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AGÊNCIA CBIC

23/03/2015

Ministro da Justiça diz que expulsões do 'Minha casa, minha vida' são inaceitáveis e manda PF investigar tráfico nos conjuntos

"Cbic"
23/03/2015

Extra Online – 23 de março

Ministro da Justiça diz que expulsões do 'Minha casa, minha vida' são inaceitáveis e manda PF investigar tráfico nos conjuntos

A Polícia Federal fará uma blitz nos condomínios do programa "Minha casa, minha vida" no Rio sob a influência do tráfico de drogas. A medida foi anunciada pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, após o EXTRA revelar, neste domingo, que todos os 64 conjuntos da faixa 1 na cidade são alvos do crime organizado.

Em entrevista exclusiva na sala de reuniões do Palácio da Justiça, em Brasília, o ministro classificou como "inaceitável" a expulsão de 80 famílias por traficantes do conjunto Haroldo de Andrade, em Barros Filho, revelada ontem no primeiro capítulo da série de reportagens "Minha casa, minha sina". Para frear o avanço do crime sobre os moradores, Cardozo determinou que a PF abra inquéritos a partir de cópias das reportagens do EXTRA.

O ministro também anunciou a convocação de uma reunião com o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, e a presidente da Caixa, Miriam Belchior. A ideia é criar uma força-tarefa com integrantes dos governos federal e estadual, para tratar problemas de segurança nos condomínios e discutir soluções para as famílias expulsas. O encontro acontecerá hoje, às 18h.

– Não podemos tolerar que o crime organizado aja dessa forma escancarada. Uma ação dos governos federal e estadual vai, num curto espaço de tempo, estudar providências cabíveis e reverter esse quadro – prometeu Cardozo.

Confira a entrevista na íntegra:

O Ministério da Justiça vai reagir contra a presença do crime organizado no "Minha casa, minha vida"? 

 Esses fatos mostrados pelo EXTRA são absolutamente intoleráveis e inaceitáveis. De acordo com nossa legislação, delitos cometidos por milicianos competem à Polícia Civil do Rio. A PF pode apoiar as investigações. Já no que diz respeito ao narcotráfico, esse material tem que ser analisado para que a PF, no âmbito de sua competência, tome as providências para atacar de frente essa situação. Todo o material coletado pela reportagem será encaminhado à Polícia Federal e à Secretaria de Segurança do Rio para que as ações policiais sejam intensificadas.

O governo pretende dar uma resposta às famílias que ficaram sem teto? 

 Essa situação envolve a atividade policial, mas não é só policial. Temos que estar com os outros órgãos responsáveis pelo programa, o Ministério das Cidades, a Caixa e o governo do Rio, cuidando de resolver o problema das famílias que estão sendo vítimas da realidade.

Há um intercâmbio de informações entre os governos federal e estadual? Os dois podem trabalhar juntos? 

 Embora a competência para a investigação desse delito seja, primariamente, da Secretaria de Segurança do Rio, o governo federal montou uma força-tarefa com o governo do estado para combater o problema, que existe, apesar de várias investigações em curso. Porém, a situação está longe de ser revertida. Em conjunto com o Estado do Rio, nós vamos intensificar as medidas, inclusive fazendo as prisões que devem ser feitas para que essa realidade não se perpetue.

O que o senhor vai propor ao secretário Beltrame? 

 É fundamental que os responsáveis por essa força-tarefa se reúnam com os ministros responsáveis e com as autoridades do governo do Estado do Rio para fazer uma avaliação de tudo o que está sendo feito. Se o Estado brasileiro até agora não conseguiu reverter o quadro, tem o dever perante a população de somar maiores forças e maior empenho para que ele seja rapidamente debelado.

'Minha casa, minha sina' 

 Após três meses de apuração, o EXTRA constatou que todos, absolutamente todos, os 64 condomínios do "Minha casa, minha vida" destinados aos beneficiários mais pobres – a chamada faixa 1 de financiamento – no município do Rio são alvo da ação de grupos criminosos. Neles, moram 18.834 famílias submetidas a situações como expulsões, reuniões de condomínio feitas por bandidos, bocas de fumo em apartamentos, interferência do tráfico no sorteio dos novos moradores, espancamentos e homicídios.

Mais de 200 pessoas foram ouvidas, entre moradores, síndicos, policiais civis e militares, promotores, funcionários públicos e terceirizados, pesquisadores e autoridades. Além disso, foram analisados documentos da Polícia Civil, do Ministério Público, da Secretaria de Habitação, do Disque-Denúncia, da Caixa Econômica e do Ministério das Cidades, parte deles obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação. O material deu origem à série "Minha casa, minha sina".

Luã Marinatto e Rafael Soares



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