Revista Exame/BR – 22/05/2011
pesquisar preços de material de construção ajuda a economizar até 25%
Com exceção do cimento, que deve ser
usado em 90 dias, demais materiais podem ser comprados aos poucos
Brasília – Em tempo de inflação
alta, o pequeno construtor deve planejar bem e pesquisar preços para evitar
surpresas na hora de comprar o material para as obras. O Índice Nacional da Construção
Civil (Sinapi), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), em convênio com a Caixa Econômica Federal, ficou em 0,48% em abril,
inferior ao registrado em março (0,52%). Mas, em comparação a abril do ano
passado (0,37%), a taxa registrou elevação de 0,11 ponto percentual. Em 12
meses fechados em abril, o resultado ficou em 7%, acima dos 6,88% de igual
período anterior.
De acordo com o presidente da
Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco),
Cláudio Conz, a inflação no setor "está bem comportada" e deve acompanhar,
a partir de agosto, a queda de preços prevista pelo governo. Ele considera um
problema, no entanto, a inflação dos produtos derivados de petróleo.
Segundo Conz, toda vez que a
Petrobras eleva os produtos do setor petroquímico, afeta certos itens, como o
plástico e materiais fabricados com PVC. Segundo ele, essas alterações
preocupam porque parte dos produtos utilizados na construção civil vem do setor
petroquímico e parte é formada por commodities metálicas, muitas delas
importadas, usadas para a fabricação de produtos como torneiras. Outra
preocupação do setor em relação ao petróleo tem a ver com o preço dos
combustíveis, que tem impacto no setor de transportes.
Em relação às commodities, o
presidente da Anamaco disse que tem observado uma estabilização dos preços e
até queda. "Se por um lado as commodities começam a apresentar uma
tendência de estabilidade, ou até de queda, por outro os preços internos da
Petrobras têm apresentado pressão de alta, incluindo transportes. Isso acaba
afetando os preços", disse.
Para o pequeno construtor, Conz
recomenda um bom planejamento e pesquisa de preços em pelos menos quatro ou
cinco lojas de material de construção antes de comprar qualquer produto. Ele
lembra que, com exceção do cimento, que tem prazo de validade de 90 dias, os
outros materiais não necessitam de uso imediato. "Você pode comprar uma
torneira, por exemplo, que será usada daqui a nove meses ou uma cerâmica que
vai usar daqui a dez meses", orienta.
O presidente da Anamaco destacou que
a compra planejada pode resultar em grande economia. De acordo com ele, quem é
organizado e faz levantamento de preços pode reduzir o custo da obra em até 25%.
Como os produtos não são perecíveis, uma saída na hora de procurar preços mais
em conta é aproveitar promoções. "Existem algumas oportunidades que acabam
acontecendo ao longo de uma reforma ou uma obra que podem ser muito bem
aproveitadas."
O consumidor deve ter cuidado, no
entanto, com os produtos importados. Muitos deles, segundo Conz, não seguem as
normas técnicas adotadas no Brasil e podem ser um problema para o pequeno
construtor, mesmo sendo mais baratos. Segundo ele, os produtos devem sair dos países
de origem com selos de qualidade expedidos por certificadoras reconhecidas
internacionalmente. "Depois que eles [os produtos] são descarregados no
Brasil, é um Deus nos acuda. Estamos preocupados que essas importações estejam
alinhadas como as certificações do Inmetro [Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial] e com os programas setoriais de
qualidade", disse.
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