
AGÊNCIA CBIC
25/11/2011
Luz amarela na construção
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25/11/2011:: Edição 224 |
Jornal Estado de Minas/MG 25/11/2011
Luz amarela na construção
Mesmo com renda e emprego ainda garantidos, o setor da construção civil reconhece o impacto da crise internacional no mercado interno puxado pela redução da atividade econômica brasileira. "No início do ano, a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil era de 6%, sendo revisado para 5%. No ano passado havia sido de 11,65%", afirmou o economista do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG) Daniel Furletti, durante evento de comemoração dos 75 anos da entidade de classe patronal.
Na ocasião, o sindicato lançou a quinta edição do Kit Qualidade Sinduscon com estudos que envolvem as características do mercado de trabalho no setor, encargos tributários e avaliação do cenário macroeconômico nacional. Entre os dados apresentados está o crescimento da participação feminina neste mercado, que passou de 3,71% das 70.319 vagas geradas em 2004 para 8,22%, ou 30.973 postos, em 2010. O grau de instrução também ganhou destaque. A participação de trabalhadores com ensino médio completo subiu de 12,22% em 2001 para 27,66% em 2010.
A rotatividade de empregados está entre os principais problemas enfrentados pelo setor. A taxa mineira é de 9,71%, enquanto no Brasil é de 7,75%. Segundo o vice-presidente de política, relações trabalhistas e recursos humanos do Sinduscon-MG, Bruno Magalhães, as faltas recorrentes também são um entrave à atividade. "A média mensal é de 10% de faltas", calcula. Apesar disso, a média salarial da Grande BH, de R$ 1.470,76, supera a brasileira (R$ 1.425,41), uma das ferramentas utilizadas para reter os funcionários.
Durante o evento, o ex-ministro da Fazenda Antônio Delfim Netto falou sobre o cenário econômico nacional e considerou "terrorismo" a forma como a inflação está sendo tratada no Brasil. "A alta vem do setor de serviços e não pode ser atacada apenas com taxa de juros", afirma. Segundo o economista, a escalada de preços no setor é consequência de um processo civilizatório enfrentado pela sociedade brasileira fruto do aumento da renda dos trabalhadores.
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