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AGÊNCIA CBIC

02/05/2011

Evolução na arquitetura

"Cbic"
 
02/05/2011 :: Edição 088

Jornal Hoje em Dia Online/BR – 02/05/2011

evolução na arquitetura

Uma das novas opções, laje nervurada pode reduzir gastos com materiais de construção e mão de obra

A evolução da arquitetura, que leva à aplicação de vãos cada vez maiores nos
projetos residenciais e comerciais, e o alto custo das formas de madeira e
metálicas, tornaram as lajes maciças desfavoráveis economicamente, na maioria
das construções. Nesse cenário, surgem como uma das opções a laje nervurada. De
acordo com o engenheiro civil da Oliveira Silva Consultoria e Projetos, Pedro
de Oliveira Silva, ela é basicamente composta por vigotas ou nervuras, de
altura e espessura relativamente baixas quando comparadas com as seções de
vigas tradicionais, espaçadas simetricamente entre si de maneira a formar
estrutura similar a uma grelha.

A utilização das lajes nervuradas, afirma ele, resulta na versatilidade de
poder alterar as disposições dos ambientes, mobiliários e equipamentos. Na
opinião do engenheiro, a laje nervurada é ideal para empreendimentos que
necessitam de vãos entre vigas ou pilares maiores, como edifícios comerciais e
institucionais e projetos residências ousados. "Não vale a pena utilizar
essa tecnologia em casas com ambientes pequenos".

A definição pela estrutura nervurada ou maciça, diz ele, deve partir do
engenheiro, levando em consideração a qualidade do produto, quando o cliente
pretende investir, e o tamanho dos vão livres em cada ambiente. Para o
especialista, optar por um ou outro tipo de metodologia na construção de
residências, por exemplo, dependerá do projeto. Ele lembra que para obter bom
nivelamento da laje maciça é preciso muita madeira, atenção com o escoramento,
com o tamanho dos vãos e capricho ao espalhar o concreto, seja pronto ou virado
na obra. Além disso, o uso de madeira com falhas, alerta ele, pode fazer o
escoramento romper e provocar queda das peças durante a concretagem, colocando
em risco a vida dos empregados.

As lajes nervuradas, por possuírem menos vigas, podem proporcionar ainda
economia nas formas e na redução da mão de obra com amarração das armaduras.
Outras vantagens: elas são duas vezes mais resistentes ao fogo, facilitam a
execução da armação e instalações elétricas e hidráulicas. "Dependendo da
obra, a aplicação dessa tecnologia pode representar economia em torno de 10% em
comparação com a laje de concreto armado", contabiliza o engenheiro.

Arquiteta da Archè Arquitetura Integrada, Denise Neves diz que a estrutura
convencional contém muitos pilares de sustentação, reduzidos para um ou poucos
com o uso da laje nervurada, tornando o ambiente com vão enorme. Permite,
também, projetar pé-direito e elimina problemas como furação de vigas.
"Além do ganho técnico construtivo, o modelo oferece um ganho estético
muito interessante", ressalta ela.

À medida que os vãos cresceram e as alvenarias foram apoiadas sobre a laje,
explica Denise Neves, o emprego de laje maciça leva à espessuras
antieconômicas. Ela ressalta que a utilização da laje nervurada é opção
competitiva quando se trata de grandes vãos livres, da ordem de sete a 15
metros entre apoios. No sistema nervurado, afirma a arquiteta, tem-se alívio do
peso próprio da estrutura e aproveitamento mais eficiente dos materiais, aço e
concreto, já que a mesa de concreto resiste aos esforços de compressão e a
armadura os de tração.

Denise Neves diz que o conhecimento de tecnologias e materiais é
indispensável para o sucesso do projeto e que também o arquiteto tenha domínio
sobre essas questões técnicas. Ela sugere que, diante da variedade de opções,
oriente o cliente qual é a melhor para o projeto. "A função do arquiteto
não se limita apenas a conceber uma bela arquitetura, mas deve-se estender ao
gerenciamento dos diversos projetos envolvidos no empreendimento, bem como a
interface com o construtor", completa.

Por definição normativa, (ABNT NBR 6118:2003) lajes nervuradas são lajes
moldadas no local ou com nervuras pré-moldadas, cuja zona de tração é
constituída por nervuras entre as quais pode ser colocado material inerte.
Esses materiais de enchimento entre as nervuras visam diminuir o peso próprio
da estrutura e melhorar o acabamento do elemento, quando comparado com a laje
maciça tradicional.

Ousadia surpreende

Ao conceber o projeto da residência da dentista Andréia Malta Carrara, no
Vale dos Cristais, em Nova Lima, Região Metropolitana, Denise explorou a
solução estrutural, que surpreende pelos balanços ousados. Apesar da
importância que as lajes nervuradas de concreto assumem como geradoras do
espaço – é a partir delas que se desenvolve o raciocínio arquitetônico -,
outros elementos sobressaem: casa afastada do solo, pé-direito alto, sala com
9,70m por 7,70m de vão livre e garagem com 8m por 6,50m.

De acordo com Andréia, a decisão pela laje nervurada só foi autorizada após
ouvir a opinião de um engenheiro amigo da família. "Não sabia que existia
esse tipo de laje. Quando me sugeriram, eu me informei sobre segurança e
viabilidade". Segundo o engenheiro Pedro de Oliveira, outras vantagens são
reflexo direto no custo ou facilidade de execução com o uso da laje nervurada.

"Como as lajes trabalham com tensões relativamente baixas, é possível
retirar antecipadamente o escoramento e as fôrmas e aumentar a velocidade da obra.
A ausência de vigas leva à economia de material, redução do peso próprio da
estrutura e da mão de obra e melhor aproveitamento dos espaços", comenta.
Ele diz que estão sendo feitas pesquisas para o emprego de garrafas PET como
elemento inerte entre as nervuras na Universidade Estadual Vale do Acaraú
(UVA), em Sobral, Ceará. O uso da PET possibilitaria economia superior a 40%
sobre o custo de lajes de materiais convencionais, além de ser ecológico.


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