Logo da CBIC

AGÊNCIA CBIC

07/12/2011

Juros e agravamento da crise: PIB estaciona no terceiro trimestre

"Cbic"
07/12/2011 :: Edição 231

 

Jornal Correio da Paraíba/PB 07/12/2011
 

Juros e agravamento da crise: PIB estaciona no terceiro trimestre

Os juros maiores em vigor até agosto e o agravamento da crise global ditaram os rumos da economia brasileira no terceiro trimestre, período no qual o PIB (Produto Interno Bruto) ficou estagnado frente ao segundo trimestre, na comparação livre de influências sazonais, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia de Estatística).
 O PIB, em valores correntes, chegou a R$ 1,05 trilhão no período. Na comparação com terceiro trimestre de 2010, porém, a economia cresceu 2,1%. Com o resultado, o PIB do país acumula alta de 3,2% nos três primeiros trimestres do ano e de 3,7% nos últimos 12 meses (quatro trimestres).
 Setor mais sujeito a oscilações e com maior conexão com o exterior, a indústria sofreu mais o baque da crise e registrou queda de 0,9% na comparação com o segundo trimestre. Já o setor de serviços teve queda de 0,3%, e agropecuária subiu 3,2%.
 O consumo das famílias, por sua vez, caiu pela primeira vez desde o quarto trimestre de 2008, segundo a economista do IBGE Rebeca Palis. "O índice cedeu 0,1% na comparação de um trimestre para outro, mas cresceu 2,8% na comparação anual (contra o terceiro trimestre de 2010) e acumula no ano alta de 4,8%."
 O consumo das família na comparação anual (terceiro trimestre de 2011 ante mesmo período de 2010) subiu 2,8%, o menor crescimento desde o primeiro trimestre de 2009, quando subiu 2,3% impactado pela crise financeira de 2008.
 Segundo a economista, a última vez que o consumo das famílias ficou negativo foi no terceiro trimestre de 2003, uma queda de 1,5%. "Depois disso só cresceu", informou.
 Os investimentos (medidos pela formação bruta de capital fixo), por sua vez, caíram 0,2%, na relação trimestral, na esteira da menor confiança de empresários diante da crise. Já o consumo do governo registro queda de 0,7%. Na comparação do terceiro trimestre deste ano com o mesmo de 2010, houve alta de 2,5% -a menor taxa desde o terceiro trimestre de 2009, quando registrou queda de 9%.
 A economista explica que contribuíram para um desempenho mais fraco no consumo e nos investimentos as altas taxas de juros e as medidas anunciadas pelo governo em dezembro do ano passado para conter a inflação.
 Construção puxará crescimento
 Apesar de sentir efeitos das medidas de contenção do consumo adotadas pelo governo federal no primeiro semestre, a construção civil brasileira deve seguir à frente do PIB em 2011 e 2012. Mais: são as indústrias do tijolo, do cimento e do aço que têm evitado uma queda mais dramática do PIB brasileiro.
 Após dois anos com crescimentos espetaculares (8,3%, em 2009, e 15,2%, em 2010), o setor da construção civil deve fechar o ano de 2011 com uma expansão de 4,8%. Em dezembro de 2010, o SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo) estimou em 6% o desempenho do ano.
 Aceleração do Minha Casa 
 O governo deve acelerar a segunda fase do Programa "Minha Casa, Minha Vida". Boa parte das unidades da primeira fase ainda não foram entregues. Mais de 60% do total de 1 milhão de unidades estão em fase de construção, portanto, com demanda de material. Da segunda fase, apenas 118 mil das 317,3 mil unidades contratadas foram entregues.
 O crédito habitacional, que atingiu patamar de R$ 117 bilhões (30% além do volume de 2010), deve continuar expandindo no ano que vem. A previsão da coordenadora de projetos da FGV, Ana Maria Castelo, é de um crescimento nominal (não deflacionado) também de 30%, alcançando cifra da ordem de R$ 152,1 bilhões (entre recursos do FGTS e do Sistema Brasileira de Poupança e Empréstimo).
 O setor que mais cresceu foi a agropecuária, com a queda de produção do trigo, cana de açúcar e café mais do que compensados pela expectativa de alta das safras da mandioca, feijão e laranja, de 7,3%, 6,1% e 3,1%, respectivamente, na comparação com o terceiro trimestre do ano passado. A agropecuária subiu 6,9% no terceiro trimestre ante igual período de 2010.
 A construção civil teve incremento de 3,8% no terceiro trimestre na comparação anual, impulsionada pelos programas do governo como "Minha Casa, Minha Vida", Copa e PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), ajudando a manter positivo o PIB da indústria, que cresceu apenas 1% no mesmo período.
 A indústria de transformação contribuiu negativamente e teve queda de 0,6%, com destaque para o fraco desempenho na fabricação de automóveis, têxteis, vestuário e calçados e produtos químicos.
 De janeiro a setembro, indústria, serviços e agropecuária acumulam altas de 2,3%, 3,2% e 2,8%, respectivamente. Já o consumo das famílias, os investimentos e o consumo do governo registram alta de 4,8%, 5,7% e 2,2%, respectivamente.
 Governo lançou vários pacotes 
 Na semana passada, o ministro Guido Mantega (Fazenda) anunciou um pacote de medidas para estimular o crescimento da economia brasileira, fortalecendo a demanda interna e tentando descolar a atividade econômica das influências internacionais.
 Entre as ações está a redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre os chamados produtos de linha branca, como fogão e geladeira.
 Outra medida anunciada foi o aumento do teto de financiamentos de casas do "Minha Casa, Minha Vida" com pagamento de tributo menor. Atualmente, casas de até R$ 75 mil pagam apenas 1% relativo a Imposto de Renda e PIS/Cofins. Agora, o teto passará para R$ 85 mil.
 "Este ano tivemos alguma desaceleração e estamos dando uma aquecida na economia, agora que a inflação esta sob controle, de modo que possamos entrar 2012 com a economia acelerando, com crescimento alto, de 4,5% a 5%", disse Mantega, em entrevista coletiva. "Vamos continuar estimulando o investimento."
 Foi reduzida ainda a alíquota de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) incidente sobre operações de crédito para pessoa física, como financiamentos de automóveis e cheque especial. A alíquota passou de 3% para 2,5% ao ano.
 Foram zeradas também alíquotas que incidiam sobre o investimento externo em ações. Era cobrado 2% sobre as compras de ações por estrangeiros, que agora não pagarão mais o IOF. Em títulos privados com mais de 4 anos os estrangeiros também pagavam 6%, e agora não haverá mais a cobrança.
 As medidas também têm como objetivo facilitar, por meio do mercado de capitais interno, o financiamento de empresas brasileiras que estão com dificuldade para captar no exterior. Mantega disse ainda que o governo pode decidir por novos estímulos para evitar que a economia desaqueça. 
"Cbic"

 

COMPARTILHE!

Calendário

Data

Este Mês
Parceiros e Afiliações

Associados

 
ANEOR
Sinduscon – Vale
Sinduscon-GO
Sinduscon-TAP
ASSECOB
Sinduscon – Lagos
ABEMI
Ademi – MA
Sinduscon-Poços
Sinduscon-Porto Velho
Sinduscon-MS
Ademi – PR
 

Clique Aqui e conheça nossos parceiros

Afiliações

 
CICA
CNI
FIIC
 

Parceiros

Visão geral da privacidade

Este site usa cookies para que possamos fornecer a melhor experiência de usuário possível. As informações de cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.