
AGÊNCIA CBIC
Em nota técnica, Firjan destaca o potencial do hidrogênio para descarbonização da indústria

Após a aprovação do marco legal em 2024, Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro alerta para a necessidade de construir regulação para a viabilização do mercado no país
Em nota técnica “Panorama do hidrogênio no Brasil e no RJ: desafios e próximos passos”, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) atualizou para 102 o número de projetos existentes no país para a produção de hidrogênio (H2) de baixo carbono. Conforme o documento, o combustível permanece como um grande potencial para descarbonização de plantas industriais como a siderúrgica, refino e petroquímica, entre outros segmentos.
De acordo com o levantamento da federação, somente na Aneel, são 12 projetos aprovados tecnicamente e previsão de R$ 1,49 bilhão, com mais de 75% provenientes do programa de P,D&I da agência, financiado por recursos recolhidos dos consumidores de energia. O restante, R$ 367 milhões, deve ser investido diretamente pelas empresas proponentes, conforme apresentação do Ministério de Minas e Energia (MME) em seu último workshop de H2 em março de 2025.
Já a ANP acompanha um portfólio de 35 projetos das operadoras petrolíferas que desenvolvem inovação com parte dos recursos via cláusula de P,D&I dos contratos de exploração e produção de petróleo e gás natural. Esse valor de recurso privado ultrapassa R$ 420 milhões, com projetos que serão executados pelos próximos quatro anos, conforme dados publicados pela própria agência.
Para baixar a nota técnica “Panorama do hidrogênio no Brasil e no RJ: desafios e próximos passos”, clique no link https://www.firjan.com.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=8AE4828D96AAF4370196C5CDE6480384
A Firjan chama atenção que os projetos com maior chance de avançar serão aqueles que se mostrarem integrados e próximos ao consumo final, como é o caso dos usos para fabricação de fertilizantes e para produção de combustíveis sustentáveis de aviação – SAFs. Estes, cada vez, mais devem demandar insumos com menor intensidade de carbono para maior sustentabilidade dos produtos finais.
De acordo com a nota técnica, a Firjan calculou que uma demanda por hidrogênio para atender às metas produção de SAFs no país pode alcançar, já em 2027, 120 mil toneladas de hidrogênio. Esse número pode ser triplicado até 2037.
“Com o avanço do marco legal, passamos para novas etapas de regulação e de construção desse mercado, que devem ser atendidas. Destaca-se a necessidade de avançar principalmente no que diz respeito a interface com o setor elétrico, que é tido hoje como um entrave, por necessidade de investimento em redes de transmissão e a falta de clareza sobre quem arcará com esses custos”, afirma a gerente geral de Petróleo, Gás, Energias e Naval da Firjan, Karine Fragoso.
No que diz respeito à atratividade de preços do hidrogênio, principalmente aquele produzido a partir de fontes renováveis, também há espaço para avançar em competitividade. A federação alerta que os valores médios de propostas de projetos submetidas a uma Chamada pública para seleção de hubs de H2 ainda estão acima do valor alvo de referência pela Clean Energy Latin America (CELA).
O documento “Panorama do hidrogênio no Brasil e no RJ: desafios e próximos passos” ressalta ainda que à medida que o anúncio de projetos para hidrogênio se multiplica em todo o país, o Rio de Janeiro se destaca como estado em segunda posição no ranking nacional, tanto pela capacidade de produzir por diferentes fontes de energia quanto pela capacidade de descarbonização de indústrias de difícil abatimento de carbono, como é o caso da siderurgia.
Para baixar a nota técnica “Panorama do hidrogênio no Brasil e no RJ: desafios e próximos passos”, clique no link https://www.firjan.com.br/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=8AE4828D96AAF4370196C5CDE6480384