Brasil Econômico/BR
O governo do estado e o setor da construção
CLÁUDIO CONZ
Presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco)
Na semana passada, pude receber o governador Geraldo Alckmin durante a abertura de uma das maiores feiras de construção do mundo. O evento reuniu cerca de mil expositores e de 2 mil lançamentos. Mais de 60 mil lojistas visitaram a feira, gerando mais de R$ 350 milhões em negócios. Praticamente metade dos lojistas do Brasil estiveram por lá, considerando que o varejo e atacado da construção somam cerca de 138 mil lojas. Em sua apresentação, o governador se comprometeu a simplificar o regime de substituição tributária no estado, que hoje conta com 126 Margens de Valor Agregado (MVAs).
Reunimo-nos há alguns meses e Alckmin disse que se o setor varejista apresentasse uma proposta de em comum acordo com a indústria, teríamos seu apoio. E nós já fizemos isso. O documento já está de posse do governo. O desafio foi lançado e nós cumprimos a nossa parte. Agora, estamos aguardando com ansiedade pela aprovação das medidas. Esta é uma das demandas mais importantes do nosso segmento junto ao governo estadual, um pleito pelo qual estamos lutando há um bom tempo.
Alckmin comentou o assunto, ressaltando a importância do regime de substituição tributária para o desenvolvimento de São Paulo e o entendimento por parte do governo da necessidade de diminuição do número de MVAs para o setor, o que me deixou bastante contente. Estamos na expectativa, pois os mais de 120 índices para o cálculo de recolhimento do imposto causa enorme confusão aos varejistas.
O governador também anunciou a ampliação do Centro de Exposições Imigrantes, que deve triplicar de tamanho com a transferência da Secretaria de Agricultura para o centro da cidade, e o apoio à obra "Piritubão"-centro de exposições que deverá ser construído para concorrer a Expo 2020.
Ele contou que foi iniciada uma PPP (Parceria Público-Privada) para a construção da Linha 6 do metrô, que deve ir da estação São Joaquim, passando por universidades como PUC e Mackenzie, até a Freguesia do Ó e Brasilândia. Ele anunciou também a primeira PPP para habitação de interesse social, que tem como objetivo revitalizar o centro expandido da cidade de São Paulo, em bairros como Liberdade, Bela Vista, Mooca e Pari. A subprefeitura da Sé, por exemplo, tem 17% dos empregos de toda a cidade, mas possui somente 3% dos moradores. Somente essa PPP deve movimentar R$ 4,6 bilhões.
Segundo Alckmin, estão em andamento também estudos para a implantação do trem-bala, que fará conexão entre os aeroportos de Congonhas, Cumbica e Campo de Marte. Outra linha ligará a Água Branca, na Zona Oeste de São Paulo até Jundiaí, em 25 minutos. O governador também anunciou o começo das obras do Rodoanel Norte. De acordo com o governador, "quando a construção civil vai bem, o emprego vai bem. Isso ajuda duplamente. O emprego leva ao consumo e atrai mais investimentos". É verdade, temos vivenciado isso em nosso dia a dia no varejo de material de construção. Agora estamos na expectativa para colocar a mão na massa e fazer nossa parte para o desenvolvimento do estado, afinal, todo crescimento no Brasil passa pela construção civil. Estamos dispostos a colaborar e ansiosos para trabalhar.
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Geraldo Alckmin se comprometeu em simplificar o regime de substituição tributária do setor no estado, que conta com 126 Margens de Valor Agregado.
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