brito.
 O maranhense, que morava no Rio de Janeiro, usou todos os tostões e partiu para ajudar o sonho de JK. Como a cidade não tinha nada, tudo estava por fazer e por construir. Era uma oportunidade ímpar, conta Janine Brito, que trabalha com o pai e os três irmãos na administração do negócio. É uma empresa familiar, destaca.
 A Ferragens Pinheiro hoje é um grupo que emprega 160 trabalhadores em franca expansão, com a inauguração de uma loja e outra indústria. Deixamos de ser uma pequena empresa, comemora. O segredo para crescer por mais de 50 anos, revela Janine Brito, está na administração familiar e em um atendimento diferenciado. Isso, claro, não deixando a raiz do empreendimento. Estaremos sempre em Taguatinga, garante.
 Uma indústria de grande porte que compartilha o mesmo pensamento é a Brasal Refrigerantes, construída há 18 anos, na parte sul da cidade. Fomos muito bem recebidos aqui e, com esse sentimento recíproco, estreitamos o relacionamento com a comunidade. Alimentamos a vontade de ajudar no desenvolvimento da região e foi uma grata surpresa que observamos no crescimento, diz o diretor-geral da instituição, Jean Claude Blaffeder. A loja ocupa 85 mil metros quadrados e apresenta crescimento anual de 10%. No mesmo período, fatura R$ 800 milhões, em média. Além de contribuir com a economia local, gera emprego e renda. Na inauguração, tinham 1,1 mil funcionários. Hoje, são 2,1 mil para alcançar a meta de produzir 315 milhões de litros em 2013.
 Espaço
 Em meados da década de 1990, a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) aprovou um projeto de lei do então deputado José Edmar Cordeiro que transformava as QI em área mistas, com habitações. Hoje, há indústrias que viraram verdadeiros edifícios. Muitas empresas tiveram de assinar termos de ajustes de conduta e fecham as portas às 18h por causa do barulho.
 Um possível local para expansão, próximo ao fim da Estrutural, no caminho para Brazlândia, seria a solução, mas já apresenta problemas, como invasões. O local existe e o governo tem demonstrado boa vontade em resolver a questão, destaca o presidente da Acit. Justo Magalhães defende ainda que se houver um novo programa de incentivo, que os beneficiados sejam industriais que geram empregos e impostos.
Não vejo saída. O setor hoje não tem como crescer, está ilhado, afirma o empresário Gilberto Rossi, que tem uma fábrica de portões automáticos desde 1984. Rossi acredita que o governo está de mãos atadas, pois não tem como crescer. A questão do terreno é ponto-chave e infelizmente não existem mais áreas disponíveis, e a concorrência com o setor imobiliário é muito grande.
 Criado em Taguatinga, o administrador da cidade, Carlos Jales, concorda com as reivindicações dos industriais e aponta o setor M Norte, próximo ao cemitério, como uma possível área de expansão, além dos terrenos no caminho de Brazlândia. Vamos fazer um programa para indústrias que querem crescer e gerar empregos. Não concordo com o que ocorreu com as desvirtuações da QI afirmou.
 Colaborou Verônica Machado Moradias Segundo a Acit, estão iniciando as construções de mais de 3.600 habitações. Em dois anos, mais 4 mil unidades estarão prontas. Em três anos, mais de 40 mil pessoas estarão morando em um setor que deveria ser apenas industrial, calcula Justo Magalhães.
 Pioneirismo e história de sucesso
 Na década de 80, Gilberto Rossi inaugura a Fábrica Rossi. Segundo ele, é fruto de sua teimosia. Para deixar a roça como chama Goianésia (GO), a cidade natal, ele chegou, em 1971, de mala e cuia em Taguatinga, onde trabalhou de vendedor de bananas na feira itinerante, depois vendeu sandálias até que começou trabalhar como serralheiro. Foi quando conheci o empresário José Farani, dono da Academia de Tênis. Ele me encomendou um portão automático. Disse que não sabia como fazer. Porém, o Farani insistiu e o fiz, lembra o autodidata.
 Em parceria com a mulher, Fátima, responsável pela gestão executiva, abriu a indústria em 1984. Nos primeiros anos, fabricava em torno de 100 portões automáticos diariamente e costumava receber clientes que não acreditava que uma empresa de Taguatinga seria capaz de fazer um portão com qualidade. Afirmavam que era feita em São Paulo. Mas, um dia, na feira da Facita, resolvi dizer que era feito aqui e criei o bordão Made in Taguatinga, relata.
 Hoje, a Fábrica Rossi gera 220 empregados diretos, mil indiretos no DF e 10 mil no Brasil. Taguatinga é uma cidade maravilhosa que acreditou em mim. Sou muito grato ao povo. Se não fosse pelo apoio dos clientes, teria me mudado, já que nunca tive incentivo algum, diz o empresário goiano.

 
"Cbic"

 

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