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AGÊNCIA CBIC

13/05/2011

Novos empregos na construção civil se concentram na baixa renda

"Cbic"
13/05/2011 :: Edição 097

Jornal Folha de S.Paulo/BR – 13/05/2011

novos empregos na construção civil se concentram na baixa renda

TATIANA RESENDE
DE SÃO PAULO

O saldo positivo entre trabalhadores contratados e dispensados no setor da
construção civil tem sido sustentado por quem ganha menos, segundo pesquisa do
Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos)
divulgada nesta quinta-feira.

A faixa que engloba quem recebe até dois salários mínimos teve 325.611 mais
admissões do que desligamentos em 2010. Acima desse patamar, o movimento se
inverte, com o fechamento de 70.375 postos, o que reduziu o total para um saldo
positivo de 254.178 novas vagas, incluindo na conta os dados com renda
ignorada.

O mesmo já havia acontecido em 2009, mostrando que, apesar da exigência de
maior escolaridade, o rendimento no setor ainda continua baixo, mesmo com a
grande demanda por mão de obra no país.

"Se olharmos uma série histórica mais longa, vamos ver que esse não é
um fenômeno de 2009 e 2010 na construção civil. E isso acontece em outras atividades
também. Algumas com mais intensidade porque tem a ver com a estrutura salarial
do setor", afirma José Silvestre Prado de Oliveira, coordenador de
relações sindicais do Dieese.

O presidente da Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Paulo
Safady Simão, destaca que em março, na comparação com o mesmo mês no ano
passado, o CUB (Custo Unitário Básico por metro quadrado de construção)
registrou variação de 6,87% na média nacional puxado pela mão de obra (9,63%),
"que cresceu mais do dobro do custo de material" (4,09%).

Em 2010, todas as categorias na construção civil tiveram reajuste salarial
igual à inflação, considerando como índice o INPC, ou ganho real, resultado
melhor do que em 2009 (96,5%) e semelhante ao de 2008.

No ano passado, cerca de um quarto das negociações analisadas conquistaram
reajustes com aumento real acima de 4%. Em 2008, foram apenas 4%.

Para Simão, é possível que as obras para a realização das Olimpíadas e da
Copa do Mundo no Brasil, o Minha Casa, Minha Vida 2 e outros empreendimentos do
PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) levem à geração de vagas em todas
as faixas de renda.

A ocupação que apresentou o maior saldo no ano passado foi servente de
obras, com 142.896 novos postos de trabalho formais, seguida de pedreiro
(19.872), de acordo com o estudo do Dieese sobre os dados do Caged (Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados).

ROTATIVIDADE

A rotatividade é outro problema apontado pelo levantamento, já que enquanto
2,464 milhões de trabalhadores foram contratados em 2010, outros 2,210 milhões
perderam o emprego.

Um dos motivos é uma particularidade do processo produtivo: a duração do
tempo de trabalho. O período se dá por contrato temporal ou empreitada, logo o
contrato desses trabalhadores acaba assim que termina uma fase da obra ou eles
são transferidos para outros canteiros. A outra razão é a redução dos custos
para a construtora, já que a rotatividade diminui o salário dos trabalhadores
do setor.

Simão ressalta que há ainda a "rotatividade planejada", na qual o
trabalhador força a demissão para receber o seguro-desemprego e continuar na
atividade informalmente, acumulando as duas rendas. A solução proposta pela
Cbic e em estudo, segundo ele, pelo governo federal, é vincular o benefício à
presença em cursos profissionalizantes para elevar a qualificação do
trabalhador e evitar essa prática.

CONTA PRÓPRIA

O coordenador de relações sindicais do Dieese destaca que a maioria (39,9%)
dos ocupados na construção civil trabalha por conta própria, segundo os dados
da PNAD referentes a 2009. Apenas 28,7% têm emprego com carteira assinada e
outros 23,1% são informais. "Eles não têm nenhuma proteção social, nenhum
vínculo", reforça. Silvestre lembra ainda que os 254.178 novos empregos
criados em 2010 é o melhor saldo da série, criada em 1996.

Na análise por faixa etária, a principal geração de vagas foi contabilizada
entre jovens de até 24 anos –84.926 em 2009 e 118.675 em 2010, 47% do total em
ambos os anos.

Por grau de instrução, cerca de 40% das vagas foram ocupadas por
trabalhadores com ensino médio completo, o que reforça a busca das empresas por
trabalhadores mais qualificados.



"Cbic"

 

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