
No ENIC, CBIC articula com agricultura e transportes parcerias com governo federal

O presidente da Câmara Brasileira da Indústria de Construção (CBIC), Renato Correia, propôs a representantes do agronegócio, saúde e logística uma atuação conjunta para destravar projetos e recursos que fomentem o investimento em infraestrutura e, consequentemente, o desenvolvimento econômico nacional. O potencial dessa união de esforços foi discutido duramente painel do Encontro Internacional da Indústria da Construção (ENIC), na tarde da quarta-feira (09/04), na cidade de São Paulo. Promovido pela CBIC, o evento acontece em conjunto com a 29ª edição da Feicon, no pavilhão 8 da São Paulo Expo até 11 de abril.
Elisângela Pereira Lopes, assessora técnica da Comissão Nacional de Infraestrutura e Logística da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), disse que a prioridade para a agropecuária é a diversificação de modais, porque contar apenas com o rodoviário faz “com que o produtor seja cativo dessas rodovias e tenha que escoar os seus produtos percorrendo longas distâncias, de 2 mil km até um porto”. Segundo ela, isso aumenta o custo de transporte, gera ineficiência e faz com que o produto que foi feito ali na fazenda chegue à mesa do consumidor com preço mais elevado.”
O Encontro Internacional da Indústria da Construção (ENIC) é uma realização da CBIC, em parceria com a RX | FEICON, apoio do Sistema Indústria e correalização com SESI e SENAI. O evento conta com o patrocínio oficial da Caixa Econômica Federal e Governo Federal, além do patrocínio da Saint-Gobain, no Hub de Sustentabilidade e Naming Room de Sustentabilidade; do Sebrae Nacional, no Hub de Inovação, e da Mútua, no Hub de Tecnologia. Também são patrocinadores do ENIC: Itacer; Senior; Associação Brasileira de Cimento Portland – ABCP, Associação Brasileira das Indústrias de Vidro – Abividro, Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas – Abrafati, Anfacer, Sienge, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – Apex Brasil, Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI, Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo – CAU/SP; Multiplan; Brain; COFECI-CRECI; CIMI360; Esaf; One; Agilean; Exxata; Falconi, Konstroi; Mais Controle; Penetron; Seu Manual; Totvs; Unebim, Zigurat; Yazo.
O custo Brasil está bem mapeado pelos especialistas. As más condições do pavimento, sozinha, eleva o custo do transporte em 32,5%, informa a Confederação Nacional do Transporte (CNT). O desperdício de combustível decorrente é de 1,18 bilhão de litros. A entidade calcula o custo Brasil em R$1,7 trilhão, ou 19,5% do PIB. Fernanda Rezende, diretora-executiva interina da CNT, afirmou que “isso não é um retrato de um único governo. É histórica a falta de investimento nas nossas rodovias. A CNT tem trabalhado muito fortemente com o Ministério, com o DNIT, indicando esses pontos de deficiência para que eles consigam atuar por mais prioridade!”, apontou.
As parcerias público-privadas (PPPs) são a solução apontada. O marco regulatório do saneamento, recentemente aprovado, alterou rapidamente o quadro da saúde pública e, por isso, tem sido usado como argumento em defesa dos leilões.
Outorga onerosa – Carlos Almiro Neto, diretor de relações institucionais, sustentabilidade e gestão de riscos da BRK Ambiental e Presidente do Instituto BRK, afirmou que o registro de doenças e internações hospitalares registrou queda acima de 60% onde as privatizações ocorreram.
Para Carlos Eduardo Lima Jorge, Vice-Presidente de Infraestrutura da CBIC e Presidente da Comissão de Infraestrutura (COINFRA) da entidade, as parcerias deixaram de ser tabus. 26 leilões na área estão previstos este ano. Na avaliação do dirigente, as atenções devem se voltar para as outorgas onerosas, especialmente das rodovias concedidas. Segundo ele, os recursos têm sido usados pelos governos em despesas outras, quando o correto seria o emprego das verbas no mesma área. Nestes pontos não há divergências entre as entidades, o que gerou no encontro outra oportunidade.
O presidente da CBIC, Renato Correia, que recebeu do próprio presidente da República elogios pela capacidade de diálogo com o governo, propôs uma articulação entre estes setores a fim de agilizar projetos. “Trabalhar nessa relação governamental para destravar e melhorar o ambiente de negócios. O Brasil é carente de infraestrutura e investimos praticamente com a iniciativa privada, o governo é metade do que precisaríamos”, comentou. “O que nós colocamos aqui é que, se nós temos temas convergentes, podemos trabalhar juntos para avançar um pouco mais.”
O tema tem interface com o projeto “Infraestrutura como Caminho para Melhoria da Saúde, Segurança e Qualidade de Vida do Trabalhado”, da Comissão de Infraestrutura (Coinfra) da CBIC, em correalização com o Serviço Social da Indústria (Sesi).