
AGÊNCIA CBIC
13/02/2012
Infraestrutura perde espaço para gasto social
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13/02/2012 :: Edição 268 |
Jornal Folha de S. Paulo/BR 13/02/2012
Infraestrutura perde espaço para gasto social
Da ditadura para a democracia, as prioridades do dinheiro público migraram para programas de seguridade
O cenário político e econômico do país impõe tetos para esses gastos muito mais rígidos
Em seus anos dourados, na década de 70 do século passado, as empresas federais chegavam a investir mais que o equivalente a 4% do Produto Interno Bruto.
No final do governo Lula, as estatais, agora menos numerosas, contabilizaram o maior volume de investimento desde o Plano Real -mas, em proporção do PIB, o patamar mal chegou à metade dos recordes do "milagre econômico" brasileiro.
A estratégia econômica daquele período, na qual o Estado planejava e liderava a execução de grandes empreendimentos, se tornou referência para os desenvolvimentistas nativos, incluindo os hoje abrigados na administração petista.
Não por acaso, a proposta básica do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) foi a expansão dos projetos de infraestrutura a cargo da União, tanto os realizados com dinheiro da arrecadação de impostos quanto os financiados pelas receitas das empresas estatais.
PRIORIDADES
A recente queda dos investimentos, ainda que não necessariamente signifique uma nova tendência, ajuda a entender como o cenário político e econômico do país impõe tetos para esses gastos muito mais rígidos que os existentes nos anos 70.
Da ditadura militar para a democracia, as prioridades do dinheiro público migraram para os programas de seguridade social -ou, em outras palavras, mais consumo público e privado, menos poupança e investimento.
Há também tolerância menor com a inflação. Os excessos do ano eleitoral de 2010 obrigaram o governo Dilma a conter despesas para evitar uma escalada dos preços.
Se o gasto social precisa continuar crescendo, as obras de infraestrutura são as vítimas em caso de ajuste. Mesmo fora das metas fiscais do governo, a Petrobras contribuiu com R$ 3,3 bilhões em dividendos para ajudar o Tesouro Nacional a fechar as contas do ano passado.
De longe a maior investidora da União, a empresa ainda teve seus planos de negócios para 2011-2015 limitados pela Fazenda devido à preocupação com possíveis reajustes dos preços da gasolina e do óleo diesel.
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