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AGÊNCIA CBIC

31/05/2013

Indústria da incerteza

"Cbic"
31/05/2013

Brasil Econômico/BR

Indústria da incerteza

Nlcola Pamplona  
 Cassiano Viana
Primeiros indicadores de atividade do segundo trimestre sinalizam que o PIB industrial, que teve queda de 0,3% nos primeiros três meses de 2013, continuará em ritmo lento.
 Embora o governo afirme que há sinais de recuperação econômica já no segundo trimestre, os primeiros indicadores de atividade industrial em abril reforçam as projeções de que o Produto Interno Bruto (PIB) do período repetirá o fraco desempenho dos três primeiros meses do ano, quando cresceu apenas 0,6%. Consumo de energia e dados de atividade da construção civil e da indústria paulista confirmam estagnação também em abril. Com peso de 29,7%, na composição do PIB, a indústria teve queda de 0,3% no primeiro trimestre do ano.
 "Nossa previsão é que o próximo trimestre fique abaixo de 0,6%", afirma Alessandra Ribeiro, economista da Tendências Consultoria, que, como a maioria dos analistas, reviu sua projeção para o ano. "O que temos de fatores positivos no primeiro trimestre não é sustentável", completa.
 "O desempenho da agropecuária (que obteve o melhor resultado no PIB) é pontual, fica no primeiro trimestre, pois foi impulsionado pela safra da soja, cuja colheita é realizada no início do ano", concorda a a economista Mônica Baumgarten de Bolle, diretora do Instituto de Estudos de Política Econômica/Casa das Garças (IEPE/CdG).
 Logo após a divulgação do PIB, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que alguns indicadores, como a venda de papelão ondulado, o transporte de carga e as consultas por crédito para investimento no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estão subindo, sinais de que a economia deverá se recuperar. Do lado da indústria, porém, as primeiras notícias a respeito da atividade neste trimestre indicam que não há muitos motivos para comemorar.
 O consumo industrial de energia, por exemplo, ficou estagnado em abril, informou a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Com relação ao mês anterior, houve alta de 2,6%, mas a própria EPE ressalta que é prematuro falar em recuperação, devido às incertezas com relação à conjuntura econômica.
 " Parece ainda cedo para confirmar a estabilização de um quadro que vem se caracterizando pela inconstância", avaliam os economistas da entidade na "Resenha Mensal do Mercado de Energia Elétrica". A indústria eletrointensiva, principalmente dos segmentos de ferro-ligas e alumínio, tem mostrado retração.
 A construção civil e a indústria da transformação, setores que tiveram peso negativo na economia no primeiro trimestre, também continuam em ritmo lento, conforme apontam indicadores da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). Segundo a CNI, a Utilização da Capacidade de Operação da Construção Civil caiu de 70% em março para 66% em abril – o pior patamar desde o início da série, em janeiro de 2012.
 Já o índice do Nível de Atividade (INA) da Fiesp, registrou crescimento de apenas 0,2% no primeiro mês do segundo trimestre, seu pior desempenho do ano. "Eu diria que o ânimo com o qual entramos em 2013, prevendo taxa de crescimento de 3%, diminuiu", afirma o diretor titular do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp, Paulo Francini, na divulgação dos dados do INA, na quarta – feira. A indústria da transformação, com grande presença em São Paulo, teve queda de 0,7% nos primeiros três meses de 2012.
 Mansueto Almeida, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), também não vê sinais de melhora para o segundo trimestre. "Pelo contrário, o resultado do primeiro trimestre já contamina os outros trimestres, piorando muito a previsão de fechamento do ano", observa o ex-coordenador-geral de Política Monetária e Financeira na Secretaria de Política Econômica no Ministério da Fazenda.
 "As condições que limitam o crescimento do PIB parecem ser muito mais sérias do que pensávamos", conclui o economista. "Não há muito o que o governo possa fazer no curto prazo. O principal é não descuidar da inflação", avalia. Na quarta-feira, após a divulgação do PIB, o Conselho de Política Monetária (Copom) confirmou sua preocupação com o controle da inflação ao elevar em 0,5 ponto percentual a taxa básica de juros (Selic), que ficou em 8% ao ano.
 "Se não vamos ter uma volta mais rigorosa do investimento e o consumo não vai mais ser o carro-chefe da economia, o que vai ser? Essa é a dúvida que paira.
 Monica Baumgarten
 Economista"
 Para Mansueto de Almeida, do Ipea, a solução usada em 2009, de estímulo ao consumo, não funciona mais. Por enquanto, não temos nenhum sinal de melhora.

 
"Cbic"

 

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