
AGÊNCIA CBIC
Aumento do limite de garantia gera mais negócios com letras
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21/08/2013 |
DCI Online Aumento do limite de garantia gera mais negócios com letras SÃO PAULO Desde 23 de maio, quando o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou o aumento do limite de garantias do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) de R$ 70 mil para R$ 250 mil por investidor, o estoque de letras de crédito registrado na Cetip teve crescimento de R$ 11,8 bilhões, ou 11,2% em menos de três meses. Nesse curto período, o estoque de letras de crédito imobiliário (LCIs) avançou 12,53% ou R$ 9,135 bilhões, e o estoque de letras de crédito do agronegócio – que antes não tinham cobertura do FGC e são menos conhecidas – avançou 11,3% ou R$ 2,732 bilhões. Na comparação mensal com mesmo período do ano passado, os negócios com LCIs cresceram 70% em junho de 2013 ante junho de 2012, e tiveram 57% de crescimento em julho, quando comparado com julho de 2012. Não há dados disponíveis na Cetip sobre operações definitivas de LCAs em junho e julho de 2012. No ano, o estoque de letras de créditos (LCIs e LCAs somadas) aumentou 28%, de R$ 84,84 bilhões no início de janeiro para R$ 108,88 bilhões em 16 de agosto último. "O crescimento já vinha acontecendo e aumento do limite de cobertura do FGC contribuiu sim para acelerar esse crescimento, especialmente nas LCAs que foram incluídas na decisão do CMN para dar mais segurança aos investidores", avaliou o gerente executivo de produtos e negócios da Cetip, Fábio Zenaro. O FGC garante o montante de até R$ 250 mil por investidor em um mesmo emissor – banco ou instituição financeira que possa quebrar e ser liquidada – em títulos que podem ser aplicações em LCAs, LCIs, certificados de depósito bancário (CDBs), depósitos a prazo com garantia especial (DPGEs) e depósitos à vista em conta corrente e poupança. Segundo o executivo, outro fator que já explicava o crescimento das letras de crédito era a isenção do imposto de renda (IR) para pessoas físicas. "Quando se compara a performance das LCIs ou LCAs com o CDB, e se calcula o IR, percebe-se que essa diferença de rentabilidade fica maior a favor das letras. É um rendimento maior e líquido do imposto de renda", explicou Zenaro. Dependendo do risco de crédito e do emissor, letras de crédito podem render até 120% da taxa de depósito interbancário (DI). A taxa de DI calculada pela Cetip está em 8,22% ao ano, e acompanha em paralelo a evolução da taxa básica de juros (Selic), atualmente em 8,5% em ano e definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. "O mercado vê a Selic em torno de 9,5% ao final do ano", aponta o superintendente comercial de private banking do Banco Fator, Rodrigo Marcatti. Zenaro, da Cetip, também observa maior alcance dos papéis. "Antes as letras de crédito só eram oferecidas às áreas de private banking [para clientes com mais de R$ 1 milhão em investimentos], agora já está consolidado no segmento de alta renda, alcançando um público maior", diz. Os números demonstram essa boa performance. De acordo com o banco de estatísticas da Cetip, o estoque de LCIs cresceu até 16 de agosto último, 31% no ano, de R$ 62,6 bilhões para R$ 82,03 bilhões. Já o estoque de LCAs subiu 20,8% no ano, de R$ 22,2 bilhões no início de janeiro para R$ 26,8 bilhões em 16 de agosto recente. Segundo Marcatti, do Banco Fator, o aumento da cobertura do FGC permitiu alocar volumes maiores em letras de crédito de diferentes emissores. "Trabalhamos com 10 bancos. Com o volume de R$ 1,5 milhão é possível dividir do investimento em 6 emissores diferentes. Fazemos uma avaliação rigorosa do risco de crédito e a segurança do FGC oferece mais tranquilidade ao investidor se a instituição quebrar. Quando o banco é liquidado, o pagamento sai em dois dias", explica. O superintendente argumenta que essa é a velha estratégia da diversificação. "Não se consegue traçar um cenário de longo prazo no momento com a volatilidade maior em todos os mercados". Como sugestão de diversificação, Marcatti sugere uma carteira com 30% de liquidez, capacidade de resgatar os títulos no curto prazo. "Se fosse para montar uma carteira teria 30% em letras", diz.
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