Usiminas avança na verticalização

A Usiminas concluiu, em 2011, o ciclo de investimentos para agregar valor à produção e à modernização tecnológica com a inauguração do novo laminador de tiras a quente e avança agora nos planos de autossuficiência em minério de ferro. A expectativa é que, em 2012, a empresa esteja com um catálogo de produtos competitivos para mercados em expansão. O crescimento projetado na empresa para o consumo de aços planos no Brasil é de 6%.

 "Esperamos que grandes eventos, como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, e as perspectivas de mercados, como o automotivo e o de óleo e gás, alavanquem projetos em infraestrutura e abram novas perspectivas de negócio", diz o presidente da Usiminas, Wilson Brumer. Em novembro, houve a venda de 27,66% do capital social da Usiminas para a Ternium por R$ 4,1 bilhões.

 Líder no mercado interno de aços planos, a Usiminas deu passos em sua estratégia de verticalização da cadeia de valor mineração-siderurgia-serviços. A previsão é fechar o ano com investimentos de R$ 2,4 bilhões no aumento da geração de aços de alto conteúdo tecnológico, na modernização das operações e no crescimento da extração de minério de ferro das jazidas de Serra Azul, em Minas Gerais.

 No setor de siderurgia, os principais projetos desenvolvidos focam mercados em expansão. Para o setor de óleo e gás, a Usiminas iniciou a comercialização de chapas grossas que utilizam a tecnologia de resfriamento acelerado, conhecida como CLC, adquirida da Nippon Steel. O processo permite à empresa fabricar chapas especiais, com alta resistência mecânica para uso em grandes profundidades marítimas.

 A capacidade produtiva de aços galvanizados por imersão a quente para o setor automotivo foi incrementada em 550 milhões de toneladas e chega agora a 1 milhão de toneladas por ano. A nova linha foi inaugurada em maio, na Usina de Ipatinga, e atende a outros segmentos, como a linha branca e a construção civil.

 Entre os projetos a serem concluídos estão o laminador de tiras a quente, na Usina de Cubatão, e o novo desgaseificador a vácuo, na Usina de Ipatinga. O novo laminador vai ampliar em 2,3 milhões de toneladas por ano a capacidade produtiva de aço laminado, voltado para os mercados de tubos de grande diâmetro, autopeças, máquinas e equipamentos industriais e construção civil. O novo desgaseificador tem capacidade para produzir 800 mil toneladas por ano de aço líquido desgaseificado, que resulta em um aço nobre com melhor estampabilidade, resistência mecânica e limpidez, destinado às áreas automotiva e naval.

 Em mineração, a Usiminas também avançou na estratégia de verticalização da cadeia produtiva. A criação da Mineração Usiminas em 2010, joint venture entre a siderúrgica e a japonesa Sumitomo Corporation, visa alcançar a autossuficiência em minério de ferro até 2015. A meta é produzir 29 milhões de toneladas nos próximos quatros anos. Estão previstos investimentos de mais de R$ 4 bilhões em projetos de instalações industriais, equipamentos, barragens e terminais de embarque.

 A Usiminas também vai aprimorar o consumo de energia elétrica com o objetivo de se tornar autossuficiente até 2015. Atualmente, a empresa gera 20% da energia elétrica que necessita. Entre as alternativas estão investimentos em tecnologias e processos de aperfeiçoamento do mix de combustíveis e cogeração.

 A Usiminas Mecânica, que fabrica produtos de alto valor agregado para os mercados de estrutura, pontes metálicas, equipamentos industriais, ferroviários, siderurgia e óleo e gás, inaugurou em dezembro uma nova linha de fundição de truques para vagões e outros componentes fundidos como engates, braçadeiras e hastes de ligação. A unidade, instalada em uma área de 4 mil metros quadrados amplia a capacidade de produção da Usiminas Mecânica de 24 mil para 41 mil toneladas por ano de aço e abre perspectivas de novos negócios para a empresa.