Jornal Correio Braziliense/BR – 26/05/2011
saturada, a caixa terá que atuar com o bb
» ANA D ANGELO
Para acelerar as contratações de financiamentos no Programa Minha Casa, Minha Vida, a presidente
Dilma Rousseff determinou que a Caixa Econômica Federal, comandada por Jorge
Hereda, e o Banco do Brasil, sob a liderança de Aldemir Bendine, trabalhem
juntos no financiamento da casa própria. A ordem foi dada em reunião no Palácio
do Planalto na semana passada com os presidentes das duas instituições. A Caixa
limitou-se a informar que a parceria é para troca de informações, de
infraestrutura e de tecnologia para aumentar a participação do BB no crédito
habitacional.
Mas, de acordo com informações obtidas pelo Correio, Dilma está preocupada
com o cumprimento da meta de contratação de 2 milhões de moradias prevista para os quatro anos
do seu mandato, dos quais 1,2 milhão para famílias de até três salários
mínimos. Hoje, o programa Minha Casa,
Minha Vida, que já tem até uma segunda versão, é tocado somente pela
Caixa, cuja estrutura está quase saturada.
Neste ano, foram contratadas apenas 89.704 unidades em quatro meses e sete
dias, todas elas para famílias de renda de três até dez salários mínimos. Está
na fila para deslanchar ainda em 2011 a liberação de créditos a trabalhadores
com renda de até três mínimos, justamente a faixa que corresponde a 60% da meta
anunciada pela presidente. A Caixa alega que está esperando orientações do
governo para pôr em prática os financiamentos neste ano.
A parceria entre os dois bancos é para aproveitar a extensa rede de agências
do Banco do Brasil, que está em 70% dos municípios brasileiros. O BB passou a
ofertar crédito imobiliário há
apenas dois anos. Sua carteira, de R$ 4,1 bilhões, que beneficia basicamente a
classe média com renda acima de 10 salários mínimos, dobrou em um ano. Mas é
apenas 5% do total emprestado pela Caixa, que soma R$ 80 bilhões e corresponde
a 82% da carteira habitacional do país, considerando todas as faixas de renda.
Ontem, houve nova reunião de Dilma com os dirigentes dos dois bancos no
Planalto, mas, desta vez, participou também a ministra do Planejamento, Miriam
Belchior, responsável pelas obras do Programa
de Aceleração do Crescimento (PAC).
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