
AGÊNCIA CBIC
28/03/2012
Novo título imobiliário está em fase preliminar, diz CVM
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28/03/2012 :: Edição 286 |
Valor Econômico/BR 28/03/2012
Novo título imobiliário está em fase preliminar, diz CVM
As discussões para a criação de títulos bancários de longo prazo com lastro em créditos imobiliários, os chamados covered bonds, ainda estão em fase preliminar no Brasil. Por enquanto, os recursos da poupança e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) devem continuar a sustentar o crescimento do setor imobiliário, ainda que novos mecanismos devam ser aprimorados. O financiamento ao setor foi tema de seminário realizado pelo Valor ontem em São Paulo.
Flavia Mouta, superintendente de desenvolvimento de mercado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), afirmou que ainda é cedo para dizer se os covered bonds são viáveis ou não no mercado brasileiro. Muito comuns na Europa, esses títulos separam os créditos que lastreiam os papéis do patrimônio da instituição financeira. Ela defendeu que não é justo que o novo instrumento esteja sujeito a um grau menor de transparência do que outros produtos, como os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs).
Durante o evento, Paulo Safady Simão, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), mostrou otimismo quanto ao desenvolvimento do mercado de capitais como alternativa, mas considera que são as fontes tradicionais que sustentarão a indústria enquanto novos produtos não decolam. Não podemos desprezar o papel do FGTS e da poupança, foram eles que trouxeram o mercado até onde se encontra, disse.
Para Marcelo Michaluá, diretor da securitizadora RB Capital, há um mercado de capitais que busca por produtos neste segmento, e o governo sozinho não pode bancar a expansão [do setor]. Valdery Frota de Albuquerque, do Banco Fator e vice-coordenador da comissão de fundos imobiliários da Anbima, reforçou a capacidade limitada da poupança: enquanto o saldo da caderneta registrou um aumento de 261% entre 2004 e 2011, os financiamentos imobiliários apresentaram uma expansão de 1640% no mesmo período. Ele defendeu o aprimoramento nos mecanismos de estímulo tributário a instrumentos imobiliários.
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