AGÊNCIA CBIC
Porto: ajuda a servidores para comprar imóveis
09/03/2012 :: Edição 283 |
O Globo/BR 09/03/2012
Porto: ajuda a servidores para comprar imóveis Prefeitura criará linha de crédito para que funcionários adquiram apartamentos em 16 prédios a serem erguidos
O prefeito Eduardo Paes anunciou ontem que pretende gastar até R$500 milhões do Instituto de Previdência do Município (Previ-Rio) numa nova linha de cartas de crédito, para servidores públicos comprarem 1.800 apartamentos, em 16 prédios residenciais, que serão construídos na região do Porto. Na prática, o município vai viabilizar, a curto prazo, boa parte dos compromissos olímpicos na Zona Portuária, com recursos que retornarão aos cofres públicos a longo prazo. Durante as Olimpíadas de 2016, nesses prédios funcionarão vilas de imprensa (não credenciada) e de árbitros. Apenas em 2017 os servidores poderão se mudar para os imóveis.
Os recursos públicos voltarão para o município com os valores dos empréstimos restituídos, com juros, direto para o Fundo de Previdência Municipal (Funprevi), que paga aposentadorias de servidores e pensões.
Apartamentos de 2 quartos devem custar R$250 mil
Na quarta-feira, o prefeito já anunciara uma solução parecida para atender a uma exigência do Comitê Olímpico Internacional (COI), de ter uma reserva técnica de três mil leitos no entorno da Barra da Tijuca, no caso de faltarem vagas de hotéis na região para a chamada família olímpica. As novas casas, no Anil (Jacarepaguá), serão vendidas a servidores em data ainda a ser decidida.
Os R$500 milhões correspondem a quase 50% dos ativos do Previ-Rio disponíveis hoje para investimentos (R$1,1 bilhão). A estimativa é que os apartamentos de dois quartos no Porto custem cerca de R$250 mil a unidade.
– A prefeitura, com o negócio, vai acelerar o processo de revitalização da Zona Portuária. Do ponto de vista dos Jogos Olímpicos, esse é um dos mais importantes legados para a cidade, porque vamos recuperar uma área da cidade bastante degradada – disse o prefeito.
O presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Porto, Jorge Arraes, prevê que o programa seja lançado em setembro ou outubro – às vésperas das eleições municipais, em que Paes tentará um novo mandato. Arraes negou qualquer ligação do período eleitoral com o programa:
– É o prazo necessário para a formatação das cartas de crédito. E não há qualquer impedimento eleitoral para oferecer o benefício.
A preferência de compra dos apartamentos por servidores municipais consta de um termo de compromisso assinado ontem pelo prefeito com a empresa Solace e o Fundo de InvestimentoImobiliário Porto Maravilha, gerido pela Caixa Econômica Federal. A assinatura aconteceu na presença de integrantes do COI. O documento tem validade de seis meses – nesse prazo, terá de ser redigida a versão final da parceria.
|