Mercado imobiliário em alta

O setor mais do que recuperou, nos três primeiros meses do ano, todos os 8,8 mil postos de trabalho que haviam sido fechados em dezembro jorge luiz oliveira almeida

 O mercado imobiliário de Belo Horizonte continua em alta. Isto é, vem apresentando sinais de busca de equilíbrio de crescimento sustentado, depois dos resultados recordes dos últimos anos. Os números mais recentes da pesquisa Construção e Comercialização, realizada pela Fundação Ipead/UFMG, comprovam isso.

 Considerando a média histórica das vendas de apartamentos novos na capital mineira nos dois primeiros meses do ano (período de 1995 a 2011), que é de 616 unidades, observa-se que este ano foi mais expressivo. Ou seja, no primeiro bimestre foram comercializados 793 imóveis residenciais, número 28,73% maior do que a média de todos os anos da pesquisa.

 Também a Velocidade de Vendas – indicador que mostra o dinamismo do setor – registrou resultado maior nos dois primeiros meses deste ano em relação à média histórica, ao passar de 11,74% na média do primeiro bimestre de 1995 a 2011, para 16,47% em iguais meses deste ano. Um crescimento de 4,73 pontos percentuais.

 Levando-se em consideração os principais indicadores de desempenho do mercado imobiliário na análise dos dados históricos, o único que registra queda, na comparação dos primeiros meses, é a oferta, que passou de 2.478 unidades no período de 1995 a 2011 para 1.960 este ano.

 Esse resultado é justificado pelo crescimento das vendas num ritmo superior ao incremento dos lançamentos, que subiram 15,24% no primeiro bimestre em relação ao mesmo período de todos os anos da pesquisa, quando passaram de 525 para 605 unidades.

 É importante destacar também que, certamente, o segmento imobiliário tem contribuído muito para manter positivos os números no mercado de trabalho da construção civil. De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), no primeiro trimestre do ano, a construção gerou um saldo positivo de 11.652 novas vagas na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

 Isso significa que o setor mais do que recuperou, nos três primeiros meses do ano, todos os 8,8 mil postos de trabalho que haviam sido fechados em dezembro, em função de ser um período de sazonalidade. Com isso, o número de trabalhadores formais na construção civil na RMBH atingiu 211 mil em março, indicando alta de 5,84% no ano (janeiro a março).

 Os fundamentos que proporcionaram o incremento das atividades do segmento imobiliário nos últimos anos são sólidos e ainda permanecem: o Brasil continua crescendo, tem um mercado doméstico forte, apresenta saudável geração de emprego formal, o mercado de crédito está em expansão, a inflação está sob controle, o sistema financeiro nacional é saudável e existe crescimento demográfico.

 Todos esses fatores são benéficos para o mercado imobiliário e contribuem para fortalecer as expectativas positivas, que também contam com o programa Minha casa, minha vida 2. Portanto, o setor tem perspectivas promissoras para os próximos anos. Não existe nenhum fator que sinalize mudança de rota e desequilíbrio de atividades.

 Enfim, é importante repetir o que vimos falando nos últimos tempos: que a construção civil vem desenvolvendo uma postura ativa na economia nacional no combate aos efeitos adversos do cenário internacional e certamente exercerá papel relevante no processo de fortalecimento da taxa de investimento do país. Todos os cenários disponíveis indicam que o setor continuará sendo a ponte de sustentação do desenvolvimento nacional, com crescimento superior ao total da economia, como vem ocorrendo nos últimos anos.