
AGÊNCIA CBIC
Mulheres também se destacam na construção civil
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18/01/2012 :: Edição 248 |
Caarapo News/BR 17/01/2012
Mulheres também se destacam na construção civil
Com os avanços por qual tem passado o mundo nos últimos anos, não é surpresa para ninguém que as mulheres conquistam cada vez mais visibilidade no mercado de trabalho. Ocupam desde funções estratégicas até as mais simples, e possuem, muitas vezes, melhor desenvoltura em certos trabalhos que os homens. Mas quando se trata de uma cidade considerada pequena e o serviço é na construção civil, no mínimo desperta certa curiosidade por quem passa pelo local. É o que tem acontecido com a jovem Juliana Coimbra Gonçalves (24), que está trabalhando como ajudante geral nas futuras instalações do Residencial Neves em Caarapó.
Em conversa com a reportagem do CaarapoNews, a jovem declarou ser moradora da vizinha cidade de Amambai e que está há quatro meses trabalhando nessa construção em Caarapó. “Antes de começar a trabalhar nesse setor tentei outro tipo de emprego na minha cidade, mas não consegui e para não ficar sem trabalhar e também para poder ajudar na renda familiar, comecei a ajudar meu esposo, Claudio César Lopes, que já trabalha no ramo a alguns anos”, falou.
“O tempo foi passando e apareceu essa obra aqui em Caarapó e como eu já vinha me identificando com o trabalho, resolvi acompanhá-lo. No início foi tudo muito difícil, haja vista, ser um trabalho exposto ao sol, mas a falta de opção fez com que eu me acostumasse. Apesar da saudade de nossos dois filhos que ficam com nossos familiares, temos a certeza que com o trabalho do meu esposo e o meu temos condições de viver um pouco mais tranqüilos”, observou Juliana.
A jovem trabalhadora disse ainda que no momento, o seu pensamento é se aperfeiçoar no ramo para dar continuidade na profissão. “Pode parecer estranho, mas peguei gosto pelo serviço, apesar de diferente e esquisito para algumas pessoas. Virou rotina todos os dias as pessoas passarem em frente a obra e quando me vêem começam a observar com mais intensidade. Até foto as pessoas param para tirar, de tão estranho que acham”, comentou.
Para o esposo de Juliana, o encarregado de obra, Claudio César Lopes, talvez não fosse o que ele desejasse para a mãe de seus filhos, mas devido as dificuldades de emprego na época e como o que apareceu foi a construção civil, a partir daí ele tem dado todo apoio e suporte. “Como trabalhamos juntos, todos os colegas tem a respeitado e assim nós vamos vencendo os desafios pela frente”, afirmou.
Já o colega de trabalho, Fabrício Ribeiro, vê como normal a inclusão da mulher na construção civil. “A Juliana está de parabéns, é uma mulher de fibra, encarou a oportunidade que lhe apareceu e não tem deixado a desejar em nada. Trabalha de igual para igual com os homens, sempre com muita dedicação acima de tudo”, disse.
Para o mestre de obras da construção, Adevar Benites, morador da cidade Amambai, a presença de uma mulher na obra, a qual está sobre sua responsabilidade, é no mínimo diferente. “A Juliana nos surpreendeu com seu trabalho que não deixa nada a desejar em relação aos dos homens. Topa tudo que vem pela frente, é caprichosa e interessada. Hoje em dia, são poucas as mulheres que querem sujar as mãos, principalmente em um trabalho como esse, mas a nossa funcionária tem feito a diferença. Só por verem ela trabalhando na construção, outras mulheres já vieram pedir emprego, mas por enquanto vamos ficar só com a Juliana, que já faz parte da equipe há algum tempo”, explicou.
População
O morador caarapoense, Ademar Fernandes, encara como legal a inclusão da mulher em todos os mercados de trabalho, especialmente na construção civil, o qual enfrenta ainda certo preconceito. “Não é uma regra, mas temos que ter a hombridade de reconhecer que a maioria das mulheres são mais dedicadas e responsáveis naquilo que faz. E independente do que ela for fazer, sempre vai dar certo”, disse.
Para a auxiliar administrativa Renata Cristiane de Oliveira Matos, a inclusão da mulher na construção civil é uma evolução muito grande. “Eu morei no exterior por quase dez anos, e lá eu via muitas mulheres trabalhando em setores que no Brasil, ainda existem certos tabus, como por exemplo, frentista, caminhão e até mesmo a construção civil. Mas aos poucos as barreiras estão sendo quebradas e as mulheres estão ocupando seus espaços de trabalho. Nesse caso não tenho nada contra, desde que ela não venha fazer algo que agrida o seu próprio corpo, o importante é ela se sentir realizada e executar bem feito o que se propôs a fazer. Tenho certeza que um setor que a mulher poderá render mais ainda dentro da construção civil é a parte de acabamento, pois quando se trata de detalhes é conosco mesmo”, afirmou.
Obra
O Residencial Neves está localizado na Avenida Presidente Vargas, esquina com Duque de Caxias e é do empresário do setor hoteleiro Nilson Moreira das Neves. A construção teve início há cinco meses, e a previsão de entrega é para o mês de agosto deste ano. O empreendimento terá uma área construída de 1.470 m², sobre a responsabilidade do arquiteto Wagner Batista.
De acordo com o mestre de obras da construção, Adevar Benites, o edifício terá na parte térrea três salões, e mais três andares. Sendo no segundo e terceiro, quatro apartamentos cada e no quarto andar um salão de festa.
Benites falou ainda, que além dessa construção ele está responsável pelas obras do proprietário da Caarapó Tintas, José Almeida de Freitas e da drenagem da Avenida Presidente Vargas. “Estamos felizes com a cidade de Caarapó que definitivamente tem aberto as portas para que possamos desempenhar nosso trabalho e gerar empregos para várias pessoas tanto aqui da cidade como a de Amambai”, finalizou.
Mercado em expansão
De acordo com dados do Ministério de Trabalho e Emprego (MTE), o número de mulheres que exercem atividades, na construção civil, aumentou 65% na última década. Segundo os dados, em 2000, 83 mil mulheres atuavam na área. Em 2008, o número subiu para quase dois milhões.
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