
AGÊNCIA CBIC
19/12/2011
Setor da construção civil segue em alta em 2011
![]() |
19/12/2011 :: Edição 238 |
Jornal Globo.com/BR 18/12/2011
Setor da construção civil segue em alta em 2011
2010 deixou saudades. Pelo menos, na construção civil, que viveu uma desaceleração em 2011, apesar de se manter em alta. Segundo dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o setor vai fechar o ano com alta de 4,8%. Pouco, se comparado aos 11,6% de 2010, mas ainda em curva ascendente. Para 2012, as expectativas são de estabilização.
– 2010 foi um ano excepcional. O mercado não teria condições de manter um crescimento tão forte – afirma Paulo Simão, presidente da CBIC.
O mesmo deve acontecer com o crédito, que, espera-se, fechará 2011 com expansão de 45%. Até outubro, foram R$ 65 bilhões em financiamento só com recursos da poupança. Mais que os R$ 56,2 bilhões de todo o ano de 2010. A expectativa da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) é chegar a 500 mil unidades financiadas (50 mil ou 10% a mais que em 2010) em todo o país, o equivalente a R$ 75 bilhões. Isso mostra que se o volume de crédito cresceu, em boa parte, foi devido ao aumento significativo dos preços dos imóveis. A boa notícia? Eles também tendem a se estabilizar.
– Os preços ainda não vão cair. Mas a sensação é que, nos grandes centros, eles chegaram ao limite. Não têm força para subir como este ano – afirma Mauricio Visconti, diretor da Reit Soluções Financeiras Imobiliárias.
Reflexo disso é que o número de lançamentos e a velocidade de venda diminuíram em quase todo o país. Só o Rio se manteve em alta (cerca de 25% em relação a 2010), que, aliás, foi puxada pelos empreendimentos comerciais: neste caso, lançou-se mais de nove mil unidades em 2011 (contra 3.245 em 2010), enquanto as unidades residenciais ficaram em 15.480, abaixo dos 16.749 do ano passado.
Construção fluminense deve registrar expansão entre 8% e 9% em 2012, contra 5,2% previstos para a média nacional
O Estado do Rio vive momento privilegiado se comparado ao resto do país. Em 2011, a alta na construção civil deve ser de 7%
(contra 4,8% da nacional). Para 2012, a relação não é muito diferente: entre 8% e 9% no estado contra 5,2% do país. Esse deslocamento se deve, claro, aos grandes eventos que O Rio vai receber. Para 2012, os grandes propulsores da construção
civil devem ser mesmo as obras de infraestrutura e o programa Minha Casa Minha Vida.
– Ainda há muitas obras a serem feitas no estado. É preciso investir, por exemplo, nos polos industriais de Seropédica, Itaguaí, Campo Grande. São regiões que ainda podem ser adensadas. Também há lugares com necessidade de shoppings populares, hotéis – afirma Roberto Kauffmann, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-Rio).
No setor imobiliário tradicional, a previsão da Ademi/RJ é repetir o bom desempenho de 2011, com lançamento de 25 mil novas unidades ao longo do ano, sendo 16 mil residenciais e nove mil comerciais.
Imóveis tiveram valorização média de 35% na cidade
– O Rio vive um momento mágico, com incremento de novos negócios e o menor índice de desemprego do país. Tudo isso gera novos empregos. E num momento em que outras aplicações estão em baixa, o investimento em imóveis é uma ótima alternativa – analisa Conde Caldas, presidente da Ademi/RJ.
Dados do Sindicato da Habitação (Secovi-Rio) mostram que investir em imóveis foi um bom negócio em 2011. A média de valorização dos usados na cidade girou em torno dos 35%. Mas nos bairros da Zona Sul, onde há pouca oferta e muita demanda, a valorização foi ainda mais acentuada. O Jardim Botânico ficou no topo do ranking com imóveis até 44,92% mais caros do que em 2010, seguido pela Gávea (42,74%), pelo Méier (42,35%) e pelo Leblon (42,29%).
– O ano viu uma melhor definição dos pontos comerciais, divididos entre Barra e Centro e o crescimento da Zona Norte com novos empreendimentos. Em 2012, a Zona Sul vai continuar aquecida. A região da Barra e Recreio também deve ser favorecida com as modificações nas áreas de transportes e logística – defende Leonardo Schneider, vice-presidente do Secovi-Rio.
Reajustes de aluguéis também em alta
Quando o assunto é aluguel, o Centro registra a maior alta, com valorização de 74,9%. Ilha do Governador (65,7%), Méier (52,9%) e Jardim Botânico (46,8%) também aparecem como destaques.
– O valor do aluguel é vinculado ao preço do imóvel. Com os imóveis mais caros, os aluguéis acompanham – diz Mauricio Visconti, da Reit.
Para Pedro Carsalade, presidente da Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi), houve um ajuste já que havia aluguéis defasados até 30%. Mas, admite, a alta de preços nos últimos dois anos fez com que a compra produzisse boa margem de lucro:
– Quem comprou há dois anos, lucrou de 80 a 100%.
|
|
![]() |