
AGÊNCIA CBIC
Rodada de Negócios debate principais temas do setor imobiliário

Financiamento imobiliário, insegurança na cadeia sucessória da compra do terreno, importação do aço, programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV) e pró-Soluto foram alguns temas destacados nesta segunda-feira (23), durante a Rodada de Negócios do setor imobiliário. Promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o evento aconteceu durante o Construa Minas, encontro que acontece até o próximo dia 26, em Belo Horizonte.
A primeira parte da reunião foi conduzida pelo vice-presidente da Indústria Imobiliária, Ely Wertheim, e destacou a agenda do mercado. O advogado do Conselho Jurídico do Secovi-SP, Rodrigo Dias, abriu o debate ressaltando o Art. 185 do Código Tributário Nacional, que fala da fraude à execução fiscal. Dias destacou os principais pontos que merecem atenção a partir do entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre o tema.
“Os principais pontos que precisamos dar atenção é que a ausência de constrição na matrícula do imóvel não permite concluir se há ou não fraude à execução fiscal. A inexistência de execuções fiscais não permite concluir se há ou não fraude à execução fiscal; e a existência de certidão positiva com efeito de negativa não permite concluir se há ou não fraude à execução fiscal”, disse.
Sobre financiamento imobiliário, o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, apontou os principais dados do país e falou sobre as expectativas do setor. “A expectativa para o financiamento imobiliário para 2023 segue a linha que temos observado, uma queda de 13% no que se refere ao SBPE, enquanto observamos um crescimento de 32% no FGTS”, disse.
Ainda durante o encontro foram debatidos temas como a Norma ABNT/CEE-259, que visa a normalização de Serviços Imobiliários, com a apresentação do CEO da Tarjab Incorporadora e vice-presidente de Tecnologia e Sustentabilidade do Secovi-SP, Carlos Borges. Ainda foram apresentadas informações sobre o aumento das taxas de importação do aço, que contou com a participação do vice-presidente de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade da CBIC, Dionyzio Klavdianos.
A segunda etapa da reunião, presidida pelo presidente da Comissão de Habitação de Interesse Social (CHIS), Clausens Duarte, contou com a participação do vice-presidente do Conselho Jurídico da CBIC, Fernando Guedes, e do advogado consultor Melhim Namem Chalhub. Os juristas abordaram o Pró-Soluto, nota promissória emitida entre proprietário e construtora que atesta que o valor faltante pela compra do imóvel será quitado futuramente, e a garantia que envolve as construtoras neste processo.
Chalhub apontou que atualmente a garantia por parte das empresas é frágil e há uma barreira para a incorporadora exercer seus direitos, barreira essa, representada pela fiança, apontou. Mas que, a partir da Nova Lei do Marco de Garantias, prevê que a alienação pode ser registrada desde a data da sua aprovação. “Trazendo o direito real garantido na matrícula do imóvel”, disse.
Ainda durante o encontro, o economista assessor do Secovi-SP, Luis Fernando Mendes, levantou os principais dados sobre recursos onerosos até o mês de setembro e suas principais variações.
Clausens Duarte comentou as expectativas para as próximas etapas do programa MCMV, que será de contratações, desenvolvimento de projetos e aprovação junto à Caixa Econômica Federal. “Estamos acompanhando e acreditamos que o prazo para o cumprimento dessas etapas será desafiador para alcançar a meta esperada pelo governo”, disse.
O evento teve interface com o projeto “Melhorias para o Mercado Imobiliário”, da CII/CHIS da CBIC, em correalização com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).