Foco voltado à produção

Expectativa de projetos em infraestrutura e construção civil faz bancos ampliarem atendimento às empresas em MG  

 

 De olho no desempenho dos negócios em Minas Gerais, bancos estão investindo em um atendimento cada vez mais personalizado às empresas de olho no financiamento à produção principalmente para projetos ligados à infraestrutura, pré-sal, Copa do Mundo, Olimpíadas e energia. O Banco do Brasil (BB) é uma das instituições que estão ampliando seus serviços aos clientes jurídicos no estado. A partir do dia 25, empresas com faturamento anual entre R$ 25 milhões e R$ 600 milhões, que são clientes do banco, passarão a ser atendidas em sete escritórios em diferente regiões de Minas, que funcionarão como plataformas de extensão do atendimento às pessoas jurídicas. As empresas também vão passar a ser atendidas por meio de cinco agências específicas (e não mais de varejo), chamadas de escritório de negócios: em Contagem (Grande BH), duas na capital, em Uberlândia (Triângulo) e Juiz de Fora (Zona da Mata).

 "Dessa forma, com a inauguração das sete plataformas, passaremos a atender toda a Minas Gerais, ampliando nosso atendimento no estado. Estamos vivendo um mote de financiamento à produção ", afirma Márcio Scalioni, superintendente regional empresarial do Banco do Brasil. Os novos escritórios de negócios são em Varginha e Pouso Alegre, para atender o Sul do estado; Governador Valadares, concentrado no Vale do Aço e parte do Norte de Minas; Uberaba e Patos de Minas para atender do Triângulo a Unaí, na divisa com o Distrito Federal; e Itaúna e Divinópols, do Centro-Oeste mineiro até parte do Sul de Minas.

 Os ativos do BB em Minas já ultrapassam os R$ 3 bilhões nesse segmento empresarial (de R$ 25 milhões a R$ 600 milhões de faturamento). Segundo Scalioni, no primeiro semestre o crescimento superou os 10%. O desafio para os próximos seis meses é avançar até 30%. Ele explica que com o novo modelo de atendimento o foco estará centrado nos incentivos à produção das empresas. Conforme o executivo, o primeiro semestre para o empresariado mineiro foi de planejamento. Entretanto, a maioria das empresas tem projetos nas gaveta. "Vamos ter aquecimento em investimento", diz.

 Construção civil Um dos setores mais promissores, na opinião de Scalioni, é o da construção civil. Há cerca de dois anos, o banco começou a financiar projetos no setor imobiliário. Sem revelar cifras, o executivo diz que um dos projetos do BB é agrupar todas as construtoras voltadas ao segmento imobiliário em um único escritório, um "centro de inteligência".

 Para Daniel Furletti, coordenador sindical e economista do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), os números do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) justificam o interesse dos bancos pelo setor. "Desde 2004, quando foi criado o marco regulatório do mercado imobiliário, os financiamentos via SBPE cresceram 680%", revela. Em 2004, foram 53.826 mil unidades financiadas. No ano passado, o número saltou para 421.386 mil unidades em todos o país, via SBPE.

 O BB também oferece suporte aos negócios de comércio exterior, além de estudar a estrutura de capital dessas empresas, incluindo abertura de capital e realização de IPOs – ofertas primárias de ações.