Jornal Estado de Minas – 15/12/2011
Oportunidade de ouro
Kit de qualidade reeditado pelo sindicato da construção civil ajudará empreendedores a inovar seus processos de produção e a transpor desafios
Apesar de o ditado popular dizer que "em time que está ganhando não se mexe", em um mercado competitivo como o da construção civil, que vem registrando crescimento anual entre 4% e 5%, os empreendedores que não ousarem e buscarem inovações em seus processos produtivos vão deixar de aproveitar oportunidades de ouro. Para agilizar e otimizar as tomadas de decisões no próximo ano, o Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG) lançou a quinta edição de seu kit de qualidade, com sete publicações produzidas pela entidade em 2011. O objetivo é transformar o material em ferramenta para o dia a dia do construtor, às voltas com um cenário bastante positivo, mas com desafios a serem transpostos.
Entre os temas, escolhidos a partir da demanda dos associados do sindicato, o trabalho A nova dimensão da construção civil no cenário macroeconômico nacional traduz o que qualquer leigo no assunto percebe ao dar uma volta pela cidade: a evolução dos principais indicadores da indústria da construção. Dados regionais e nacionais demonstram que o setor, nos últimos anos, passou por um aprimoramento inquestionável. "A construção civil passa por um momento diferente. Historicamente, ela está presente no desenvolvimento de qualquer economia e, finalmente, o país percebeu que precisa de infraestrutura para se desenvolver econômica e socialmente", explica o economista Daniel Ítalo Richard Furlleti, coordenador sindical do Sinduscon-MG.
Se na década de 1980 o setor de construção apresentou uma média de crescimento anual de 0,6%, de 2004 a 2010 a média anual pulou para 5,18%. Só em 2010, o crescimento foi de 11,3%. "Isso se deve a fatores como maior oferta de crédito imobiliário, aumento do emprego formal, crescimento da renda familiar, estabilidade macroeconômica, obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do programa Minha casa, minha vida, e mudanças no marco regulatório do mercado imobiliário, que resultaram em maior segurança, transparência e agilidade nos negócios."
O emprego no setor acompanhou esse crescimento. "De 1986 a 1989, a construção gerou 219 mil empregos formais. De 1990 a 2000, caiu para 30 mil, e a partir de 2001, houve uma flagrante mudança, com 1,46 milhão de empregos formais." Somente em Minas Gerais, de 2000 a 2010, foram preenchidas 167 mil vagas, e desse total, a Região Metropolitana de Belo Horizonte foi responsável por 85.363 empregos formais na construção civil.
FINANCIAMENTO O consumo de cimento também é um grande indicativo dessa evolução. "Na década de 1950, foram consumidas 29.399 toneladas, enquanto somente em 2010 foram consumidas 60 mil toneladas, ou seja, o dobro do que se consumiu em uma década." O principal destaque, porém, está mesmo nos dados do financiamento imobiliário. Em 2000, foram 36 mil unidades financiadas pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Uma década depois, o número subiu para 421 mil unidades. Todos esses fatores sustentam uma perspectiva de crescimento para os próximos anos no mesmo patamar de 5%, principalmente se houver investimentos para aumentar a produtividade e continuar o processo de qualificação da mão de obra.
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