
AGÊNCIA CBIC
31/10/2011
Mais obras e menos gastos ambientais
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31/10/2011 :: Edição 208 |
Jornal O Globo/BR 30/10/2011
Mais obras e menos gastos ambientais Conservação não é prioridade para governo, diz estudo
Enquanto os investimentos de ministérios como o de Minas e Energia e o de Transportes crescem por contadas obras do FAC, o orçamento do Ministério do Meio Ambiente (MMA) vem caindo vertiginosainente. A verba do MMA em 2000 cresceu apenas 6%, enquanto ein 2010, o incremento foi bem menor, de 2%. Já o Ministério dos Transportes, por exemplo, passou a administrar uma verba 37% maior só no ano passado. A conclusão é de estudo do Grupo de Economia do Meio Ambiente, da UFRJ
– Logicamente, o gasto em controle ambiental deveria ter crescido, ao menos, na mesma proporção que as despesas do setor de infra estrutura. Mas o que constatamos foi ulna estagnação do gasto em controle e preservação ambiental – afirma Carlos Eduardo Young, um dos autores do trabalho, admitindo que é "extremamente preocupante" que o gasto em expansão da infraestrutura em transportes, por exemplo, tenha crescido "quatro vezes; sem alteração significativa do gasto em controle ambiental.
A discussão não é de caráter ideológico, diz promotor
Antes mesmo de sair do papel, as usinas de Colíder e Teles Pires, que juntas vão gerar 3.120 MW e estão custando R,17 bilhões, ambas na fronteirado Pará com o Mato Grosso, já estão no alvo da Justiça. Até a prefeitura aderiu aos protestos e está cobrando recursos para minimizar os impactos na cidade.
– Não discutimos ideologicamente qual é a melhor matriz energética. O que defendemos são estudos de impactos socioambientais, só que o problema é que o órgão ambiental não tem demonstrado preocupação real com esta problemática – diagilostica o promotor Marcelo Caetano Vacchiano, do Ministério Público Estadual (MPE), do Mato Grosso.
O diretor de Meio Ambiente da Copel, Gilberto Fernandes Mendes, responsável pela usina de Colíder, critica as exigências, alegando que, muitas delas, são "absurdas"
– Em muitos casos, o MPE ultrapassa o limite da razão.
A Copel acabou cedendo às pressões e liberou R$ 1,2 milhão para bancar obras de infraestrutura na cidade, que já começa a receber uma população flutuante atraída pelas obras da usina.
– E impossível evitar os malefícios, mas precisamos minimizar os impactos na cidade – pondera o secretário de Meio Ambiente de Colíder, Vanderlei Aparecido Borges, acusando a Copel de não estar querendo "cumprir o contrato". – O interesse de ganhar a licitação não pode ser as custas da possível ignorância das populações alertadas.
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