
AGÊNCIA CBIC
Na reforma do TJMG, uso do BIM gerou economia de tempo e custos

O uso do Building Information Modeling (BIM) na reforma predial da sede do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) gerou uma redução de custos estimada em R$ 2,942 milhões. Foram pelo menos 150 dias na elaboração da rede elétrica e de pelo menos R$ 470 mil só na escavação de um dos anexos. O case foi apresentado durante painel do Encontro Internacional da Indústria da Construção (ENIC), na tarde da quarta-feira (09/04), na cidade de São Paulo. Promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em conjunto com a 29ª edição da Feicon, na São Paulo Expo, até 11 de abril.
A modelagem digital causou um efeito cascata, sejam em ganhos de tempo, em eficiência na produtividade, em notar oportunidades, na logística, em menor ciclo de concretagem ou indicando melhor uso dos recursos financeiros, explica Thiago Melo, diretor de Negócios e Operações da Reta Engenharia. “Com o BIM, a gente tem um planejamento muito mais acurado em relação à realidade da obra. A gente gera economias, seja de uso dos equipamentos para outras atividades, e conseguimos alterar esse simulacro criando cenários de engenharia com tudo o que a gente precisa”, disse Melo.
O ENIC é uma realização da CBIC, em parceria com a RX | FEICON, apoio do Sistema Indústria e correalização com SESI e SENAI. O evento conta com o patrocínio oficial da Caixa Econômica Federal e Governo Federal, além do patrocínio da Saint-Gobain, no Hub de Sustentabilidade e Naming Room de Sustentabilidade; do Sebrae Nacional, no Hub de Inovação, e da Mútua, no Hub de Tecnologia. Também são patrocinadores do ENIC: Itacer; Senior; Associação Brasileira de Cimento Portland – ABCP, Associação Brasileira das Indústrias de Vidro – Abividro, Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas – Abrafati, Anfacer, Sienge, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – Apex Brasil, Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI, Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo – CAU/SP; Multiplan; Brain; COFECI-CRECI; CIMI360; Esaf; One; Agilean; Exxata; Falconi, Konstroi; Mais Controle; Penetron; Seu Manual; Totvs; Unebim, Zigurat; Yazo.
Gerente de novos negócios da Reta Engenharia, Túlio Duarte Faria destaca que o estudo feito com o BIM reabilita o risco de desequilíbrio econômico, que possa ocorrer durante a fase de construção e dá mais credibilidade aos números apresentados ao cliente. “Isso é bom para o nosso cliente e para quem está construindo também, porque traz mais confiança nas informações que estão sendo divulgadas para a execução do projeto”, disse.
Para Ilso de Oliveira, vice-presidente de Obras Corporativas e Industriais da CBIC, ter um caso concreto como este é a melhor estratégia para dar visibilidade ao BIM. Ele ressalta que ainda é preciso discutir a evolução e a importância da tecnologia, focando em cases reais para expandir o seu uso. “Não existe nada mais importante do nosso ponto de vista do que o BIM para elevar o nível de sucesso, aprimorar a gestão, a qualidade da gestão e o nível de maturidade das empresas que atuam no segmento”, diz.
Produtividade e assertividade – Presidente do BIM Fórum Brasil, Rodrigo Koerich chama atenção para o fato de que pelo menos 65% dos empreendimentos têm acréscimo de custo em relação ao orçamento inicial, por diversas causas. “E 85% desses empreendimentos têm acréscimo de prazo. Então, quanto custa a mais para um negócio construção civil essas alterações além daquilo que tinha sido orçado inicialmente Quando se fala de uma licitação pública, muitas vezes pode ser um limiar entre eu ter os resultados do meu empreendimento ou não ter.”
Na sua avaliação, o BIM é fundamental para dar um salto de desenvolvimento do setor no país. “Se nós não industrializarmos a construção, se não criarmos políticas públicas, estratégias de governo, de entidades, para que a gente construa esse processo de industrialização, estamos com problemas, estaremos com problemas em breve.”
Neste contexto, Claudio Teitelbaum, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), que também participou do painel, é categórico: “o BIM veio para ficar”, destaca. “É importante para aumentar a produtividade, para ter assertividade, depois na forma de conduzir o empreendimento concluído e até na forma como a gente entrega depois isso”, completa.
Teitelbaum relembra da época em que o setor passou pela transição do papel vegetal para o AutoCAD e similares. “Hoje vemos essa transição de trabalhar com o BIM e utilizar o BIM desde o orçamento, para o planejamento, para a parametrização da obra, para a própria capacitação dos diferentes projetistas, para a compatibilização de projetos. E entendo que para a própria sustentabilidade, depois para a operação e manutenção”, comenta.
Construir com respeito é construir para todos! No ENIC 100, evento realizado pela CBIC, reforçamos o compromisso com a diversidade, inclusão e um setor mais justo. Racismo não tem vez! Vamos juntos construir um futuro mais igualitário e respeitoso para todos.
O tema tem interface com o projeto “Sustentabilidade das Empresas de Obras Industriais e Corporativas”, da COIC/CBIC, com a correalização do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).