
AGÊNCIA CBIC
Projeto da CBIC estimula participação social no planejamento das cidades

A população mundial é composta por quase 8 milhões de habitantes distribuídos em 193 países reconhecidos, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU). Só no Brasil, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são mais de 212 milhões de habitantes. Pessoas distribuídas em 5.568 municípios brasileiros e que podem participar ativamente da formação de cidades melhores para o futuro.
Essa é a visão do projeto da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), denominado O Futuro da Minha Cidade, conduzido pela Comissão de Meio Ambiente (CMA) da entidade, relançado durante o Construa Minas, encontro que reuniu diversas entidades da construção em Belo Horizonte (MG), entre os dias 17 e 21 de outubro. De acordo com o presidente da CBIC, José Carlos Martins, em 2012 a entidade, focada na responsabilidade social da instituição, começou a discutir propostas para serem debatidas com candidatos à prefeitura de diversas cidades do país. O intuito, destaca, era participar da criação de programas sólidos e contribuir com a qualidade de vida dos cidadãos.
“Quem melhor que o cidadão para saber o que é importante para melhorar as cidades? Esse é o valor do projeto, fomentar o envolvimento da sociedade nas discussões para um futuro melhor, promover a parceria entre a sociedade e o poder público. E a construção civil participa de todo esse processo, afinal, contribuímos com a formação das cidades e agregamos bem-estar à vida das famílias”, destacou Martins.
Consultor de sustentabilidade da CBIC, Silvio Barros destacou que o projeto promove mais do que a participação da sociedade, visa estimular a denominada governança corporativa. Ele explicou que a governança corporativa significa envolver a sociedade no planejamento do futuro da cidade, garantindo o comprometimento de longo prazo de todos, independente de quem esteja à frente da gestão municipal.
“Precisamos envolver as pessoas, envolver todo mundo que participa do funcionamento da cidade e que vai cuidar de tudo, um urbanismo colaborativo. As pessoas precisam se interessar, participar da construção da cidade. Quando se aumenta a responsabilidade do cidadão, protegemos uma geração inteira. Reunir as pessoas é o que a CBIC se propõe a fazer”, disse.
O presidente da CBIC destacou que a construção civil tem o dever de ser protagonista. “A construção física das cidades é do setor. Saneamento, viaduto, habitação, hospitais, escolas, tudo tem nossa participação direta. Temos responsabilidade com isso. Somos obrigados a olhar para frente, trazer a inovação, perceber a direção que o mundo está indo e transferir essas tendências para a prefeitura. A CBIC planta a semente e conta com a adesão de todos, poder público, entidades e sociedade”, completou.
Renato Correia, vice-presidente do Sinduscon Goiás, explicou que o projeto se baseia em promover a sustentabilidade das cidades, ancorada na vocação da região, compreendendo o contexto da economia e desenvolvendo um projeto de futuro coerente para o local.
“Primeiro precisamos olhar onde estamos, em seguida, entender como somos geridos e então perceber como fazemos para mudar a realidade. O desafio aumenta a cada ano, mas precisamos ser protagonistas neste processo. O Futuro da Minha Cidade pode transformar o dia a dia de tantas pessoas e, consequentemente, melhorar o país. Não podemos nos furtar do olhar crítico, de cobrar, mas também não podemos nos abstrair, nos ausentar do nosso compromisso. Temos participação e responsabilidades”, reforçou Correia, que também integra o Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico (Codese) Goiânia.
Participação dos Codeses
Parte importante do projeto é a participação dos Conselhos de Desenvolvimento Econômico (Codese) das cidades, com caráter consultivo, voluntário e que reúne integrantes da sociedade civil para debater questões urbanas e propor ações efetivas para o desenvolvimento sustentável da região e a consequente qualidade de vida dos moradores. Diversos municípios do Brasil já contam com a atuação desses Conselhos que foram inspirados em uma experiência exitosa da cidade de Maringá (PR) e impulsionados pelo “O Futuro da Minha Cidade”, idealizado pela CBIC.
Teodomiro Diniz, consultor da CBIC e integrante do Codese Belo Horizonte, ressaltou a importância de mobilizar a população para participar do planejamento de médio e longo prazo das cidades, trabalhando com o poder público a implantação das melhorias pensadas pela sociedade civil organizada.
“A participação das pessoas é a base da mudança e melhoria das cidades. Não dá para fazer um trabalho de recomposição sem que haja participação da comunidade. Precisa ser um movimento de entidades também, por isso a importância dos Codeses, que são estruturas locais investidas da vontade e da responsabilidade pela transformação do futuro”, afirmou.
José Carlos Martins ressaltou ainda que o cidadão conhece cada ponto da cidade que precisa de melhoria e, por isso, precisa participar do processo de formação urbana. Ele explicou que o Codese reúne diferentes olhares e demandas buscando as melhores soluções. “O Codese é a união de todos com o propósito de planejar e construir o que queremos. Este movimento é uma chance de a população liderar o desenvolvimento local. É o prefeito conversando com a sociedade e tendo um projeto de continuidade. É a junção de várias cabeças que pensam diferente e podem trazer soluções diversas, mas que pensam juntas para encontrar soluções que garantam bem-estar para todos. Um movimento colaborativo essencial para a construção de uma cidade de todos e para todos”, concluiu.
O tema tem interface como o projeto “O Futuro da Minha Cidade”, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).