Paralisação de obra das usinas do PAC segue sem acordo

BRASÍLIA. Na primeira reunião para tratar das condições de trabalho nas
obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ontem, representantes dos
trabalhadores e dos empresários não chegaram a um consenso sobre o tamanho do
problemas, mas concordaram em continuar negociando com o governo. Amanhã, será
instalada uma comissão com representantes do governo, dos trabalhadores e dos
empresários para analisar a situação das obras do PAC e de infraestrutura.

Também haverá uma reunião para tratar das condições de trabalho nas obras
das usinas de Santo Antônio e Jirau. Na reunião, segundo relato dos
sindicalistas, o ministro da Secretaria Geral, Gilberto Carvalho, reconheceu
que há problemas nas obras, mas disse que pode ter havido exagero por parte dos
trabalhadores.

O presidente da Câmara Brasileira da
Indústria da Construção (CBIC),
Paulo Safadi Simão, disse que há problemas em algumas obras do PAC, mas que
eles não são generalizados, como dizem os sindicalistas. O presidente da
Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, disse que a abertura de
negociação com as empresas e com o governo representa um avanço.

Cenibra. A área de colheita convencional da Cenibra, em Cocais das
Estrelas, município de Antônio Dias, na região do Rio Doce, está paralisada
desde o dia 24. A greve é em solidariedade à demissão de um operador de
motosserra.

Leia também:

Jornal Estado de Minas/BR  |   30/03/2011

reunião com centrais termina em impasse

Brasília – Reunião do governo federal com representantes das centrais
sindicais e construtoras sobre a paralisação de obras do Programa de Aceleração
do Crescimento (PAC) terminou ontem sem acordo. Segundo sindicalistas e
empresários presentes ao encontro, no Palácio do Planalto, a única medida
concreta tomada após as discussões foi a criação de uma comissão tripartite,
que se reúne amanhã, para apurar as denúncias de desrespeito às leis
trabalhistas em obras como as das usinas de Jirau, em Porto Velho, e Santo
Antônio, no Rio Madeira.

Os operários que trabalham na construção da Usina Hidrelétrica de Santo
Antônio, em Rondônia, não retornaram ao trabalho na segunda-feira, como
previsto. A Justiça do Trabalho de Rondônia tinha determinado, na sexta-feira,
que os funcionários voltassem às atividades.

A reunião foi um pedido do ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral
da Presidência da República, na semana passada, quando as revoltas iniciadas
nos canteiros das usinas Jirau e Santo Antônio começaram a se reproduzir em
outras obras do PAC, em todo o país.

Na reunião, segundo relato dos sindicalistas, Carvalho reconheceu que há
problemas nas obras do PAC, mas disse que pode ter havido exagero por parte dos
trabalhadores. O presidente da Câmara
Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safadi Simão, disse que há problemas em algumas obras
do PAC, mas que eles não são generalizados, como dizem os sindicalistas.
Segundo Simão, os sindicalistas não comprovaram na reunião que há trabalho
degradante, e as empresas refutaram a denúncia de trabalho escravo.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, disse
que a abertura de negociação com as empresas e com o governo representa um
avanço, pois ambos reconhecem os problemas nas obras do PAC. "O primeiro
avanço é fazer com que o governo e os empresários reconheçam que há problemas.
Mas negociação demora mesmo, temos de ter paciência. Saímos daqui com o
compromisso das empresas e do governo de negociar", disse.