
AGÊNCIA CBIC
25/10/2011
Setor quer centro vocacional da construção
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25/10/2011 :: Edição 204 |
Jornal Diário do Nordeste – Online/CE 25/10/2011
Setor quer centro vocacional da construção Esse pode ser o primeiro CVT exclusivo da construção no Brasil. A expectativa é que se inicie no fim de 2012
Preocupadas com a falta de mão de obra capacitada, o que dizem ser o maior gargalo da construção civil no Ceará, entidades do setor no Estado planejam um Centro Vocacional Tecnológico (CVT) em Fortaleza.
Se tudo der certo, esse será o primeiro CVT voltado exclusivamente para a construção civil no Brasil. A expectativa é que as primeiras turmas sejam iniciadas no novo equipamento já no final do próximo ano. Mas, por enquanto, trata-se apenas de um projeto.
Atualmente, a Coopercon (Cooperativa da Construção Civil do Estado do Ceará) possui um convênio com o CVT Portuário, na Companhia Docas do Ceará, com turmas em andamento para formar profissionais eletricistas, bombeiros hidráulicos e pedreiros.
"A maior crise do setor é mesmo a mão de obra, e o êxito com esse programa, nos inspirou a voos maiores. Agora estamos batalhando por recursos e pelo terreno", explica o presidente da Cooperativa, Marcos Novaes. Segundo ele, hoje, será iniciada uma negociação junto ao Governo do Estado, para pleitear a conquista do terreno para o centro de capacitação.
Articulação
Para conseguir os recursos para construir e equipar o local, Novaes aposta em uma articulação junto a bancada cearense na Câmara Federal e com o Ministério de Ciência e Tecnologia.
A opinião é de que se o CVT for concretizado, será um grande avanço para a construção civil cearense, uma vez que, de acordo com Novaes, o setor já se organizou para sanar problemas de compra e distribuição de materiais, por exemplo.
"Tudo que envolve cimento e concreto está no domínio da cooperativa. Agora precisamos dar ao mercado o que ele pede: bons profissionais. O desafio está também na evolução tecnológica dos métodos construtivos", explica Novaes, em referência as capacidades de formação do CVT.
Cenário
Segundo dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará (Sinduscon), hoje o setor emprega cerca de 41 mil funcionários na região metropolitana de Fortaleza (RMF) e movimenta cerca de R$ 3 bilhões ao ano.
O presidente do sindicato, Roberto Sérgio Ferreira, espera que o setor cresça entre 5% e 6% em 2011, abaixo das taxas registradas em 2010.
Contudo, ele explica que esse é um incremento que não deve inflacionar ainda mais o mercado de insumos. "Hoje a inflação da construção civil está em torno de 10% e 11%, o que é muito alta, se comprada com a inflação geral do País, que está em cerca de 7, 7,5%", diz.
Longe de esgotamento
O superaquecimento da economia da construção civil já resultou em falta de cimento na RMF, por exemplo, entre os meses de julho e agosto, quando o déficit ficou em 20%.
Roberto Sérgio acredita que o mercado local está longe de um esgotamento e que, de fato, é hora de focar em mão de obra. "Talvez isso ocorra em mais de 20 anos. Agora ainda tem muito mercado em aberto", analisa.
Ontem, o Sinduscon e Sindicato dos Engenheiros no Estado do Ceará (Senge-CE) reuniram engenheiros e arquitetos para discutir os termos da Convenção Coletiva da categoria, que há cinco anos não era revista.
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