
AGÊNCIA CBIC
28/09/2011
Otimismo continua, mas é menor neste ano
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28/09/2011 :: Edição 186 |
Jornal Diário do Comércio – MG/MG 28/09/2011
Otimismo continua, mas é menor neste ano Perspectiva futura tem leve queda.
Empresários continuam demonstrando confiança na política econômica, mas o entusiasmo caiu
Os empresários do setor da construção civil continuam otimistas em relação ao desempenho de suas atividades no país. Em agosto, a Sondagem Nacional da Indústria da Construção, realizada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo (Sinduscon-SP), em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e apoio da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), mostra que o otimismo é ligeiramente inferior ao registrado em agosto de 2010, reflexo do processo de ajuste pelo qual passa o setor, embora siga em ritmo ainda forte.
A pesquisa detectou que o indicador de desempenho das empresas de construção civil manteve-se praticamente estável nos últimos três meses, com variação de 0,83%, contabilizando 54,72 pontos. Na comparação com a sondagem feita em agosto de 2010, houve uma queda de 7,6% no otimismo em relação ao desempenho das construtoras. Entretanto, como as expectativas estavam bastante elevadas há um ano, nos demais indicadores registrou-se um arrefecimento na comparação anual, sobretudo em relação à expectativa de crescimento econômico, que caiu 24,4% no ano, alcançando 47,7 pontos em agosto.
As perspectivas otimistas de desempenho futuro praticamente permaneceram estáveis (ligeira queda de 0,44%), ficando em 56,96 pontos. A Mobyra Incorporações SA, de Belo Horizonte, é exemplo deste quadro. "Nós não estamos colocando freio, vamos investir", adianta o diretor de produção da empresa, Rodrigo Guaracy Costa. Entre os lançamentos para 2012 estão previstas a construção de 112 unidades em Betim, de 58 apartamentos na rua Campos Sales, na Capital, além de 78 na avenida Barão Homem de Melo, na região Oeste.
Construção passa por processo de ajuste, embora setor ainda siga em ritmo forte
Crédito – A explicação de Guaracy é simples: "Existe crédito disponível no mercado e demanda por casa própria, principalmente para a população de baixa renda". É exatamente no segmento de baixa e média renda que a empresa pretende se focar, construindo para o "Minha casa, minha vida II" (MCMV) e em unidades com valores até R$ 350 mil. Este ano, a Mobyra entregou as primeiras 60 unidades do MCMV, construídas no bairro Diamante, região do Barreiro, em Belo Horizonte. Mas também construiu um condomínio de luxo em Natal (RN).
Da mesma forma, a PDCA Engenharia, incorporadora de Uberlândia com atuação no Triângulo Mineiro, Sudoeste Goiano, Norte de São Paulo, Distrito Federal e Pernambuco, também segue a expectativa otimista do mercado. "Somente no 1º semestre do ano finalizamos cinco empreendimentos com mais de 800 unidades habitacionais e iniciamos outras sete obras totalizando mais de 1.600 unidades em construção no momento", diz Amanda Oliveira, analista de orçamento da empresa. A atuação da PDCA Engenharia representou nos seis primeiros meses do ano um investimento de aproximadamente R$ 110 milhões e a criação de cerca de 600 empregos. Para os próximos meses, a expectativa da empresa é de iniciar a construção de mais 1.813 unidades habitacionais, ou seja, aproximadamente R$ 100 milhões em obras.
Em relação à confiança na condução da política econômica do governo, a sondagem captou que ela teve aumento de 12,37%, indo para 47,5 pontos. Já em relação ao item dificuldades financeiras houve recuo de 4,74% no trimestre, com índice de 52,6% em agosto. Vale ressaltar que os empresários atribuem a cada quesito da sondagem uma pontuação que vai de 0 a 100, na qual valores acima de 50 denotam desempenho ou perspectiva favorável. A exceção é no quesito das dificuldades financeiras, no qual valores acima de 50 apontam perspectiva ou desempenho não favorável.
A expectativa de uma inflação reduzida apresentou aumento de 39,23% no trimestre, chegando a 38,54 pontos em agosto. No ano, o quesito caiu 18,1%. Um elemento positivo revelado pela última sondagem refere-se aos custos. A percepção dos empresários em relação a esse componente apresentou melhora tanto na comparação com a pesquisa anterior, de maio de 2011, quanto com agosto de 2010. Apesar de se manter no campo das preocupações, isto é, com 43,55 pontos, o elemento de avaliação de custos registrou em agosto o patamar mais elevado desde fevereiro de 2010.
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