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11/04/2025

No ENIC, experiência internacional aponta potencial da aceleração tecnológica da construção no Brasil 

A exposição de métodos e processos industriais do setor da construção na Finlândia e no Reino Unido revelaram a necessidade de o Brasil acelerar na adequação da legislação e absorção de tecnologia para escalar a oferta que pode reverter o sanar o déficit em sete milhões de moradias. Esse cenário foi apresentado painel do Encontro Internacional da Indústria da Construção (ENIC), na tarde da quinta-feira (10/04), na cidade de São Paulo. Promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o evento acontece em conjunto com a 29ª edição da Feicon, no pavilhão 8 da São Paulo Expo até 11 de abril. 

A modernização, segundo relato de executivos de empresas do setor nesses países, se deu principalmente por exigência dos governos e a criação de financiamentos tanto na construção quanto na compra de imóveis. O painel proporcionou uma rica troca de experiências para os participantes do ENIC, que puderam conhecer de perto experiências internacionais bem-sucedidas. 

Comparando as tecnologias e o uso de inovações, no entanto, a indústria da construção brasileira ainda tem um caminho a escalar para alcançar os avanços registrados em outras partes do mundo. A construção modular tem sido usada largamente no Reino Unido desde a organização das Olimpíadas de Londres, em 2012, com a adoção de tecnologia que permitia, inclusive, o desmonte e a transferência de um prédio de um lugar para outro. Diretora de operações da construtora britânica Mace Construction, a brasileira Gabriela Guizzo, comentou que esta e outras inovações surgiram com o incentivo do uso de um programa de testagem de ideias abordando todas as possibilidades, comparadas diretamente com os processos tradicionais. Desta política nasceram projetos mais sustentáveis, inovadores e de menores custos, como o dos prédios reutilizáveis.   

O Encontro Internacional da Indústria da Construção (ENIC) é uma realização da CBIC, em parceria com a RX | FEICON, apoio do Sistema Indústria e correalização com SESI e SENAI. O evento conta com o patrocínio oficial da Caixa Econômica Federal e Governo Federal, além do patrocínio da Saint-Gobain, no Hub de Sustentabilidade e Naming Room de Sustentabilidade; do Sebrae Nacional, no Hub de Inovação, e da Mútua, no Hub de Tecnologia. Também são patrocinadores do ENIC: Itacer; Senior; Associação Brasileira de Cimento Portland – ABCP, Associação Brasileira das Indústrias de Vidro – Abividro, Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas – Abrafati, Anfacer, Sienge, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – Apex Brasil, Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI, Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo – CAU/SP; Multiplan; Brain; COFECI-CRECI; CIMI360; Esaf; One; Agilean; Exxata; Falconi, Konstroi; Mais Controle; Penetron; Seu Manual; Totvs; Unebim, Zigurat; Yazo.  

Estímulo do poder público – Antti Aaltonen, diretor de desenvolvimento da Confederação das Indústrias de Construção da Finlândia, disse que a produtividade do setor em seu país decorre do que qualifica como entrega de projeto integrado. O conceito é reunir as principais partes interessadas no desenvolvimento conjunto do projeto, realizado a partir de pontos em comum acertados em contrato. Esta prática predomina na construção de moradias desde 2011, disse Aaltonen.  

As duas experiências detalhadas, porém, revelaram também que a iniciativa do setor privado não explica todo o avanço verificado atualmente.  Em ambas as situações, a intervenção do governo foi fundamental para a adoção das inovações digitais. “Somos também tradicionais. Mas quando o governo te força a fazer algo, você realmente precisa mudar”, disse o finlandês a respeito da adoção do Building Information Modeling, o BIM. “Não sei por que o BIM foi adotado, mas foi muito bom para engenheiros e arquitetos. E depois acabou criando uma base para definir os serviços digitais”.  

Guizzo narra processo semelhante no Reino Unido.” O governo exigiu a produção da base de dados digitais. Todos os projetos com BIM, todos consolidados.” Os dados, disse, são usados no planejamento urbano de longo prazo, na racionalização da energia, enfim, para planejar como será a cidade no futuro.   

O Brasil vive em estágio diverso quando se fala em inovações digitais. Existe uma resistência das grandes e mais tradicionais empresas, de perfil familiar, em adotar a digitalização do BIM. As pequenas também resistem, por causa da necessidade de investimento sem retorno de curto prazo.  

Renato Correia, presidente da CBIC, questiona a eficiência da intervenção federal em favor das inovações. A legislação municipal predomina e são 5.570 municípios nas mais distintas condições técnicas. “Algumas cidades sequer contam com engenheiros”, disse o executivo.  

O tema tem interface com o projeto “Construção 2030”, da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (COMAT) da CBIC, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).  

 

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