Setor imobiliário em recuperação

Correio Braziliense

Setor imobiliário em recuperação

O sonho de comprar um imóvel também movimenta o mercado brasiliense, que apresentou tendência de estabilização em 2012 e 2013 e entrou 2014 com sinais de recuperação. O presidente do Sindicato da Habitação do DF (Secovi), Carlos Hiram Bentes David, afirma que, desde 2008, o potencial do brasiliense para comprar a casa própria faz o setor ser pujante e com demanda constante. "O último Censo do IBGE mostrou que a população do DF cresceu 25% em 10 anos, o dobro da média nacional. Além disso, o PIB per capita local é o triplo do brasileiro. A população aumenta rapidamente e tem a renda elevada, o que é muito bom para o setor", afirma.

Demanda alta é um dos fatores que interferem no valor dos imóveis. Foi esse o motivo que afastou o técnico em telecomunicações Alessandro Francisco de Oliveira, 37 anos, da casa própria por muito tempo. "Comprar casa em Brasília é muito caro. Na região onde eu moro, é difícil achar imóvel por menos de R$ 500 mil. Em outras cidades, é possível comprar casas no mesmo padrão por R$ 60 mil ou R$ 70 mil", conta. Alessandro mora desde que se casou, há 15 anos, na casa dos fundos no terreno da sogra, em Ceilândia. Agora, ele nutre, com a mulher, Érika Cristina Silva Santos, 37, o sonho de receber as chaves do apartamento de dois quartos que comprou no Riacho Fundo II.

Beneficiado pelo Programa Morar Bem, Alessandro vai pagar R$ 460 por mês durante 30 anos. "Quem ganha salário normal, como eu, não consegue comprar se não for assim. Estou procurando um segundo emprego para pagar essa prestação e sei que vou ter que sacrificar o lazer com minha família", conta Alessandro, que ganha R$ 1.450 por mês. O técnico em telecomunicações já assinou o contrato de financiamento com o Banco do Brasil, mas ainda não começou a pagar as parcelas. A previsão de entrega das primeiras unidades no condomínio onde ele comprou o apartamento é até o fim de março.