Mantega quer juros menores

Ciente de que as medidas adotadas pelo Ministério da Fazenda não estão surtindo os efeitos desejados pelo governo para retomar o crescimento econômico, o ministro Guido Mantega depositou ontem grande expectativa sobre o Banco Central. Ao comentar o resultado o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio, de 0,36%, ele sinalizou que o Comitê de Política Monetária (Copom) promoverá pelo mais um corte na taxa básica de juros (Selic), que, na semana passada, caíram 0,5 ponto percentual, para 8,5% ao ano, o menor nível da história. %u201CO IPCA de 0,36% é muito bom.

 Significa que a inflação em 12 meses está abaixo de 5%. Portanto, está caindo em relação ao ano passado, o que nos dá liberdade para termos uma política monetária mais flexível%u201D, afirmou Mantega. Em meio a um quadro internacional nebuloso, que está solapando a economia brasileira %u2014 as estimativas apontam para avanço entre 2% e 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano %u2014, ele ressaltou que a redução dos juros e a maior oferta de crédito ajudarão a dar um fôlego extra à atividade.

 Na avaliação do ministro, tanto a produção quanto o consumo estão dando sinais de reativação, permitindo que o segundo trimestre seja melhor do que o primeiro, quando o PIB saltou mero 0,2%. %u201CO aumento do crédito já foi detectado em maio e continuará em junho. A redução de taxas de juros também. As vendas do setor automobilístico cresceram muito. Isso, antes de entrarem os estímulos da redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e dos preços, que só ocorreram na última semana de maio%u201D, assinalou.