
AGÊNCIA CBIC
07/11/2011
Recurso para quem precisa
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07/11/2011 :: Edição 212 |
Jornal Correio Braziliense/BR 05/11/2011
Recurso para quem precisa Nos últimos oito anos, o volume de crédito dado pela Caixa cresceu, e o financiamento pode chegar a 100% do valor do imóvel. Além dessa fonte, o comprador tem os bancos privados e as construtoras
O sonho da casa própria está cada vez mais fácil de ser realizado pelos brasileiros. A estabilidade financeira conquistada na década de 1990, com o Plano Real, abriu uma série de opções para quem desejava sair do aluguel. Hoje, as condições de financiamento imobiliário contam com prazos de pagamento que podem chegar a 30 anos e taxas de juros que, apesar de ainda serem consideradas altas em relação a outros países, diminuíram na comparação com períodos anteriores.
Segundo o diretor de habitação da Caixa, Teotônio Resende, o volume de crédito destinado pela instituição para o setor tem crescido ano a ano. Em 2003, o valor era de R$ 4,8 bilhões; em 2010, subiu para R$ 76 bilhões; e, em 2011, a projeção é de que sejam concedidos R$ 85,9 bilhões em crédito imobiliário, somente pela Caixa. "A estabilidade econômica e o aumento da renda fizeram com que houvesse a ampliação da capacidade de pagamento da população interessada em comprar um imóvel", afirma. Até 14 de outubro deste ano, já tinham sido concedidos R$ 58,3 bilhões em financiamentos pela instituição.
A melhoria da renda e das condições de pagamento refletiu-se também no valor dos imóveis financiados. Segundo dados da Caixa, em 2003 o valor médio do imóvel era de até R$ 78 mil para o público em geral. E, para a população de baixa renda, R$ 37 mil. Atualmente, os brasileiros financiam imóveis com valores de até R$ 214 mil e, na população de baixa renda, o valor chega a R$ 88 mil. Outra mudança foi a porcentagem financiada, que hoje pode chegar a 100% do valor do imóvel.
Até 2009, a população de menor renda não conseguia atender aos requisitos dos bancos para comprar um imóvel financiado e, portanto, estava fora do mercado imobiliário. Com a criação do Programa Minha Casa, Minha Vida pelo governo federal, essas pessoas passaram a poder financiar imóveis e, hoje, segundo dados da Caixa, são responsáveis por 55% do crédito concedido pela instituição.
Segundo Resende, havia uma carência por imóveis neste segmento da população. A inclusão acabou criando um novo nicho de mercado na construção civil e, consequentemente, atraindo novos empresários para o setor. Sérgio Sousa trabalhava no mercado financeiro quando decidiu apostar na construção de casas para a população de baixa renda. "A procura por casas populares hoje é muito grande. Para cada casa que nós fazemos, existem pelo menos cinco compradores interessados. Se hoje nos tivéssemos condições de fazer 50 casas, nós venderíamos todas", afirma Sérgio. As casas construídas pela empresa dele têm preços entre R$ 70 mil e R$ 90 mil, dependendo do número de quartos, do acabamento escolhido e da localização. Todas são financiadas pelo programa Minha Casa, Minha Vida.
Ele alerta: nem sempre é fácil estar nesse ramo. "A maior dificuldade que nós enfrentamos é a burocracia do programa. É preciso entregar um número absurdo de documentos tanto do comprador quanto do vendedor, o que torna o processo demorado", explica Sérgio.
Há cinco meses, o vigilante Valdivino Figueiredo conseguiu financiar o imóvel pelo programa. "Um colega de trabalho me contou que havia esse tipo de financiamento, mas no começo resisti, não achava que seria um bom negócio. Só depois de saber das condições e de ver uma casa já pronta é que me animei a entrar no financiamento", conta. Segundo o vigilante, o processo foi longo e exigiu paciência, mas valeu a pena. "Para mim e para minha família, foi uma alegria. Hoje moro com minha mulher e meus dois filhos em uma casa de três quartos com 75 metros quadrados", conta.
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"O aumento da renda fez com que houvesse a ampliação da capacidade de pagamento da população interessada em comprar um imóvel"
Teotônio Resende, diretor de habitação da Caixa
Tipos de financiamento
Os financiamentos para compra de casa ou apartamento novo ou usado podem ser feitos por bancos ou diretamente pela construtora. Saiba as diferenças:
Bancário
Antes de optar por um financiamento desse tipo, é preciso pesquisar. As taxas de juros, seguros e administração variam muito de banco para banco. Portanto, é preciso verificar as condições em cada um. A pesquisa pode ser feita nos sites das próprias instituições, e em algumas páginas é possível inclusive simular o financiamento. O próximo passo é ir ao banco munido dos documentos necessários para obter o crédito pré-aprovado. Após a visita, é possível saber o quanto será concedido de crédito. Encontrado o imóvel, você deve voltar ao banco com os documentos para dar entrada no pedido de financiamento. O prazo para pagamento da dívida com os bancos é de até 30 anos e o valor financiado pode chegar a 100% do valor do imóvel.
Com a construtora
Quando a opção é o financiamento direto com a construtora ou incorporadora, o comprador não paga juros sobre o valor financiado durante a construção do imóvel, mas corrige o contrato pela variação do Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) a partir da data de assinatura do contrato. Quando o imóvel é entregue, são aplicados os juros, geralmente de 12% ao ano (ou 1% ao mês), mais uma atualização pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) até o fim do financiamento. Os prazos para pagamento nessa modalidade variam de 60 a 96 meses. A construtora financia até 70% do preço total do imóvel, e cobra até o fim do contrato, sem juros, os 30% restantes de forma semestral ou anual.
Fique atento
O consumidor deve estar alerta: imóveis comprados na planta geralmente têm parcelas baixas (e elas normalmente são anunciadas como estratégia de venda). Quando o empreendimento é entregue, ele deve pagar o restante do preço do imóvel – o que é chamado de "chaves". Caso não se tenha o valor total para esse pagamento, então é necessário procurar um financiamento (que pode ser com a construtora ou com o banco). Se o financiamento não for aprovado, o comprador pode ter que vender o ágio do imóvel para quitar a dívida.
Matemática pura
Para calcular, divida o preço do aluguel pelo valor do imóvel e multiplique o resultado por 100. Se o resultado for maior do que 0,5, é melhor comprar. Caso contrário, prefira alugar.
Exemplo 1
Aluguel R$ 1 mil
Valor do imóvel R$ 200 mil 1.000/200.000 = 0,005 0,005 x 100 = 0,5
Nesse caso, é mais vantajoso alugar.
Exemplo 2
Aluguel R$ 1,5 mil
Valor do imóvel R$ 200 mil 1.500/200.000 = 0,0075 0,0075 x 100 = 0,75
Nesse caso, vale a pena comprar.
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