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AGÊNCIA CBIC

30/05/2011

O sertão vira concreto

"Cbic"
 
30/05/2011 :: Edição 108

Jornal Estado de Minas/BR – 29/05/2011

o sertão vira concreto

Construção civil se expande, cria
empregos e muda paisagem da orla de Petrolina

Paulo Henrique Lobato

Petrolina (PE) e Juazeiro (BA) – A
brisa que acompanha o São Francisco até o Oceano Atlântico testemunha que a
construção civil, um dos principais termômetros de qualquer economia, anda em
alta no Brasil. Em pleno semiárido, a cidade de Petrolina se tornou exemplo
mais visível do crescimento do setor ao longo do Velho Chico. O município, o
mais populoso às margens do rio, com 294 mil habitantes, passa por um processo
de verticalização que transforma a paisagem da orla, cria empregos e contribui
para recordes de expansão – em 2010, o Produto Interno Bruto da construção
civil avançou 11,6% no país.

Somente às margens do São Francisco,
pelo menos 10 grandes empreendimentos começaram a ser erguidos na última década
em Petrolina. Quatro ainda estão em construção e a previsão é de que mais
espigões sejam lançados em breve. "Em agosto, lançaremos um empreendimento
de 60 apartamentos", avisa o empresário Albânio Venâncio, dono da
construtora que leva seu sobrenome. "No início de 2012, começamos a
construir outro", acrescenta. Em janeiro, a empresa dele entregou um
prédio com 30 apartamentos. O mais recente empreendimento da orla, um hotel da
bandeira Ibis, consumiu R$ 10 milhões em investimentos e abriu as portas em
abril.

"Petrolina é um Eldorado da
construção civil", diz Amauri César de Oliveira, 2º secretário do
sindicato que reúne empresas do setor em Petrolina. Um indicador da expansão do
mercado imobiliário na cidade está no chamado estoque de trabalhadores da
construção civil. Entre 2006 e 2010, o número de profissionais que se dedicam
ao setor cresceu 142% no município. Saiu de 2,3 mil pessoas para 5,6 mil. O
percentual supera a média de crescimento nacional, de 83%. No período, o número
de trabalhadores na construção saltou de 1,438 milhão para 2,633 milhões no
país, segundo a Câmara Brasileira da Indústria de Construção (CBIC).

Como em outras regiões do país, o
avanço do setor é atribuído, sobretudo, a um expressivo aumento da população –
o número de moradores cresceu 380% desde 1970 e 34,5% apenas entre 2000 e 2010
– e da melhoria do poder aquisitivo das famílias. Há 10 anos, a renda per
capita da cidade somava R$ 2,4 mil. Em dezembro, chegou a R$ 8 mil. O
empresário Carlos Miguel de Araújo, de 40 anos, colhe os frutos do bom momento
econômico. Em maio, ele deixou o apartamento em que morava, onde pagava R$ 1,5
mil de aluguel, e se mudou para um dos novos empreendimentos da orla. Agora,
paga R$ 3 mil de aluguel. "É um imóvel com três quartos, com duas suítes e
duas vagas na garagem", justifica.

Dono de uma distribuidora de vidros,
Carlos Miguel, que emprega 40 funcionários, fechou vários contratos nos últimos
anos. "Devo tudo ao mercado imobiliário", diz. "O segmento está
tão aquecido que faltam matérias-primas. O alumínio, por exemplo, demora 15
dias para chegar", acrescenta. Para comprar um imóvel com vista para a
orla de Petrolina é preciso desembolsar entre R$ 2,3 mil a R$ 3 mil por metro
quadrado.

O crescimento do mercado imobiliário
ocorre em todas as classes sociais, diz o empresário Albânio Venâncio. Para as
famílias de baixa renda, o governo federal reservou R$ 200 milhões
exclusivamente para empreendimentos do programa Minha casa, minha vida em
Petrolina. Embora a expansão da construção civil na cidade tenha contribuído
para criar vagas – em todo o país, a taxa de desemprego no setor caiu de 6,6%
para 2,7% entre 2003 e 2010 – Venâncio conta que empreiteiras da cidade já
começam a sofrer com a falta de trabalhadores. "Falta mão de obra qualificada",
lamenta.

PEDACINHO DA FRANÇA Na vizinha Juazeiro, com 197,9
mil moradores e ligada a Petrolina pelos 801 metros da Ponte Presidente Dutra,
construída na década de 1950 e cartão-postal de ambos os municípios, a
verticalização da orla caminha mais lentamente. Apenas três arranha-céus foram
erguidos às margens do São Francisco. Todos batizados com nomes de símbolos
parisienses: condomínios Champs- Elysées (15 andares e 30 apartamentos), Torre
Eiffel (12 andares e 45 apartamentos) e Arc de Triomphe (21 pavimentos). Os
dois primeiros foram inaugurados na década passada. O último, ainda em obras,
será entregue aos donos nos próximos meses.


"Cbic"

 

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