
AGÊNCIA CBIC
26/07/2011
Certificação para Olimpíadas e Copa movimentará US$ 1 bi
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26/07/2011: Edição 143 |
Jornal DCI OnLine/SP 26/07/2011
Certificação para Olimpíadas e Copa movimentará US$ 1 bi
A concessão de certificados de qualidade e adequação para edificações terá no Brasil seu mais importante mercado mundial nos próximos anos. A construção de estádios, complexos residenciais e outras estruturas para a Copa do Mundo e as Olimpíadas que aqui se darão gerará US$ 1 bilhão em negócios para o setor. Players globais do ramo correm para garantir uma fatia deste bolo: a alemã Tüv Rheinland, por exemplo, vai investir entre 50 e 70 milhões de euros ao ano, nos próximos 5 anos, na América do Sul. Deste montante, 80% virão para sua filial brasileira. Ela tem motivos para tanto: a empresa fatura hoje na América do Sul cerca de 150 milhões de euros por ano, dos quais 120 milhões são gerados pela subsidiária local. O faturamento global do Grupo é de 1,3 bilhão de euros por ano. Em breve a companhia planeja abrir filiais na Colômbia e no Peru.
A Tüv disputa contratos com potências locais, como a conhecida Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) – uma das 5 maiores empresas do setor no Brasil -, o Instituto de Certificação Qualidade Brasil (ICQ), a Det Norske Veritas Ltda (DNV) e outras companhias que estão de olho na nação que promete ser um dos maiores canteiros de obra do globo pelos próximos anos, se não o maior.
Aquisições
Para quem se espanta ao saber que por trás de siglas como ISO, BPF e NBR (nomes genéricos de certificados de qualidade) haja tanto dinheiro, vale lembrar que entidades como a Fifa (que gere o futebol mundial) e o COI (responsável pelas Olimpíadas) não aceitam que atletas se apresentem ou se hospedem em complexos esportivos que não tenham tido sua qualidade atestada por estas e outras certificações. Empresas como a Tüv são credenciadas no País pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) e pelos demais órgãos públicos para fornecê-las.
"Nossa empresa é uma das primeiras no Brasil qualificada para fornecer o selo Leed Certification, que garante a sustentabilidade dos empreendimentos construídos para o evento mundial de futebol, condição exigida pela Fifa que também pode se estender aos Jogos Olímpicos", conta João Razaboni, superintendente da Tüv Rheinland Brasil. A estratégia de crescimento da companhia por aqui é agressiva: desde sua chegada ao País, em 2000, a Tüv já comprou quatro concorrentes nacionais – União Certificadora e Orplan (2006); Ductor (2007) e Geris (2010) – "Todas líderes em seus segmentos", observa Razaboni, frisando ainda que novas aquisições locais estão no radar da organização.
Concorrência
Tanta gana em se expandir se dá porque, no Brasil, a disputa no ramo é pesada. Há players antigos e bem estabelecidos no País. É o caso da já citada ABNT. Antônio Carlos Barros de Oliveira, gerente-geral de Certificação da organização, revela seus planos para o futuro. "Em relação à Copa e às Olimpíadas, estamos especialmente focados nos muitos novos hotéis que surgirão no Brasil em razão destes jogos. Nosso trabalho de certificação concentra-se nos meios de hospedagem sustentáveis e no pessoal do setor hoteleiro, cuja qualificação poderá se tornar um importante legado de tais eventos para o Brasil", revela ele. Nos últimos cinco anos o braço de certificação da ABNT tem tido um crescimento médio de 22% ao ano. No período, a organização desenvolveu 50 novos programas voltados à atividade.
"O mercado brasileiro de certificação é extremamente competitivo, há um grande número de companhias disputando os contratos", confirma Oliveira. A sustentabilidade das construções é tendência forte por aqui: atualmente existem no Brasil três certificações específicas para tanto, que são a Aqua (Alta Qualidade Ambiental), a Leed (Leadership in Energy and Environmental Design) e o Selo Casa Azul, desenvolvido pela Caixa Econômica Federal, banco que é o maior financiador da construção civil brasileira.
Validade
Oliveira observa que uma das forças da atividade é sua permanente necessidade: "A certificação é um processo que tem início, meio e continuidade, porque os certificados das construções têm de ser validados em prazos definidos [geralmente de 1 ano]." E ele avisa: "Os organismos certificadores precisam, cada vez mais, se preparar para operar com serviços de alto valor agregado. Houve uma expansão da atividade nos últimos anos, e a demanda aumentará ainda mais no futuro", prevê.
Razaboni, da Tüv, vai na mesma linha: "A busca pela qualidade está em ritmo acelerado no Brasil. Estamos sentindo um crescimento acentuado da demanda por certificações, tanto voluntárias quanto compulsórias. As perspectivas são muito positivas e a certificação certamente terá cada vez maior importância dentro da economia brasileira", garante o executivo.
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