Estratégias inteligentes de energia para construção é tema do ENIC 100

Reduzir a pegada energética na construção é uma alternativa possível. Novas formas de produzir energias sustentáveis e reduzir a emissão de carbono na indústria foram discutidas nesta quarta (9) no painel Construção e Energia: entregando sustentabilidade e eficiência, durante o Encontro Internacional da Indústria da Construção (ENIC). Promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em conjunto com a Feicon, o evento acontece na cidade de São Paulo, no pavilhão 8 da São Paulo Expo até 11 de abril.

Em termos energéticos, existem algumas alternativas a serem exploradas dentro da construção que foram apresentadas no painel pelos especialistas convidados. Fazendas solares, energia solar fotovoltaica e hidrogênio verde são algumas das medidas que podem reduzir custos e criar medidas sustentáveis dentro da construção.

“Precisamos pensar tanto na construção, quanto na operação dos nossos empreendimentos e acredito que nós estamos no caminho certo no setor para aprofundar isso e ter ferramentas mais sustentáveis para desenvolver nossos trabalhos” apontou Nilson Sarti, vice-presidente de Sustentabilidade da CBIC. que mediou o debate.

Projetos desenvolvidos no campo da economia circular e ações estruturantes de energia sustentável, especialmente de hidrogênio verde, foram apresentados pelo Senai Cimatec da Bahia. De acordo com Arilma Tavares, coordenadora do Núcleo de Sustentabilidade do órgão, apenas o setor de aço e cimento são responsáveis por 18% das emissões mundiais de gás carbônico. E os projetos precisam pensar em todo o ciclo de vida de um empreendimento, desde a obra até a operação.

“Precisamos pensar em todos os processos sustentáveis desde do projeto. E assim trazer efetivamente essas medidas para as nossas obras e descarbonizar a indústria da construção, do canteiro até a durabilidade das edificações. Sustentabilidade é um ganho ambiental, econômico e social”, afirmou a representante do Senai-Cimatec.

Descarbonização – O Encontro Internacional da Indústria da Construção (ENIC) é uma realização da CBIC, em parceria com a RX | FEICON, apoio do Sistema Indústria e correalização com SESI e SENAI. O evento conta com o patrocínio oficial da Caixa Econômica Federal e Governo Federal, além do patrocínio da Saint-Gobain, no Hub de Sustentabilidade e Naming Room de Sustentabilidade; do Sebrae Nacional, no Hub de Inovação, e da Mútua, no Hub de Tecnologia. Também são patrocinadores do ENIC: Itacer; Senior; Associação Brasileira de Cimento Portland – ABCP, Associação Brasileira das Indústrias de Vidro – Abividro, Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas – Abrafati, Anfacer, Sienge, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – Apex Brasil, Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI, Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo – CAU/SP; Multiplan; Brain; COFECI-CRECI; CIMI360; Esaf; One; Agilean; Exxata; Falconi, Konstroi; Mais Controle; Penetron; Seu Manual; Totvs; Unebim, Zigurat; Yazo.

A geração de energia solar fotovoltaica foi apresentada por Daniel Sobrinho, coordenador Estadual da Absolar e Diretor do Sinduscon-PA, como alternativa energética. “Esse é um caminho fácil, rápido e que pode ajudar o atendimento de energia em condomínios e habitações populares e com usinas feitas especialmente para atendimento de obras, através da geração remota. Ou seja, é uma forma de deixar as obras mais sustentáveis”, explicou.

Para atuar na redução da emissão de carbono e no consumo de energia nas construções, uma calculadora foi desenvolvida pela GIZ, agência alemã de cooperação técnica. “Não se pode gerir o que não se pode pedir, então fizemos esse cálculo para construir uma métrica e assim poder dar apoio às construtoras e incentivar projetos mais inteligentes e sustentáveis para as obras”, explicou Daniel Wagner, Coordenador de Projetos da GIZ.

A energia sustentável também pode ajudar na redução de custos. Para Victor Masello, coordenador de expansão da Hum Energia Renovável, empresa que tem fazendas solares com usinas que fornecem energia para mais de 300 condomínios no Rio de Janeiro, é preciso acabar com o mito de o custo de investimento em sustentabilidade é alto. “É possível fazer sustentabilidade com economia direta e imediata, e o benefício direto no financeiro. Não tem mais como construir sem pensar no futuro”, disse.

O tema tem interface com o projeto “Descarbonização e Integração aos Compromissos da COP 30”, da Comissão de Meio Ambiente e Sustentabilidade (CMA) da CBIC, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai)