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AGÊNCIA CBIC

10/03/2015

IBGE muda cálculo do PIB e números devem subir

"Cbic"
10/03/2015

O Estado de S. Paulo – 10 de março

IBGE muda cálculo do PIB e números devem subir 

Nova fórmula passa a contabilizar, por exemplo, aportes em pesquisa e exploração mineral como investimentos, e não mais como despesas

Daniela Amorim

Idiana Tomazelli

Vinícius Neder

A mudança no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB, soma total da renda gerada num país em determinado período) brasileiro pode aumentar os resultados registrados pela economia brasileira nos últimos anos. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), conta dos investimentos no PIB, deve sofrer expansão com a soma dos aportes em pesquisa e desenvolvimento, exploração e avaliação de recursos minerais e softwares, explicou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"Isso aumenta o PIB", definiu o diretor de Pesquisas do IBGE, Roberto Olinto. Na metodologia atual, essas atividades são contabilizadas como despesas. "O que antes eram apenas gastos passam a ser considerados como investimentos, como, por exemplo, a prospecção mineral", exemplificou.

Como resultado de gastos menores e investimentos maiores nos últimos anos, o País pode escapar do resultado negativo em 2014 previsto pelos economistas mais pessimistas. Segundo o último Boletim Focus, do Banco Central, a expectativa

média do mercado financeiro é que o PIB brasileiro tenha ficado estagnado no ano passado (0,01%). "Aumenta a probabilidade que o PIB de 2014 venha positivo", avaliou Eduardo Velho, economista-chefe da corretora INVX Global Partners.

A LCA Consultores estima que, após as revisões, o crescimento econômico médio do período de 2011 a 2014 passará dos atuais 1,6% ao ano (considerando os dados até o terceiro trimestre do ano passado) para em tomo de 2,5% ao ano. Nas projeções da consultoria, o PIB de 2014 deveria ficar estagnado. Com as revisões, pode subir um pouco, mas nada além de 0,5%.

"Nos outros países que adotaram a nova metodologia, houve revisão da taxa de crescimento para cima", disse o economista-chefe da LCA, Bráulio Borges.

O economista Cláudio Considera, que chefiou a Coordenação de Contas Nacionais do IBGE durante a implantação do Sistema de Contas Nacionais na década de 1980, no entanto, duvida de taxas de crescimento maiores e crê que o principal efeito será sobre o tamanho da economia, não tanto sobre as variações ano a ano. "Vamos descobrir que o PIB é um pouco maior do que se imaginava. O valor absoluto do PIB deve crescer e vai crescer em todos os anos", disse Considera, hoje pesquisador associado da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Imposto de renda. Além da ampliação dos itens classificados como investimento, o cálculo do PIB passa a contar com informações do Imposto de Renda de Pessoa Física, da Receita Federal, sobre o consumo das famílias. Também será incorporado o índice de Preços ao Produtor (IPP), que apura a variação de preços dos produtos da indústria de transformação, e o acionamento das usinas térmicas na geração de eletricidade.

Outra novidade é que as sedes administrativas das empresas industriais passam a contar como serviços e em seu local de origem. Antes, as atividades dessas sedes contariam no PIB industrial – assim, uma parte da indústria passa para serviços. Há implicação também na composição regional: o PIB de Estados onde ficam as sedes, como São Paulo, pode aumentar.

Por fim, o PIB da construção civil passa a ter apuração mais precisa, incluindo custos de insumos e remunerações, e a saúde pública terá dados mais detalhados do DataSUS, do Ministério da Saúde.

O IBGE esclareceu ontem para a imprensa, no Rio, as mudanças no PIB. A nova metodologia coloca os cálculos em padrões internacionais definidos em 2008, e o IBGE já havia informado, há três anos, que faria a atualização. Os primeiros números, sobre o PIB de 2010 e 2011, serão conhecidos amanhã.

Além da metodologia internacional, o IBGE incluirá nos da dos desses anos as informações de pesquisas estruturais anuais, usadas no cálculo do PIB definitivo. Tradicionalmente, o PIB definitivo é divulgado com dois anos de defasagem, mas, por causa da atualização na metodologia, os últimos dados completos anunciados pelo IBGE foram de 2009.

Patamar

2,5%

ao ano pode passar a média do PIB entre 2011 e 2014, nas contas da consultoria LCA Antes da mudança de metodologia, esse número era de 1,6%

MUDANÇAS DE METODOLOGIA Investimentos

Passam a integrar a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, a soma dos investimentos no PIB) os aportes em pesquisa e desenvolvimento; exploração e avaliação de recursos minerais; e software.

Energia

O acionamento das usinas termelétricas também passa a ser considerado, uma vez que aumenta o custo de produção da energia.

Imposto de renda

Os dados do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) passam a ser adotados como parâmetro para mensurar o consumo das famílias.

IPP

Inclusão das informações geradas pelo índice de Preços ao Produtor, que capta as variações de preços dos produtos na porta de fábrica da Indústria de Transformação.

Sedes

As sedes administrativas das empresas passam a contar como serviços e em seu local de origem, não são mais incorporadas pelas filiais que desenvolvem a atividade fim, como as plantas industriais.

Holdings

As holdings também passam a entrar como serviços e em seu local de origem, e não são mais incorporadas pelas filiais que desenvolvem a atividade fim da companhia.

Construção

A construção civil passa a ter apuração mais precisa, que inclui custos de insumos e remunerações.

Saúde

A saúde pública passa a ter apuração mais precisa, que inclui dados mais detalhados do DataSUS.

 


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