Negócios do grupo vão crescer 10% no país

Valor Econômico

Negócios do grupo vão crescer 10% no país

Por Ivo Ribeiro | De São Paulo 

 Apesar do cenário de desaceleração da economia brasileira, com crescimento de menor de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, o presidente da Saint-Gobain, Thierry Fournier, mostra-se otimista com o país. "Estamos aqui desde 1937 e já passamos por várias crises. Aprendemos como superá-las. Há negócios fortes e possibilidades de se ajustar, sem sair da trajetória traçada para América do Sul".

O executivo afirma que os mercados industriais, como o automotivo e a indústria pesada foram bastante afetados. "O ano começou forte, até abril-maio, mas depois ficou bem difícil. O varejo [da construção] ainda vai bem e o quarto trimestre costuma ser o mais forte para nossos negócios".

Fournier afirmou que a região Nordeste do país tem alto potencial de crescimento, onde poderá instalar novas fábricas, assim como no Centro-Oeste.

Na sua avaliação, o Brasil ainda tem um déficit habitacional de 7,5 milhões de moradias e precisa fazer 1,5 milhão delas por ano para atender a demanda. Ele admite que o país precisa de algumas reformas, como a política e a tributária, e de mais investimento em educação e infraestrutura. Mas que não vê o próximo ano tão ruim quanto se apregoa.

Em 2013, a companhia faturou R$ 9 bilhões e para este ano a previsão é de um crescimento de 10% – resultado dos negócios atuais, novas fábricas e de aquisições.

A Telhanorte, de distribuição de materiais de construção, por exemplo, abriu duas lojas neste ano e projeta mais três ou quatro para 2015. A Weber, de produtos de acabamentos na construção civil, como argamassa, terá duas novas fábricas – uma em Abreu e Lima (PE) e outra no Estado de São Paulo. O grupo também prevê uma nova unidade de telhas, da Brasilit, no Rio de Janeiro. Neste ano, está concluindo uma fábrica de placa de gesso em Feira de Santana (BA).

Do faturamento total no país, 50% vem de atividades voltadas à construção civil, como vidros; 30% de mercados industriais (refratários, plásticos e abrasivos) e 20% do varejo da construção.

Líder mundial em "soluções para o habitat", como se qualifica, está em 64 países, tem 193 mil funcionários e venda anual de ? 42 bilhões. No Brasil, atua há 77 anos com produtos para construção, vidros, abrasivos, cerâmicas industriais, tubos de ferro e distribuição de materiais construtivos.

Com 17 mil funcionários diretos e indiretos no país – "e nada mais do que 12 expatriados franceses", como lembra Fournier – a Saint-Gobain tem 56 fábricas, 42 centros de distribuição, 10 mineradoras, 38 lojas e 18 escritórios comerciais.