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AGÊNCIA CBIC

22/03/2011

Iniciativas da indústria já diminuem o desperdício

 

22/03/2011 :: Edição 061

Jornal Valor Econômico/BR   |   22/03/2011

iniciativas da indústria já diminuem o desperdício

Têxtil, papel e construção apresentam programas eficientes

Rosangela Capozoli

Para o Valor , de São Paulo

Acusados de serem os maiores desperdiçadores de água do país, setores da
indústria já se conscientizaram dos danos provocados ao meio ambiente, e correm
atrás de soluções para abrandar o problema.

Entidades de classe investem em pesquisas, novas tecnologias, criam manuais
de boas práticas, indicadores de rentabilidade e disseminam experiências
bem-sucedidas aos seus associados na tentativa de estancar perdas.

A busca de parceria com órgãos governamentais também tem sido uma das
ferramentas para diminuir o excesso de consumo. E nem sempre reduzir o uso de
água significa ter de investir muito. Às vezes soluções simples já evitam
abusos.

Substituir as tradicionais torneiras de abrir e fechar pelas de válvula
automática, adotar técnicas de reúso e até desenvolver uma nova fórmula para
goma – insumo usado na fabricação de tecidos -pode gerar economia relevante.

"O setor têxtil, apesar de consumir muita água, é uma das indústrias
que mais adotam o reúso, e saiu na frente ao criar uma cultura de medição de
indicadores ambientais de desempenho", garante Eduardo San Martin, diretor
de meio ambiente do Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem em Geral
(Sinditêxtil/SP) e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp).

Em parceria com a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb),
ligada à Secretaria do Meio Ambiente do governo paulista, no âmbito da Câmara
Ambiental do Setor Têxtil, i sindicato criou um manual explicativo há quase uma
década para a obtenção e aplicação de dados, a fim de quantificar e qualificar
o desempenho ecológico das indústrias.

"Com a adoção de uma cultura de medição de indicadores é possível
construir uma visão de futuro, aperfeiçoar as etapas de planejamento, expandir
e ampliar o negócio, e o mais importante: obter simultaneamente benefícios
ambientais e econômicos na gestão dos processos", comenta.

San Martin explica que na área do setor têxtil a grande vilã é a goma usada
nos fios para produzir o tecido. Essa goma é desprendida durante a lavagem e
vai para um tratamento de efluente. "Uma empresa, em busca de solução,
conseguiu desenvolver em parceria com seu fornecedor um tipo de produto solúvel
em água, que pode ser recuperado em membrana filtrante.

A redução, nesse caso, foi expressiva, pois a indústria pode reutilizar a
água após a recuperação da goma", conta. Outra experiência vivenciada pelo
setor diz respeito à troca de torneiras. "Uma indústria trocou todas as
torneiras de abrir e fechar por outras de válvula automática. Isso ocasionou
uma redução de 23% no consumo de água da fábrica", acrescenta o diretor.
"Os resultados são tão expressivos no setor que levou a indústria têxtil
paulista a ser uma referência quando se fala em produção mais limpa",
conclui. O sindicato congrega 900 empresas.

Além do têxtil, outros oito setores fazem uso do guia Produção mais Limpa,
entre eles os frigoríficos e a indústria de produtos lácteos, segundo San
Martin.

"O tema água é relevante porque há, realmente, uma demanda bastante
alta", afirma Afonso Morais de Moura, gerente técnico da Associação
Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP). Pesquisas e desenvolvimento de
tecnologias, segundo Morais Moura, tem sido uma constante na ABTCP. A exemplo
do Sinditêxtil, a associação também criou um grupo para cuidar do tema. A
Comissão Técnica de Meio Ambiente trabalha hoje a capacitação das empresas para
reduzir o consumo de água. "Atuamos também junto ao Conselho Nacional de
Recursos Hídricos, através da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), e
formamos uma rede de recursos hídricos no setor e na associação", explica.

Segundo ele, os ganhos já foram grandes tomando como base o consumo da
década de 50. "Há 60 anos era comum o uso de 100 m3 de água por tonelada
de celulose seca. Hoje, a média, nas empresas com tecnologia mais atrasada,
está em 45m3", diz. "As indústrias mais avançadas operam abaixo de 30
m3, como é o caso da Lwarcel, de Lençóis Paulista (SP)." A política de
redução de água desenvolvida pela Câmara
Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC) envolve, principalmente, as construtoras que fazem parte de
uma cadeia produtiva complexa. "Essa cadeia passa pelo material de construção, oferta de
terrenos, serviços públicos, empreendedores, entre outros", afirma Wilson
Passeto, consultor da câmara e diretor da Água e Cidade.

Segundo ele, uma das preocupações do setor foi estabelecer políticas
direcionadas ao uso de água, energia, reúso de materiais e ocupação do solo.
"O Brasil movimenta 100 milhões de toneladas de entulho por ano e 20 vezes
mais desse volume de água. Já em 1998, por conta do Programa Brasileiro de
Qualidade e Produtividade do Ministério de Cidades, foi estabelecido um acordo
entre os fabricantes de bacias sanitárias e equipamentos de descarga para que
até o ano 2000 os vasos que utilizavam 12 litros de água por descarga passassem
a usar apenas 9 litros", ressalta.

Dois anos depois, segundo ele, o volume caiu para seis litros.

O programa intitulado "Gestores da Água" com foco nos
trabalhadores da área de edificação, capacitou, até 2006, quatro mil gestores e
estimula o desenvolvimento de uma metodologia de gestão da água dentro das
empresas.


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