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13/02/2015

Trabalhadores em risco

"Cbic"
13/02/2015

Diário da Manhã – 13 de fevereiro

Trabalhadores em risco

Acidentes de trabalho acontecem, mas podem ser evitados com informação, equipamentos de segurança, procedimentos de verificação de riscos e fiscalização da segurança dos trabalhadores por pessoas habilitadas

Divania Rodrigues, Da editoria de Cidades

É certo que acidentes acontecem. No ambiente de trabalho não seria diferente, ainda mais quando os trabalhadores se expõem a graus elevados de riscos, em empregos considerados perigosos ou que envolvam em determinados momentos produtos tóxicos ou inflamáveis, altura, máquinas pesadas ou de corte. Quem tem ânimo para construir arranha-céus ou fazer a manutenção em torres de telefonia ou de energia elétrica? Quem teria coragem para se embrenhar dentro de minas, milhares de quilômetros abaixo da terra, em busca de minérios?

Muitos são os que respondem positivamente a essas questões e por vontade ou necessidade se empregam em trabalhos que historicamente causam mortes. É o caso recorrente de mineiros que ficam soterrados e têm seu sofrimento recontado em livros e no cinema. De acordo com dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) são 2,3 milhões de mortes por ano por acidentes e doenças do trabalho e por dia 860 mil pessoas sofrem algum tipo de ferimento.

O Brasil é o quarto colocado no ranking mundial. Conforme dados do Anuário Estatístico da Previdência Social, em 2012, ocorreram 705.239 acidentes do trabalho e morreram 2.731 trabalhadores no Brasil, considerando apenas os que possuem registro em Carteira de Trabalho.

Recorrência

Ontem (12) mais um acidente envolvendo obras da empresa de Saneamento de Goiás S/A (Saneago) causou a morte do trabalhador Hermando Nogueira de Souza. O desastre ocorreu na cidade de Iporá, no oeste do Estado, 234 quilômetros de Goiânia.

De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, às 11 horas da manhã a corporação foi acionada para atender a ocorrência. Quatro funcionários da Elmo Engenharia, empresa contratada pela Saneago para a execução de obras de esgotamento sanitário no município, haviam sido soterrados em um buraco de aproximadamente 3 metros de profundidade.

Três dos trabalhadores foram resgatados rapidamente e encaminhados para o Hospital Municipal de Iporá para avaliação médica. Em nota a Saneago informou que os operários apresentavam escoriações e não corriam risco de morte.

O quarto continuou soterrado e não resistiu ao acidente. A Saneago informou ainda que a Gerência de Segurança do Trabalho estava “averiguando os fatos que levaram ao acidente, para que sejam apuradas as responsabilidades”. Também esclareceu que fez recomendações à terceirizada para que prestasse assistência às famílias das vítimas.

Esse é o segundo acidente, desde o início do ano, que a Saneago tem participação. No primeiro, ocorrido no dia 21 de janeiro, dois trabalhadores morreram depois de desmaiarem em uma rede de esgoto, em Goiânia. Eles executavam obras de esgotamento sanitário no Setor Nossa Senhora Aparecida e a suspeita é a de que tenham inalado gases tóxicos.

Petrobras

Na última quarta-feira (11) um navio-plataforma da Petrobras explodiu no litoral norte do Espírito Santo. De acordo com a empresa, a unidade operava desde junho de 2009, no pós-sal dos campos de Camarupim e Camarupim Norte a cerca de 120 km da costa e levava 74 trabalhadores embarcados. Desse total, 5 funcionários morreram, 4 estavam desaparecidos e 14 continuavam hospitalizados até a tarde de ontem.

Segurança do trabalho

Para Renata Lemos, técnica em segurança do trabalho da Dinâmica Engenharia, acidentes como estes podem ser evitados e que um local para trabalhar seguro e saudável deve ser respeitado e é um direito básico. Para isso a aplicabilidade nas normas de segurança no trabalho, que são abrangentes e cobrem diversas áreas, devem ser observadas e fiscalizadas.

Renata, que conquistou o primeiro lugar no concurso “Técnico em segurança nota 10!” do Serviço Social da Indústria da Construção no Estado de Goiás (Seconci), explica que a primeira coisa a ser realizada para que haja segurança no local de trabalho, principalmente em canteiros de obras, é a prevenção. Para isso é preciso proporcionar ao recém-contratado o treinamento admissional de integração do funcionário. Nesse curso são repassadas ao trabalhador as informações básicas sobre a sua função, incluindo os riscos que ela oferece.

Depois é preciso fornecer os equipamentos de proteção individual (EPI) e ensinar os empregados a utilizarem o material. Também é preciso que haja um supervisor habilitado para avaliar os locais de trabalho e analisar se há risco aos trabalhadores. Também é preciso haver pessoas treinadas em primeiros socorros, resgates, combate a incêndios.

A técnica explica que a área de segurança no trabalho é abrangente e pode integrar medidas simples para manter a saúde dos funcionários, exemplificando que no canteiro de obras onde trabalha os operários foram treinados para identificar focos de reprodução do Aedes aegypti. Assim, durante a construção é menor a possibilidade de funcionários e vizinhos do local contraírem dengue.

Fiscalização e informação

No último Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças de Trabalho – 28 de abril – o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait) fez um ato para chamar a atenção para a falta de condições de trabalho no Ministério do Trabalho e Emprego (TEM). Eles também cobravam a convocação de concursos públicos para auditor fiscal do trabalho. De acordo com o sindicato, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indica que seria preciso de 8 mil profissionais para trabalhar nessas fiscalizações enquanto o número existente era de 2.750.

Outra medida válida, para os especialistas, é a informação, no embate diário com os empregados e empregadores negligentes e campanhas permanentes. Com essas medidas as empresas e o governo lucram com a redução de gastos.

 


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