
AGÊNCIA CBIC
Venda de imóveis em Fortaleza aumenta 85% em cinco anos

Crescimento proporcional é o maior entre as capitais do Nordeste
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A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) apresentou na quarta-feira (19), em Fortaleza (CE), levantamento que aponta a capital cearense como a campeã do Nordeste em crescimento proporcional de vendas de apartamentos nos últimos cinco anos. Em 2024, foram comercializados 8.998 imóveis residenciais na cidade, número 85% superior às 4.865 unidades vendidas em 2020. Segunda colocada neste comparativo, Maceió (AL) saiu de 2.908 unidades negociadas por ano, em 2020, para 5.248, em 2024 – crescimento de 80,46% – enquanto as vendas aumentarem 56% Salvador (BA) no mesmo período e Recife (PE) registrou 52,33% mais vendas em 2024 que há cinco anos.
Segundo o presidente da CBIC, Renato Correia, Fortaleza apresentou um crescimento contínuo, com um salto expressivo em 2022 e 2024. “Isso pode estar associado ao aumento da oferta de imóveis para a classe média e nos padrões luxo e alto luxo, uma clara estratégia das empresas locais para atender a uma demanda local, assim como à atração de investidores e ao mercado aquecido impulsionado pelo turismo”, avaliou Correia. “Não podemos esquecer do forte impulso que representou a retomada do programa Minha Casa, Minha Vida, que tem presença muito forte em todo Nordeste e contribui para enfrentamento ao déficit habitacional”, destacou o vice-presidente de Habitação de Interesse Social da CBIC, Clausens Duarte.
Esse desempenho aos longos dos anos ajudou Fortaleza se tornar a segunda capital do Nordeste com maior volume de unidades comercializadas no período – com 33.771 unidades vendidas ou 17% do total – ficando atrás apenas de Salvador, onde foram negociados 39.512 apartamentos – 20% das vendas.
Fortaleza ainda foi a terceira capital nordestina em crescimento proporcional de lançamento de imóveis, com 108% de aumento, passando de 4.293 apartamentos novos colocados no mercado em 2020 para 8.946 unidades em 2024. Recife foi a campeã, passando de 1.954 lançamentos para 5.836 (+198%), e Maceió foi a vice, saindo de 2.170 imóveis lançados para 5.167 (+138%) na mesma comparação. Aracaju cresceu 102% e João Pessoa, 100%, nesse quesito.
Os dados fazem parte do estudo ‘Mercado Imobiliário da Região Nordeste’, produzido pela CBIC em parceria com a Brain Inteligência Estratégica com dados de 73 dos principais municípios dos nove estados da região, incluindo as capitais. Eles foram apresentados durante o evento CBIC Indicadores Regionais, voltado a empresários e líderes de entidades representativas do setor. Além do detalhamento dos dados imobiliários do Nordeste pelo CEO da Brain, Fábio Tadeu Araújo, a economista-chefe da CBIC, Ieda Vasconcelos, apresentou o cenário econômico do Brasil e seus possíveis impactos sobre a atividade no Nordeste.
“Este evento visa valorizar nossas 98 entidades associadas que representam mais de 40 mil empresas formais nas cinco macrorregiões do país e também estimular o compartilhamento de dados e a discussão de estratégias, que depois continuam ecoando em cada um dos estados. Esperamos contar com a participação do setor para as discussões, que são muito importantes”, explicou o vice-presidente da CBIC para o Nordeste, Guilherme Fortes.
“Falamos também de financiamento para a habitação e para a infraestrutura, mercado de trabalho e custos da construção, entre outros temas”, lembrou Clausens Duarte.
O evento contou com o apoio do Sindicato da Indústria da Construção do Ceará (Sinduscon-CE). “Esse é um resultado importante para a região e para a construção civil do Ceará também, pois o estado contribuiu fortemente para esse volume de lançamentos”, afirma o presidente do Sinduscon-CE, Patriolino Dias. Pela amostragem do estudo da Brain e da CBIC – que no Ceará contou com dados da capital e outros 10 municípios, que representam 45% da população – o número de unidades lançadas aqui cresceu 120% entre 2020 e 2024, segundo Dias. “Ao longo desses cinco anos, os lançamentos do Ceará representaram 17% do total no Nordeste, ficando atrás apenas de Pernambuco, com 23%, e da Bahia, com 20%”, analisou o executivo.
Setor gerador de empregos
Além de resultados imobiliários, a CBIC revelou na quarta-feira que a construção civil no Ceará registrou crescimento no número de trabalhadores formais em 2024, mas apresentou uma desaceleração na criação de novas vagas, especialmente em Fortaleza. Segundo o relatório divulgado pela economista-chefe da CBIC, Ieda Vasconcelos, o setor no estado teve uma leve alta de 1,37% no número de trabalhadores com carteira assinada no ano passado. Já na capital cearense, o crescimento foi mais expressivo, alcançando 5,62%.
Para o presidente da Associação de Dirigentes do Mercado Imobiliário de Sergipe (Ademi-SE), Evislan Souza, os eventos foram muito produtivo e enriquecedor para os empresários da região, tanto pelo compartilhamento e análise de dados como pelas discussões em torno de estratégias para o setor.