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AGÊNCIA CBIC

26/03/2012

Funcionários recebem recompensa para indicar mão de obra

"Cbic"
26/03/2012 :: Edição 284

 

Extra Online/RJ 25/03/2012
 

Funcionários recebem recompensa para indicar mão de obra

Procura-se. E paga-se recompensa, dizem cartazes colados em murais de empresas, assim como em anúncios de intranets ou newsletters diárias. Essa é mais uma estratégia para enfrentar o tão (mal) falado apagão de mão de obra: com cada vez mais dificuldade de encontrar profissionais qualificados, as companhias estão pagando aos funcionários que indicam colegas para trabalhar na casa. Ou seja, em alusão aos head-hunters (caçadores de executivos), nascem os hand-hunters (caçadores da base).
 Depois de tentar captar mão de obra de maneira mais tradicional, a Cofix, que fornece soluções em estruturas de concreto para a construção civil, lançou, em fevereiro, a campanha "Indique e Ganhe R$ 200". A meta é contratar cem carpinteiros. Até o fim da semana, conseguira 21 novos funcionários.
 Na Módulo, da área de segurança da informação, a estratégia é mais antiga: há três anos, qualquer funcionário que encaminhe o currículo de alguém que seja contratado recebe R$ 500 adicionais no salário – é o programa "Seja nosso head-hunter". Já na Chubb Seguros, a recompensa por uma indicação pode chegar a até R$ 1,5 mil.
 Assim Isabel Baraçal conseguiu sua vaga de analista de documentação júnior na Módulo. Ela tinha amigos em comum com Carolyn Oliveira, funcionária da companhia. Um dia, em um almoço, as duas começaram a conversar sobre trabalho e carreira.
 – Fiquei com aquilo na cabeça, pois sabia que a empresa estava aceitando indicações. Então mandei um e-mail para a Isabel, falando sobre a vaga – lembra Carolyn.
 Recompensa vem três meses depois 
 Isso foi há ano e meio. A indicação de Carolyn vingou e, dali a três meses, ela recebeu sua recompensa – o empregado que sugere o nome ganha os R$ 500 quando o contratado ultrapassa o período legal de experiência.
 – Foi legal receber o bônus. É uma recompensa por eu ter "vendido" a empresa – destaca Carolyn, analista de documentação.
 A empresa é especializada em soluções para automatização de GRC (Governança, Riscos e Compliance) e atua num dos ramos que mais sofre no país com a falta de gente qualificada, o da tecnologia da informação (TI).
 – Para muitas funções, há pouca oferta. O programa nos ajuda a encontrar profissionais novos, mais adequados a nossos valores. Vamos mantê-lo: funciona muito bem – diz a gerente de RH da Módulo, Letícia Molinaro.
 No segmento da construção civil, outro dos mais afetados pelo "apagão de talentos", a Cofix bem que tentou encontrar meios de qualificar profissionais para atuar no nível operacional. Criou, em 2009, pouco depois do boom do setor, um programa interno de qualificação para formar carpinteiros – o cargo com maior número de vagas e menos gente disponível. São nove meses de curso, que já formou mais de 200 trabalhadores.
 Funcionário já ganhou R$ 800 
 Além disso, a companhia costuma aproveitar quem passa pelo projeto "Mão na massa", que qualifica mulheres para a construção civil. Mas nada disso tem sido suficiente.
 – É uma captação muito difícil. Então surgiu a ideia de oferecer essa gratificação de R$ 200, em vale-compras- explica Denise Rodrigues, superintendente da Cofix.
 No caso da empresa, a dificuldade mesmo é encontrar carpinteiros. Por isso, a campanha só vale para indicações desse profissional. Animado com o incentivo, o auxiliar de RH Diego Baptista já levou seis nomes para o departamento, dos quais quatro foram aproveitados, lhe garantindo R$ 800 no fim do mês.
 – A questão do dinheiro realmente me incentivou a buscar indicações. Comecei a conversar com conhecidos e fui divulgando as oportunidades. E claro que só indiquei pessoas conhecidas, para não prejudicar a minha imagem – diz Diego.
 Como o objetivo de recrutar 100 carpinteiros em dois meses ainda está longe de ser alcançado, o departamento de RH pensa em dar continuação ao programa.
 – Como está dando certo, deve ser prorrogado – diz a superintendente da Cofix, que ainda se surpreende com a dificuldade para conseguir carpinteiros. – O salário de um meio-oficial de carpinteiro é de R$ 915 e o de um carpinteiro pleno de R$ 1.119, sendo que esses valores podem dobrar, já que eles recebem por produtividade. Mesmo assim, tem quem ache que é desmérito trabalhar numa obra.
 Indicação reduz erros na contratação 
 Na Módulo, uma das razões para o programa "Seja nosso head-hunter" funcionar muito bem está relacionada à melhoria no ambiente de trabalho.
 – Os funcionários só indicam quem eles acreditam que sejam compatíveis com a nossa cultura organizacional. Isso ajuda a reduzir a margem de erro na hora das contratações – diz a gerente de RH, Letícia Molinaro, que acredita que o benefício seja bom tanto para o indicado, quanto para quem indica. – Quem é indicado se dedica mais, porque sabe que já há uma expectativa em torno dele. Já quem indica se sente motivado por estar contribuindo com a empresa.
 Programa cresce entre as grandes empresas 
 Na Cofix, antes de colocar o sistema em prática, o departamento jurídico foi consultado. A preocupação era verificar se existia algum impedimento legal ao pagamento de bônus por indicações. Como não havia problema, a empresa seguiu com a implantação.
 – Já tínhamos ouvido falar que essa prática acontecia de modo informal no mercado. Então resolvemos formalizar e anunciar o programa – diz Denise Rodrigues, superintendente da empresa.
 Segundo o advogado trabalhista Jardson Bezerra, programas como esse e seu sistema de premiações está crescendo entre as grandes empresas.
 – Isso tem acontecido por vários motivos. Um deles é o incentivo ao comprometimento dos funcionários e a criação de um ambiente de trabalho melhor. Além disso, a premiação é uma forma de economizar, pois, ao contratar uma empresa de RH para fazer a seleção, em geral, o valor pago é equivalente a um mês de salário do novo funcionário – relata Bezerra.
 

"Cbic"

 

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