
AGÊNCIA CBIC
26/08/2011
Projeção de venda de materiais em 2011 recua para 6%
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26/08/2011 :: Edição 166 |
Jornal Diário do Comércio – MG/MG 26/08/2011
Projeção de venda de materiais em 2011 recua para 6%
No ano passado, as vendas do setor cresceram 10,6% e somaram R$ 49,8 bilhões
Diante do ainda fraco desempenho do setor, a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) reduziu a projeção de crescimento das vendas para este ano de 8,5% para 6%. Em meados de março, essa expectativa já havia sido cortada, pois anteriormente a previsão era de 11%. No ano passado, as vendas do setor cresceram 10,6%, somando R$ 49,8 bilhões.
Para o presidente da entidade, Cláudio Conz, a decisão se deve à falta de regularidade no desempenho das vendas nos últimos meses. "Essa previsão é mais uma torcida do que uma projeção técnica. Os desempenhos de agosto e setembro serão decisivos para a concretização da estimativa", afirmou o dirigente, durante o fórum da Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (Abrafati), realizado ontem em São Paulo.
Para 2012, Conz acredita em uma alta próxima de 5%. "No momento há um acirramento da discussão sobre preço em todos os segmentos. O varejo está enfrentando dificuldades para repassar a alta de custo (dos materiais)", afirmou o presidente da Anamaco.
A Anamaco espera um segundo semestre mais difícil, com a pressão de custos ainda pesando nas vendas do setor, e aponta os aumentos salariais e a falta de espaço para o repasse de custos como principais problemas. " preciso considerar também o impacto da temporada de chuvas no início do ano, que tem sido cada vez mais forte, e a mudança de governo, quando em geral há um realinhamento de projetos", disse Conz.
Ao reajustar seus cálculos ao atual cenário, a entidade reduziu hoje em 2,5 pontos percentuais a projeção de vendas para este ano, que agora está em 6%. "Aguardo os números de agosto para saber se manteremos essa posição, mas já considero essa estimativa otimista. Acredito que ficaremos um pouco abaixo do PIB este ano", afirmou o dirigente. Atualmente, o governo prevê um Produto Interno Bruto (PIB) próximo de 4% para este ano, de acordo com o Relatório de Inflação mais recente do Banco Central.
Entre os fabricantes de material para construção o cenário permanece otimista, mas as estimativas para o ano também já foram revisadas por duas vezes. A Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), que entrou o ano prevendo expansão próxima de 9% nas vendas para 2011, em abril reduziu a projeção para 7%. Decepcionada com a performance aquém do esperado vista no semestre, a entidade promoveu novo corte na previsão no mês passado, e agora espera alta modesta de 5% nas vendas.
Polos – Em busca dos novos polos de desenvolvimento no país, o executivo citou a pesquisa da Ibope Inteligência com dados reunidos pelo Pyxis Consumo – ferramenta que indica o potencial de consumo de diversos setores – para delinear as tendências do setor.
O levantamento identificou 48 cidades com mais de 100 mil habitantes no país cujo crescimento econômico e populacional está acima da média nacional. Desse seleto grupo, 18 cidades estão na região Sudeste. Em segundo lugar surge a Nordeste, com 11 municípios, seguida pela região Norte, com nove.
Na opinião do presidente da entidade é preciso ficar atento a essa fatia social, que atualmente representa 7% da população do Brasil e 8,8% do PIB, e que em 2021 deve chegar a 10% da população e 14% do PIB.
Sobre as turbulências no cenário externo, o dirigente lembra que no momento o caixa do governo é 60% superior ao registrado durante a crise de 2008. "Temos recursos para enfrentar os momentos difíceis, que com certeza virão. Afinal não somos imunes a eles", reconheceu Conz.
Segundo o dirigente, embora a relação com o governo federal seja bastante positiva, com a conquista da isenção do IPI para alguns produtos até o final de 2012, o setor precisa trabalhar mais em conjunto com o governo estadual na busca por novas reduções tributárias.
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